16 | die for you

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D Y L A N H A C K E R
Milão, Lombardia — Itália
26 | 07 | 2026


Permaneço sentado de frente ao balcão da cafeteria, prestando atenção nos inúmeros sons diferentes que aqui são produzidos, mas, ao mesmo tempo, esperando já sem tanta paciência.

— Seu expresso, senhor. — A atendente fala ao sorrir para mim por trás do balcão, me fazendo sorrir e concordar com a cabeça em forma de agradecimento.

Seguro a xícara quente em minhas mãos e a trago em direção aos meus lábios, contendo o pequeno sorriso que ameaça crescer em minha face ao realizar, através do reflexo da máquina de café em minha frente, quem estava atrás de mim.

— Está atrasado. — Murmuro sem nem me virar, sentindo o homem se sentar no banco ao meu lado, se virando e ficando de frente para mim.

— Não sei se você é burro ou inteligente por marcar nosso encontro em um lugar público, Hacker. — O grande e poderoso Martinelli fala, fazendo com que eu finalmente me vire para fazer contato visual com ele, observando com frieza seus olhos castanhos e analisando brevemente as rugas em volta de seus olhos.

— Para ser sincero eu esperava que você fizesse contato antes, realmente achei que matar o Lucca mexeria com seus sentimentos. — O tom irônico se destaca em minha voz, o fazendo sorrir enquanto nega com a cabeça.

— Tirei a última semana para ficar de luto pela minha perda. — Diz em sua defesa, me fazendo negar de imediato.

— Para ser sincero quando o matamos eu cheguei a me preocupar, pensar em como isso poderia afetar nosso acordo na Itália, mas foi então que eu percebi que na realidade eu fiz um favor para você.

— A incompetência do meu filho estava me irritando, Hacker. — Dá de ombros.

— E isso é motivo suficiente para não vingar a morte de alguém do seu sangue? Sinceramente... você não é metade do homem que eu esperava que fosse. — Digo ao aproximar novamente a xícara de meus lábios, tomando mais um pouco do meu café, como se essa conversa fosse algo normal e adequado para estarmos tendo aqui e agora.

— Negócios são negócios, Hacker. — Diz ao erguer o dedo, sinalizando para a atendente que queria a mesma bebida que tenho em mãos. — Afinal, não foi seu pai que matou o próprio pai? Acho que isso deixa óbvio que...

— Deixe eu te parar antes que você fale mais merda, Martinelli. As situações eram diferentes.

— Diferentes como? Lucca além de burro ainda era um abusador. — Para ser sincero é nesse momento que me arrepio, pois de fato eu não imaginava que seu pai soubesse disso.

— Está me falando que sabia o que seu filho fazia? E que mesmo assim deixava acontecer? — Arqueio a sobrancelha, não escondendo o nojo que cresce ainda mais em mim.

— Sim e não. Eu sabia de seus problemas, mas... obrigada querida. — Fala para a atendente ao receber seu café, até mesmo piscando para a mulher. - Mas não aceitava. Eu faço muita merda e posso não ser santo, mas essas merdas que ele sentia prazer...

— Ele molestava crianças. — Meu tom sai duro, deixando a porcaria da bebida de lado ao lembrar da Athena no meu apartamento a uma semana atrás, lembrando de como ela falou que ele a tocava lá e fazia ela se sentir mal.

— Não, ele jamais...

— Martinelli, não teste minha paciência. Pois para alguém que se acha tão inteligente, você de fato está sendo muito burro. — Cruzo os braços como uma forma de me segurar para não descontar nele minha raiva devido ao que aconteceu a criança que resgatei.

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