1 | in my blood

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D Y L A N H A C K E R
Milão, Lombardia — Itália
23 | 06 | 2026


— Enzo, eu deixei o Giovanni encarregado das cargas que meus tios irão receber, não quero mesmo ter que passar os olhos por cima daquilo novamente. — Meu tom é nada amigável, mas nos últimos dias o stress tem me consumido cada vez mais e mais. Por isso tem se tornado comum eu ser um cara menos "relaxado" e mais "estúpido", mas meus empregados sabem lidar muito bem com isso.

Apoio minhas costas na enorme poltrona de couro em que estou sentado, no meu escritório. Giro lentamente a mesma e não posso deixar de passar os olhos pela linda vista que as janelas de vidro do teto ao chão da minha cobertura, em um dos prédios mais caros da cidade, me proporciona.

— Qual é, Dylan. Nós já resolvemos isso à dias atrás, você já adiantou quase todo o trabalho do mês que vem e está praticamente trancado nesse escritório, a procura de algo para trabalhar. Seu aniversário foi a três dias e você não foi para casa ou sequer saiu para comemorar, o que é que está acontecendo com você? — Seu sotaque carregado chega a fazer com que eu fique menos irritado, mas admito que misturar Italiano, Inglês, Francês, Espanhol e inúmeras outras línguas por dia acabam me dando uma maldita dor de cabeça.

— Enzo, eu estive atolado de trabalho, por isso não fiz porra nenhuma. Comemorações não são minha prioridade.

— Não, acho que aproveitou que o seu gêmeo não estava aqui e simplesmente tentou se ocupar com algo relacionado ao trabalho, já que sua vida sexual anda uma grande merda. — Ele fala com audácia, sabendo que ele e o Giovanni embora trabalhem para mim, são realmente considerados meus amigos, então às vezes não tem medo de jogar a verdade na minha cara.

— Eu ando meio perdido nos últimos dias. — Falo ao suspirar de maneira pesada, colocando ambos os meus braços atrás da minha cabeça, sentindo meus fios mais longos do que de costume.

— E será que isso tem a ver com o fato do antigo "amor de sua vida" ter aceitado se casar com um babaca? Sabe, entendo sua paixão por ela, a mina é gostosa e tudo mais, mas isso já está em um nível doentio, porque fazem anos que vocês terminaram. Acho que para a superar de vez, deveria parar de mandar que eu e o Giovanni sigamos a perseguindo e te dando noticiais mensais de como ela anda. — Ele fala com o humor ainda presente na voz, pois ele é sempre o otimista aqui. — Sem contar que quando te falei que ela ficou noiva, quem quase perdeu o braço ao te dar as fotos, foi eu. — E ele ri com o próprio comentário.

— Eu não sou fissurado nela.

— Tem razão, "obcecado" seria a palavra certa. Qual é, a vida segue, tem mulheres em todos os lugares do mundo. Figurati (não se preocupe)! Você está na Itália, com inúmeras mulheres que sonham em cair na cama com um bilionário com você. — E chego a rir com amargura.

— Elas irão sentir o meu pau ou os dígitos da minha conta bancária entrando nelas?

— Não interessa! Mas você é meu amigo, não quero te ver assim por mulher, ainda mais por mulher que não liga para você e vai se casar em poucos meses. Você tem um trabalho com sucesso, não é tão feio assim e ainda por cima é alto e forte, a mulherada adora! — Sinceramente seu otimismo geralmente me incomoda, mas hoje parece estar funcionando. — Você anda é com falta de mulher! Hoje nós vamos sair!

— Não, hoje eu tenho uma reunião de negócios com um dos representantes da França, preciso entender como perdemos cerca de 15% do nosso lucro na região.

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