5-Besoin d'aide

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Narração Toni Topaz

Havia se passado uma semana. Uma semana sem notícias de Cheryl. Uma inteira semana sem ver seu rosto.

Eu estava mais que angustiada, a preocupação não me deixava trabalhar. Minha cabeça pensava mil e um cenários ruins, imaginar ela com hematomas pelo corpo me dói. Eu sabia que não era uma boa ideia levar ela para casa e depois de ter visto a situação que se encontrava aquele lugar eu devia ter empedido que ela entrasse. O tempo todo eu me culpava, se algo acontecer a ela naquela casa eu mato aquela mulher. Que tipo de mãe trata a própria filha daquele jeito? Era um verdadeiro horror. A cena daquele quarto que de alguma forma ainda tinha um toque das mãos de Cheryl, ela trabalhou comigo a pouco mais de três semanas mas foi o suficiente para notar a forma como ela trabalhava. O jeito de sempre balançar as pernas por baixo da mesa, o capricho que ela mantinha ao criar documentos, até mesmo as pequenas carinhas que ela colocava em alguns recados deixados para os funcionários. Infelizmente tive também o desgosto de ver alguns funcionários a tratando mal por ter um jeito mais retraído, ela sempre estava quietinha em sua mesa, no intervalo ela nunca saia para comer apenas bebia um simples copo de água e sempre pedia para fazer hora extra.

Os "minutos" que eu achei ter se passado na verdade foram horas e só voltei a realidade quando a reunião estava para acabar.

-Senhorita Topaz? Antoinette ?

Voltei rapidamente do meu transe prestando atenção nos homens em minha frente.

-Oh, perdão. Eu acho que seria melhor nós remarcamos, preciso resolver um assunto importante.

Peguei minhas coisas e sai da sala correndo.

Eu precisava vê-la, eu precisava de notícias.

• • •

Com meu carro estacionado em frente a casa de Cheryl eu me encontrava em um dilema mortal: bato na porta ou derrubo essa merda de uma vez.

Eu estava tão ansiosa que minhas mãos suavam, minhas pernas tremiam e eu sentia o nó na garganta. Só de pensar em mil cenários que ela poderia se encontrar lá dentro me deixava angustiada.

Me coloquei a frente da porta e bati três vezes

....

Nada. Bati novamente.

...

Nenhuma resposta. Decidi então que entraria assim mesmo, e a porta que estava pra lá de velha cedeu com apenas dois empurrões.

O lugar estava pior que da última vez, e o cheiro nem se fala. Parecia cenário de crime.

Andei depressa até o quarto de Cheryl abrindo a porta de uma só vez e a cena me partiu o coração.

Cheryl estava encolhida no canto com um enorme moletom preto tremendo e não era por frio pois o dia estava muito quente, seus pés descalços e vermelhos.

Corri até ela querendo a abraçar, mas ela foi para trás gritando.

-NÃO, POR FAVOR. NÃO ME MACHUCA... NÃO QUERO.

-Cheryl, calma calma. Sou eu, Toni. Shh sou eu.

Segurei seu rosto em minhas mãos e finalmente seus olhos se abriram encontrando os meus.

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⏰ Última atualização: Jul 07 ⏰

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