Águas frias

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(Tennessee Swiftwater, pai da família de lobisomens de Red Illinor)

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(Tennessee Swiftwater, pai da família de lobisomens de Red Illinor)

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Cerca de um ano com os Swiftwater foi suficiente para Aric Yohannes se familiarizar minimamente com os costumes da alcateia local, mesmo que com suas limitações. Apesar disso, Tennessee continuava com suas desconfianças ainda que o vampiro frequentasse todo o santo dia sua casa e cumprisse admiravelmente sua função como protetor de seus filhos, mesmo tendo dever apenas com o mais velho deles.

Já era de compreensão concreta para todos os envolvidos no pacto que a presença de Aric só se ocorria por conta do contrato selado pelo uivar do lobo da família. Os Swiftwater não deveriam nada a um vampiro, e este, receberia o que quisesse — e sua escolha fora ser um protetor —. Ainda assim, ele nunca admitiria isso em voz alta, e nem mesmo em seus pensamentos mais silenciosos, que uma parte de si era grato a Tennessee por ter lhe concedido algo que não teve por muitos anos; uma família.

Por mais que ninguém falasse as palavras, o chamasse de nomenclatura parentais ou trocasse frases afetivas — pelo menos até aquele momento —, pela primeira vez em décadas sentia-se pertencer a algo, cujo um compromisso selado o fazia ter um objetivo de vida além do que sua natureza sanguinária o permitia ter. Mesmo sendo um pacto, Aric sentia uma vontade genuína de retribuir aqueles que lhe causaram inesperadamente um grande bem, ainda achando que era impossível realizar tal feito. Era como alguns mundanos costumavam dizer constantemente; alguns atos são difíceis de retribuir apenas com palavras de gratificação. Com isso, o vampiro sentia-se a experimentar o sentimento puramente marcante na raça humana: a empatia.

Naquela noite de inverno de anos atrás, o responsável pela casa dos Swiftwater era Aric. Tala havia ido até a alcateia onde a maioria da comunidade havia se reunido para receber os grandes guerreiros retornando de um confronto que durou quase duas semanas. A ambição não era algo exclusivo dos mundanos, tendo em vista que vez ou outra, criaturas da Lua aspiravam por poder, vingança, desejos e seja lá qual fossem suas motivações para batalhar com seus irmãos mágicos até o fim de um dos lados.

Aric ficara receoso pela demora de Tala, levando em consideração as breves discriminações veladas que por vezes recebia de integrantes da própria alcateia. Mesmo assim, o vampiro prosseguiu seu papel de protetor momentâneo da casa assim como das crianças. Talissa e Tayen haviam dormido logo. Kato, por outro lado, era uma criança esperta e brincou até cair de sono no próprio sofá da sala.

Aric estava prestes a carregar o garoto e levá-lo junto ao descanso de seus irmãos quando foi interrompido por violentas batidas na porta da frente. Imediatamente, posicionou sua mão de ataque, aberta e com dedos rígidos para que pudesse no mínimo deslocar a mandíbula de qualquer um com apenas um golpe. Em passos sutis se aproximou da porta na espera de que outra manifestação fosse dada além dos fortes ventos de inverno que também tremulavam na porta. E outra batida bruta fora dada e dessa vez acompanhada com uma voz familiar.

Os Filhos da Lua: O pacto (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora