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Dia 32

Severus parece triste hoje. Estamos apenas deitados no sofá lendo (bem, ele está lendo, obviamente estou escrevendo). Parece que ele está chateado. Acho que algo que disse a ele ontem à noite atingiu alguma coisa, não acho que foi de um jeito ruim, na verdade não, mas desenterrou algumas lembranças infelizes para ele. Eu deveria falar com ele sobre isso.

Ainda não disse a ele que não tenho intenção de deixá-lo voltar para a casa de sua família. Eu sei que ele não tem uma boa vida familiar e de jeito nenhum eu permitiria que eles continuassem a machucá-lo depois do tempo que passamos juntos.

Eu sei que isso parece possessivo, mas ele é meu agora. Eu o amo e não quero que ele se machuque mais do que já foi.

James largou seu diário e rolou levemente para que Severus ficasse encostado em seu peito em vez de de lado. Ele passou os braços em volta do menino menor e apoiou o queixo no topo da cabeça. Severus fez um pequeno zumbido confuso enquanto continuava a ler seu livro.

"Eu te amo," sussurrou James enquanto beijava a lateral do pescoço de Severus. "Eu te amo muito."

"Você já disse isso, idiota." Severus riu, mas rapidamente morreu e se transformou em um suspiro enquanto ele descansava contra James. Parecendo perceber o que tinha feito, Severus suspirou novamente enquanto colocava as mãos sobre as de James. "Me desculpe por estar sendo tão apático. De repente me senti triste."

"É sobre sua família?" perguntou James enquanto entrelaçava os dedos. Severus assentiu e se aconchegou ainda mais. "Você quer falar sobre isso?"

Severus encolheu os ombros novamente, "Só estou um pouco confuso, só isso."

"Sobre o que?" perguntou James enquanto distraidamente passava a mão livre pelo cabelo do namorado.

"Porque eu te amo, e você diz que me ama, e toda vez que ouço isso, fico tão feliz, mas..." Severus fez uma pausa e olhou para o outro lado da sala. "É só que... eu me sinto tão feliz com você, mas estou infeliz com minha própria família. Eles são meus pais, não deveria amá-los também? Eu tento tanto fazê-los felizes, mas nunca parece ser o suficiente para meu pai que  é um trouxa e ele simplesmente me odeia, ele só faz  é beber, gritar e bater na minha mãe"

"Eu deveria proteger minha mãe, mas ela é igualmente má." Severus se virou para poder esconder parte do rosto no peito de James. "Ela bebe e grita comigo por não ter ido melhor na escola. Ela também me bate, mas não consegue bater como meu pai e geralmente consigo me esquivar dela."

"Sabe, quando eu estava preparando meu malão antes de voltar para cá. Eu os ouvi falando sobre vender todas as minhas coisas. Eles não querem que eu volte. Afinal, tenho dezessete anos. É por isso que trouxe meus livros comigo .Eu trouxe a maioria das coisas que não queria perder."

Severus começou a tremer e James o abraçou com mais força. "Você não vai voltar para aquela casa. Depois do nosso sétimo ano, você virá comigo. Eu posso cuidar de você."

Severus bufou um pouco. "Não faça uma promessa que não pode cumprir."

James pegou o rosto de Severus entre as mãos e ergueu-o para que eles olhassem um para o outro. Lentamente, James usou os polegares para enxugar as lágrimas do rosto do namorado. "Eu não faço promessas levianamente. Estou cuidando de você e nunca mais vou deixar ninguém te machucar assim. O que você sente por seus pais não é amor, é lealdade à noção de que a família deve permanecer unida. Pessoas que te tratam assim não merecem seu amor ou lealdade."

Severus começou a chorar de novo, apesar de tudo, mas quando tentou desviar o olhar, James o segurou no lugar e beijou suas lágrimas. "Você poderia mesmo? E quanto ao dinheiro? Eu não tenho nenhum, e você não-"

céu pessoal  - TRADUÇÃO -Onde histórias criam vida. Descubra agora