ARES
Andei pela casa até chegar ao terceiro andar e adentrei no escritório do Don, encontrando meus irmãos lá.
- Da próxima vez que invadir um cómodo meu e não bater novamente vou cortar sua mão, estou vendo que ela não serve para nada mesmo. Ele falou, frio e afiado como uma lâmina, sem ao menos erguer os olhos para mim, Atlas girou na sua cadeira e sorriu para mim, em sua bochecha esquerda um pequeno volume. Retirando o pirulito da boca ele disse:
- Ele faz de propósito irmão, adora ver o quanto você o ama. Caminho até eles e me sento na cadeira desconfortável ao lado da de Atlas.
- Cadê Apolo?
- Nada de oi ou como estão, manos?
Dou a atenção que Atlas tanto quer, um olhar frio e encaro Zeus a nossa frente. Ele está lendo algo em sua mesa, concentrado.
- Você precisa parar com o açúcar, Atlas, está largando o câncer para se converter a diabetes. Ele apenas da de ombros.
- Não é como se eu fosse envelhecer mesmo.
- Morte tem cinquenta e nove anos. Porque a prole dele acha que não vai envelhecer?
- Nunca ouviu falar que os bons vão primeiro?
- Você não é bom.
- Não sou, não é... Bem, mas pelo menos eu faço caridade. Alfinetou. Todos os meus irmãos participam em eventos de caridade, pelo menos uma vez por ano mas eu nunca gostei desse tipo de evento então não participo e quando meus irmãos perguntam o porquê apenas digo:
-"Não vou entregar meu dinheiro a um bando de idiotas que não conseguiu o seu próprio..."
- Mas e as crianças... os cachorrinhos...
- Danem-se todos eles. Atlas solta uma estrondosa gargalhada e bem nesse momento Apolo aparece, adentrando sem bater também.
- Da próxima vez que invadir um cómodo meu e não bater novamente vou cortar sua mão, estou vendo que ela não serve para nada mesmo. Zeus usou as mesmas palavras, o mesmo tom que comigo, robótico, ameaçador mas totalmente desinteressado como se tivesse sido programado. Apolo caminhou até nós, seu sorriso idiota o acompanhando.
- E aí? Saudou antes de empurrar algumas coisas para trás da mesa de Zeus e se sentar ali. Zeus se endireitou, seus olhos da cor do aço finalmente se ergueram para nós, meu irmão se recostou na sua cadeira e nos fitou, seus olhos desalmados, um espelho dos nossos pousaram em cada um, individualmente, e pararam em Apolo sentado em sua mesa, ele sorriu.
- Estou vendo que não tem amor a sua bunda, criança. Apolo apenas revirou os olhos e riu,
- não mais que qualquer mulher viva, mas a amo o suficiente para te alertar a respeito de uma terceira cadeira, mano. Você chamou nós três, precisava ter preparado três cadeiras.
Zeus entrelaçou os dedos e apoiou seus cotovelos na mesa.
- Está atrasado, idiota. Quer se sentar? Chegue nais cedo da próxima vez. Agora, arrume o que desarrumou e de o fora da minha mesa antes que eu decida levantar e organizar tudo eu mesmo, começando com esses seu dentes brilhantes, ultimamente eles estão aparecendo demais. Suspirando Apolo se ergueu, mexeu na mesa de Zeus, fingindo arrumar, porque mesmo se ele arrumasse bem as coisas nunca deixaria o outro satisfeito com o resultado, e se posicionou atrás de mim e de Atlas, apoiando suas mãos em nossas cadeiras. Bufando Zeus arrumou sua mesa, como estava antes de Apolo.
- Como vocês estão? Perguntou preocupado, esperando por nossas respostas.
- Bem,
- aborrecido,
- vivo.
Ele assentiu, - agora que já passamos pelas amabilidades básicas e necessárias para ser considerado um ser social podemos começar com o que realmente importa.
- Atlas, relatório... Apolo, relatório... Ares, relatório.
Depois de relatarmos todo o ocorrido na semana, o Don fez perguntas a cada um e passamos para o relevante.
- Quando pretende começar o interrogatório?
- Quando acabarmos aqui. Respondo inquieto, já sentindo a necessidade de começar com minhas atividades, percebendo isso, Zeus me dispensou.
- Atlas ou Apolo vai te informar mais tarde sobre o restante da reunião, precisamos das informações que você vai conseguir.
- Se eu não tivesse que visitar alguns dos nossos empreendimentos nocturnos eu iria com você, Apolo lamentou.
- Faça-o falar, Atlas sentenciou. Apenas assenei para eles e sai já ligando para um dos meus homens prepar tudo para mim.
Na garagem, fiquei me perguntando entre a Harley Davidson negra e o BMW também preto mas no fim escolhi as quatro rodas, caso tenha de levar algum corpo no porta malas. Conduzi com impéctuo por uns quinze minutos até que algo no meio fio chamou minha atenção, eu me xinguei dizendo que estava enlouquecendo, vendo-a em lugares impossíveis mas ainda assim, sem ao menos me aperceber dei ré no carro e parei ao lado dela. Apertei no painel e os vidros baixaram, pude ver sua figura e o que vi me desconcertou. Ela estava pingando, literalmente molhada.
- O que aconteceu com você?
Ela me olhou um pouco perdida, estava abraçando alguns livros molhados sob o peito, seus olhos tomaram foco e a felicidade junto ao alívio por ter alguém ali a fizeram falar sem controle e toda atrapalhada. Quase não entendi nada mas no pouco que captei ela pareceu dizer que estava estudando junto a amigos no lago quando acidentalmente caiu no mesmo com todas as suas coisas.
- Porquê não pediu o celular de um de seus amigos para chamar alguém para vir te buscar? Perguntei ao entender que seu celular havia se perdido.
- Eu não sei, não pensei nisso... Gaguejou desviando o olhar. Sei que a deixo nervosa mas esse seu comportamento é atípico, sinto o cheiro de mentiras e mesmo se eu não visse a enorme palma vermelha em seu rosto pálido e o círculo vermelho em seu pulso eu veria algo errado na história que ela contou e em sua figura toda desalinhada. Olho mais um pouco para seu rosto, e aquela marca de palma destoando em sua bochecha me faz apertar os dentes e querer arrancar o esqueleto de quem a deixou aí. Observo sua boca e logo percebo o bater dos seus dentes pelo frio.
- Entre! Rosno destravando a porta, ela apenas me fita sem se mover.
- O que está esperando? Pergunto cheio de ódio, com os olhos brilhantes ela me fita nos olhos, antes de baixa-los e sussurrar:
- Vou sujar seu carro.
- Eu sei. Falo com raiva fazendo-a se sobressaltar e se encolher mais em si mesma.
- Também estou toda molhada... Suas palavras mesmo sendo literais fazem meu pau se contrair ao mero pensamento dela nessas condições. Me ajeitei no banco e rosnei para ela:
- Entre logo, menina, ou vou te deixar aqui... Digo mais controlado dessa vez, ela finalmente assente, se encaminhando as portas traseiras, aperto os dentes mais irritado.
- Sente-se aqui, perto de mim, pedrinha - chamo já sem paciência. Não lembrava do quão trabalhoso era interagir com adolescentes.
Ela se senta ao meu lado e fecha a porta, coloco o carro em movimento e retomo o caminho em direção ao lugar onde ia antes desse inconveniente.
- Quem fez isso com o seu rosto? Pergunto depois de alguns minutos de silêncio e a vejo se encolher, ela leva a mão ao rosto e responde em uma voz estrangulada:
- Na-não foi nada, uma desavença entre colegas. A observo pelo canto do olho. Seus cabelos úmidos estão colados em seu rosto, pescoço e ombros, não me recordo de já te-la visto com os cabelos soltos. Ela se ajeita no banco e coloca os livros que segurava junto ao peito em seu colo antes de prender os cabelos. Suas mãos se movem com a agilidade de alguém que faz muito isso.
- Poderia, por favor, abrir a janela, senhor?
Pede com uma voz cansada, não respondo, apenas aperto no painel e o vidro baixa. Ela inclina contra a janela e segura os cabelos com as duas mãos, torcendo-os e fazendo a água cair para fora do carro. Tão logo ela termina eu fecho a janela, ela não precisa pegar mais vento, mesmo com o aquecedor ligado ainda a vejo tremer um pouco pelo frio.
Observo seu corpo e tomo consciência de como está exposta no vestido frágil e úmido. A peça que já está transparente se colou perfeitamente ao seu corpo, eu podia ver a saliência dos seus seios, os bicos entumescidos empurravam o frágil pano para frente, imponentes. Engoli em seco e lutei para me concentrar apenas na estrada.
- Onde estamos indo? Se não estivessemos em absoluto silêncio eu não a teria ouvido, então apenas a ignoro e faço a curva, adentrando por uma estrada de terra batida. Já que ela está mentindo para mim não via motivos para começar outra conversa com ela. Estaciono no lugar de sempre e envio uma mensagem a Vincenzo para ir a esse lago e investigar o que está realmente acontecendo lá. Desço do carro e a encaro - me espere aqui, digo tirando minha jaqueta e jogando nela - cubra-se com isso. Fecho a porta quando ela abre a boquinha, pronta para alguma pergunta.
Tranco todas as portas e janelas deixando-a lá dentro com o aquecedor ligado. Dou um último olhar a sua figura assustada, olhando para mim da janela. Apenas lhe dou as costas e começo a caminhar em direção ao inferno. Dou alguns passos e em poucos minutos avisto a frágil construção, uma pequena casa de madeira aos pedaços, danificada por um pequeno incêndio e pelo tempo. Ando até lá e subo os degraus que rangem ao meu peso, chego a varanda e adentro na casa dando de cara com um de meus soldados. O saúdo com um pequeno aceno e caminho até o centro da antiga sala, empurro o tapete para o lado e me agacho erguendo a pequena porta no chão revelando assim uma abertura para o subterrâneo. Desço as escadas e me dirijo ao inferno, oiço o som da porta sendo fechada em cima da minha cabeça, meu soldado deve estar arrumando tudo como o de costume, para que se aparecer alguém essa pessoa não tenha ideia do que tem debaixo da terra dessa propriedade. Meu pai usava a casa de cima para realizar seus interrogatórios, mas um dia ele pegou alguém traiçoeiro de mais e o lugar pegou fogo. Quando Zeus ainda era só o Subchefe ele mandou construir esse subterrâneo, com um corredor que dava à casa abandonada, onde se encontrava a entrada para o inferno, seu objectivo era mostrar ao velho que ele seria o filho da puta que pegaria em todos os seus fracaços e os transformaria em sucessos.
Paro na entrada do purgatório e encontro dois dos meus homens na porta.
- Tudo pronto?
- Exatamente como o senhor orientou, responde um deles e apenas assinto, satisfeito. Passo pela entrada e examino a sala escura, dou um passo para o lado e estico o braço apertando o interruptor.
Escuto um pequeno gemido e giro nos calcanhares até ficar de frente a minha vítima. O homem pisca os olhos incomodado com a luz, observo seu corpo sentado e amarrado a cadeira, sorrio...
- Rogério, ouvi dizer que você pecou. Seja bem vindo ao julgamento final onde eu sou seu juiz, júri e carcereiro. Seu caso foi analisado e você declarado culpado de ser um traidor. Sua pena eu decidi, você deverá sangrar, ser mutilado e me dizer tudo o que eu quiser. Seus olhos focam em mim e quase consigo ver seu espírito querendo fugir, abandonar seu corpo antes da inevitável destruição. Vejo os movimentos que ele faz tentando se libertar com uma urgência tocante, apenas o observo, refletindo sobre como deverei começar, qual a melhor maneira de o quebrar.
- Uhmmm... uhmmm...
- Não se preocupe, Rogério... Eu só quero que me diga algumas coisas e nesse meio tempo você pode sangrar um pouco para mim...
- Uhmmm.... uhmmm...
- Vamos começar - digo e me viro para olhar ao redor, observo a mesa estreita cheia de brinquedinhos. As adagas, facas de caça, de serragem, espetos, tesouras, agulhas, alicates, martelos, disfribilador, esqueiros, lança-chamas, armas de choques... Tudo que você poderia imaginar. Ao redor tenho um fogão e alguns utensílios de cozinha - não que gostemos muito de cozinhar mas já recebemos alguns convidados muito crus.
Ando até a mesa e coço minha barba procurando...
- O que você acha... Qual o melhor utensílio para cortar seus dedos... hum? Uma faca lisa... serrilhada... ou um alicate... espera, uma tesoura também pode servir? Vou erguendo os objectos, mostrando a ele, conforme digo os nomes percebo sua agitação. Sei que esse interrogatório será um dos mais fáceis que já realizei, esse cara não tem colhões, me entregaria sua mãe se eu lhe dicesse que esse era o único geito de sair disso tudo ileso. Envergonha-me o facto de ter tido um soldado tão fraco. Então, antes de arrancar suas confições vou tirar um pouco de pele desnecessária. Me decido por uma faca serrilhada... Pego o objecto e o depósito na mesa a sua frente.
- Então, com qual mão vamos começar? Ignoro seu ataque de pânico e vou para suas costas, olhando para suas mãos presas - gostei dos seus anéis... vou oferece-los aos meus homens. Desprendo suas mãos só para prender seus pulsos a mesa especial na sua frente.
- Uhmmm... uhmmm...
Ele grasna cada vez mais desesperado tentando se fazer ouvir mas com a mordaça eu não conseguia entender nada que saia de sua boca.
- Eu estou esperando você me contar sobre as informações que você passou, Rogério, mas você não quer colaborar... Ele me olha suplicante mas apenas finjo resignação.
- Se quer do geito difícil...
- uhmmm....
Bato com força, com o cabo da faca no dorso de sua mão obrigando-o a espalhar os dedos e fazendo pressão para manter seus dedos espalhados começo a cortar o primeiro, serro a carne até chegar ao osso, seus urros de dor em meus ouvidos soavam como a mais perfeita sinfonia em sincronia com o som de seus ossos sendo serrados. Repeti este processo quatro vezes antes de fazer uma pausa olhando para o meu trabalho. Ergui meu rosto e fitei o de Rogério, o homem estava todo molhado de suor, lágrimas, baba e já havia se mulhado todo quando comecei a cortar.
- Você está pronto para falar, ele apenas me encara, como se estivesse cansado demais para me fazer entender que sim. Baixo sua mordaça e me recosto na mesa.
- Você já pode cantar, Lady Gaga... Para quem andou passando informações?
- A ninguém... eu juro...
- Parece que vamos continuar a brincar de retirar seus apêndices desnecessários - digo pegando minha faca.
- Não! Não... espera, por favor. Eu não trai o senhor, um cara apenas me pagou dez mil para contar onde Óscar estaria as nove da noite. Eu nem sabia que seria ele a conduzir o caminhão com a carga, achei apenas que era alguém querendo cobrar uma dívida... Por favor, não me mate senhor.
- A quanto tempo trabalha para nós, Rogério?
- Cinco anos, senhor, bons cinco anos...
- Quem foi que iniciou você?
- O senhor Gaspari.
Assenti, Gaspari era um dos Capi, responsável por cuidar dos assuntos relacionados ao pessoal, os soldados e alguns empregados associados a máfia. Ele era como nosso chefe dos recursos humanos. Mas ultimamente ele vinha fazendo uma merda de trabalho treinando os homens, a nova geração de soldados da máfia é muito mol e fraca, não conseguem resistir nem a uma tortura básica.
- Você não é burro, ou é, Rogério?
- E-eu... eu não sei, o que o senhor achar melhor... Choraminga.
- Você é o pior rato que já passou por essa cadeira, até as mulheres que passaram por aqui tiveram mais colhões que você. Digo e é a verdade, já torturei mulheres aqui, elas estavam do lado errado do campo, tinham informações que eu precisava e não queriam mas dar com um simples "por favor". Tive de recorrer a táticas pouco convencionais mas não se preocupem, não fiz nada tão brutal como cortar seus seios e as obrigar a come-los... Isso eu só ameacei que faria.
- Eu juro que eu não sabia...
- Acha mesmo que alguém entregaria dez mil por informações de alguém a quem deseja apenas cobrar dívidas?
- Por favor, senhor... eu tenho um filho...
- Óscar também tinha um pai e talvez um dia pudesse ter um filho, mas graças a você, nós nunca vamos saber.
- Eu não trai o senhor, jamais trairia o senhor...
- você traiu um colega seu, por dez mil... Mesmo se por um milagre eu te deixasse ir, jamais poderia trabalhar para mim ou para a família novamente... E você conhece o nosso lema Rogério:Entramos com o nosso próprio sangue
e só sairemos derramando nosso sangue.Depois disso sou brutal e eficiente, descarrego nele minha frustração por ter sido tão fácil de lidar e por não ter sido um desafio nem uma ocupação capaz de desviar minha atenção dela, presa no meu carro. Nunca fui o homem que dava a mínima para uma mulher que não tinha meu sangue ou que não iria foder mas neste tempo aque já me perguntei mais de uma vez se ela estava bem e aquecida lá, se não estava sufocando ou se alguém não a tinha encontrado no meu carro e a levado. Não parei de pensar sobre o que ela realmente estava fazendo no lago e o que lhe aconteceu para ter ficado do geito que estava. Eu estava levando meus devaneios por caminhos perigosos, eu não deveria me intereçar tanto por aquela menina, nem idade para ser fodida por mim ela tinha... E nem o único requisito necessário para que eu me sentisse disposto a pelo menos considerar me enfiar entre suas pernas, nunca ter dormido com meu progenitor! Parece algo estúpido de se pensar mas algo que era certo nessa vida, eu jamais poderia suportar por mais de cinco minutos qualquer mulher que se enrolasse de propósito com aquele homem. Eu poderia dizer que o odeio mas sentimentos desse tipo são sempre muito potentes em mim, levando-me em um estopim constante de derramamento de sangue, o único geito de me parar seria matar o responsável por meu desafeto e eu não poderia matar o velho. Alguns dos meus irmãos realmente não o achavam tão desprezível ao ponto de o eliminar para sempre, esquecendo da porcaria do sangue que partilhamos.
Respirando com dificuldade depois da minha tarefa frenética eu me endireitei e observei minha obra, olhei para o corpo literalmente vazio, seus órgãos dispostos pela mesa entre nós. Normalmente eu não era tão sanguinário, meu trabalho como executor exigia mais eliminações, trabalhos rápidos, silenciosos ou alguns recados(ameaças). Eu devia acabar com a oposição, a concorrência, tirar do caminho da família qualquer obstáculo, da melhor forma possível, o mais rápido e silencioso possível. Meus interrogatórios eram mais movidos pelo praticismo, que por prazer doentio, eu não nego que gosto de ver meus inimigos se contorcendo mas a frieza de alcançar meus objectivos sempre me mantêm focado em causar o máximo de dor e desconforto necessário a quebra de resistência. Hoje, no entanto, com esse cara a quem eu nem precisaria torturar, só uma intimidação completa do Arauto da morte o teria feito falar, eu extravasei demais, esse homem não tinha qualquer resistência a dor, era um covarde, sua iniciação na máfia com certeza deve ter sido uma decisão impensada de sua parte. Vou conversar com Zeus sobre a incompetência de Gaspari ao produzir soldados fracos e inúteis, que não poderiam guardar nem o H do alfabeto caso fossem capturados e torturados por informações.
Dirigo-me ao banheiro onde lavo minhas mãos e o rosto, onde se via alguns respingos de sangue, girei o rosto de um lado para o outro tentando ver se deixei escapar algum respingo... Bufei ao me dar conta do que fazia para tentar esconder da garota o que eu estava fazendo todo esse tempo. Com certeza ela já sabia do meu ofício, qual minha função na família. Todos sabiam, todos sabiam que eu era o executor de Zeus, que eu era o melhor nesse ramo desde antes de meu avô. O melhor a matar. Tanto que me chamavam de o Arauto da morte, algo que eu odiava na maior parte do tempo, já que isso me apresentava como uma espécie de discípulo ou pau mandado do meu progenitor. Não há necessidade de eu esconder essa escuridão da garota, ela precisa passar por isso, como todos nós sabemos é importante superar a fase dos monstros e do temor do escuro.
Sai do purgatório e só me virei para jogar alguns presentinhos aos meus homens,
- Acho que vai ficar bem em vocês... É só jogarem fora a coisa desnecessária. Eles olhavam para o que eu joguei depois de terem pegado no ar em um ato de puro reflexo e suas caras de nojo quase me fez rir...
- oh, por favor, é só jogarem fora o pedaço de carne e lavar bem a peça...
- Desculpe senhor... é que minha avô diz que não se pode ficar com as coisas dos mortos, é profanação e pode atrair um grande azar às portas do usurpador.
- Então eu fico com o seu - disse o outro cara, Mickey, eu acho. Ele já havia retirado o dedo morto do anel e o depositado em um guardanapo, pegou o do amigo e fez o mesmos. Guardou os dedos embrulhados no papel no bolso e depois usou a camisa para limpar os objetos.
- Obrigado pelo presente, senhor - disse depois de colocar as jóias em seus dedos.
Assenti, satisfeito pelo demonstração de frieza.
- Ficaram bons em você - olhei para o outro soldado.
- Diga a sua avó que azar é o que aconteceu com todos os meus inimigos no dia em que nasci.
Disse e sai dali, eu tinha uma garota no meu carro, uma em quem precisava parar de pensar e a forma mais rápida disso acontecer era me livrando dela.
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♠ARMAGEDDON♠
ChickLitArmageddon * O deus da guerra tem seu confronto com Vittoria. Ele luta contra seus desejos e utiliza todas suas armas no decorrer dessa batalha, mas sua adversária tem sua própria força, uma força diferente da dele mas nem por isso menos poderosa. ...