4 | cold water

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D Y L A N H A C K E R
Milão, Lombardia — Itália
02 | 07 | 2026

— Não entendo como você está tão surpreso. — Zac fala ao fechar a janela do seu lado do carro, pois havia terminado de fumar seu cigarro.

— Porque o pai nunca pede para você vir aqui comigo lidar com problemas diretos. A reunião com o Lucca é algo que eu consigo lidar sozinho.

— Sim, mas o Josh e Bryce não estão aqui, então ele quis que você tivesse um suporte. E sinceramente, se você tivesse me ligado para vir aqui ajudar você a ameaçar um filho da puta que roubou sua carga, eu teria feito isso sem nem pensar. — Ele fala como se estivesse realmente ofendido.

Eu e o Zac sempre fizemos tudo juntos, então ele sente essa necessidade de me ajudar com todo e qualquer problema que eu possa ter, pois é assim com ele, ele sempre me liga para falar sobre o que está acontecendo ou merdas do tipo, mas eu sempre fui de guardar mais as coisas para mim.

— Blake está tomando conta das coisas no México? — E ele concorda.

— Sabe, desde a morte do Nick ele tem passado muito mais tempo comigo do que costumava. Acho que ele não gosta de ficar sozinho. — E sinto um pouco de ressentimento na sua voz, pois me lembro exatamente das memórias que temos em relação à isso.

— Zac, aquela porra não foi culpa sua. — Eu digo como sempre e, como sempre, ele finge que acredita.

— Eu entendo, mas o cara precisa achar uma buceta para se entreter ou então algo do tipo, ele se mete muito nos negócios. — Ele fala como se realmente fosse o caso, mas até eu sei que ele e o nosso tio Blake se dão muito bem e que aprecia ter com quem contar. — Mas e então, você não me contou o que aconteceu com a gata dos peitos de ontem.

— Só lembra dos peitos dela?

— Por incrível que pareça, os olhos dela ficaram na minha mente. São extremamente claros. — E eu concordo.

— A primeira vez que vi eu precisei observar por um puta tempo para perceber de que cor eram. — Ele ri com o meu comentário, mas acelero mais quando percebo que estamos atrasados, culpa do Zac que me fez passar no Mc Donalds para ele comprar um maldito Milkshake de morango.

— Primeira vez, é?

— Não enche, eu não tenho intenção de fazer nada com ela.

— Isso é uma deixa para mim? Porque irmão, com aquela bunda até mesmo o papa seria capaz de...

— Zac, nem pense. — Falo já mais frustrado, sabendo que ele se diverte cada vez mais com isso.

— Se você não quer, por que eu não posso ter?

— Porque ela não é a porra de um objeto para você ter ou não. Ela é inocente e parece acreditar nessa coisa de fantasia de livros ou conto de fadas, então ela não precisa de pessoas como nós envolvidas em sua vida. — Eu falo sério, dobrando na avenida principal e sabendo que combinamos de nos encontrar no prédio da família Martinelli, que é onde ele está em "segurança".

— Será que ela é virgem? — Ele pergunta chegando até mesmo a estar "entusiasmado".

Eu passei pensando nisso a noite toda. Sei que sou um idiota por querer aquele maldito corpo embaixo de mim, mas é impossível. Ela é gata pra caralho e ainda tem esse ar todo de inocência, é algo que acaba comigo em todos os sentidos.

Sempre tive aquela maldita mania de achar que as pessoas se aproximam de mim por conta de quem eu sou e do que eu tenho, mas percebi que com ela é diferente, acho que é por isso que me interesso tanto.

criminal family III. Onde histórias criam vida. Descubra agora