Aquário no gelo

527 55 15
                                    


Vou correndo em direção a praia ignorando os gritos desesperados de Michelle e Pedro que me chamavam, agora distantes.

Desviando de raízes e árvores me aproximava mais da praia, e se antes os rugidos já eram altos agora eram ensurdecedores, seja lá o que ele esteja fazendo ou pensando isso não vai ficar assim.

Agora, de frente para o mar, já posso ver Godzilla de pé caminhando em minha direção com passos pesados, aparentemente sem me ver já que continuava avançando.

— HEY! — gritei com todas as minhas forças e não sei se a audição dele é realmente excelente ou só foi um golpe de sorte já que o mesmo se virou para mim, agora sem mais rugidos estridentes e aparentemente mais calmo já que seus espinhos não estavam mais brilhantes. — O QUE VOCÊ QUER?!

De forma estranha e até um pouco cautelosa ele se aproximou mais da praia, olhando em volta talvez a procura do outro kaiju que agora estava provavelmente escondido, era como se ele estivesse preparado para brigar e até mesmo matar o pobre coitado.

Só ver que estava tudo calmo e sem ameaças ele finalmente deixou de ficar tenso e estava vindo quando senti alguém passando o braço pelo meu pescoço e apertando.

— Obrigada por isso querida, nós assumimos daqui. — quanto mais ele apertava, menos eu sentia a terra tremer com os passos do poderoso kaiju e os seus rugidos de raiva diminuiam quase como se estivesse a centenas de quilômetros.

Talvez eu devesse ter aceitado as aulas de defesa pessoal…

[...]

Antes de se quer abrir os olhos já senti minha garganta doer, como se um hematoma estivesse se formando e de algum lugar eu podia ouvir barulho de pancadas contra o metal, não como um martelo mas muito mais pesado.

Abrindo os olhos tive que fechar quando uma luz cegante atravessou minha pupila.

Onde eu estou? No hospital outra vez?

Tentei dobrar meus braços e levantar mas algo impediu, sem querer abrir os olhos puxei meu braço com mais força mas era como se eu estivesse presa…

Que tipo de pensamento é esse?! Eu realmente estou presa!

— Que bom que já acordou senhorita, desculpe pela luz, deve ser desconfortável. — escutei uma voz masculina antes que a lâmpada fosse apagada, mas estranhamente não ouvi passos. — Pode abrir os olhos agora.

Virando minha cabeça para o homem vi um senhor de idade, cabelos pretos claramente tingidos penteados para trás, pele branca fria e usando uma roupa extremamente grossa, como nos documentários da Discovery que algum louco ia para Antártica passar um tempo por lá.

— Desculpe se meus homens te trataram mal, eles são mais acostumados a lidar com monstros. — ele desceu a mão enluvada até meu braço e desatou cerca de duas tiras de couro que me prendiam a cama. — Eles não deviam ter te amarrado tão forte, no fim você é só uma humana normal. — agora desatou a que prendia meu tronco e eu respirei fundo, era como se aquilo estivesse apertando meu pulmão. — Até porquê… depois de tantos exames tenho certeza que poderíamos ver qualquer erro. — desatando o couro que prendia meu quadril e braço esquerdo ele desceu até meus pés e desamarrou também. — Aliás sugiro que coma menos açúcar.

— Quem é você?! — assim que terminei de falar senti minha garganta sendo arranhada, como se eu estivesse a dias sem falar. — E que exames são esses?

— Você lembra o que aconteceu? — com uma sombrancelha ergueria ele aproximou seu rosto do meu, agora que estava tão perto pude notar com mais detalhes a quantidade de rugas. — Enquanto vocês vinham para cá aquele monstro matou quase todo o esquadrão que eu mandei para te pegar! — no fim uma explicação que começou calma terminou com a dentadura quase voando no meu rosto. — Que tipo de magia você fez?

Amor interespécies (Godzilla x Oc)Onde histórias criam vida. Descubra agora