3 | nights changes

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A U R O R A        M O R E T T I
Milão, Lombardia — Itália
30 | 06 | 2026


— Elena, tem certeza? — Eu pergunto pelo que parece ser a milésima vez, mas assim como todas as outras, minha amiga afirma com a cabeça e vira o shot na sua frente. — VOCÊ ESTÁ ME ESCUTANDO? — E preciso aumentar o tom de voz, pois a música no clube está extremamente alta, mas isso de maneira alguma parece a incomodar.

— Aurora, beba alguma coisa e comece a se soltar! Para uma menina tão sonhadora, você consegue ser responsável demais em alguns momentos. — Ela murmura com descontentamento, mas eu apenas suspiro e me viro no banco alto em que estou sentada, que se encontra de frente para o bar.

Olho em volta e percebo que está tocando algum remix horrível de uma música antiga da Beyoncé. Pessoas suadas dançando umas contra as outras, completamente bêbadas e drogadas, mas pelo menos aparentam estar felizes. Meus olhos voam para algumas pessoas na pista de dança, vendo o quão livres e felizes elas se sentem ao dançar como se absolutamente ninguém estivesse as olhando. Eu quero isso, céus.

Minha mente manda eu ir lá e me soltar, para dançar com qualquer desconhecido e esquecer que tenho que estar de pé amanhã de manhã, mas a parte racional de mim, que faz questão de se manifestar, manda eu ficar sentada para não passar vergonha alguma.

— Você tem que experimentar isso! — Lena fala ao puxar meu braço, então me viro para ela e percebo o líquido rosa cheio de gás em um copo mais sofisticados.

— O que é isso? — Pergunto ao realmente pensar em experimentar. Nunca fui de beber muito, mas impressionantemente, tenho uma tolerância alta para álcool, e é claro que descobri isso à alguns anos atrás quando eu e Elena bebemos tanto que chegou ao ponto de eu ter que praticamente a carregar até a casa dos pais. Havíamos bebido a mesma quantidade e eu não estava nada alterada.

— É licor de morango com whisky e outra bebida que eu não lembro o nome. — Ela fala ao beber do seu copo, então seguro o meu e primeiro cheiro o líquido, sentindo o odor extremamente forte e pesado, mas que, ao mesmo tempo, parece ser gostoso. Levo os lábios até o copo e o inclino, já começando a sentir o gosto mais adocicado a medida que bebo mais do líquido.

— Isso é bom. — Falo para a minha amiga, ela concorda e sorri para o barman, que está dando em cima dela a noite toda.

— Mais uma rodada, meninas? Por minha conta. — Ele pergunta ao olhar diretamente para a Elena, então sorrio ao a ver concordar, mas em seguida ela se vira e observa a boate juntamente comigo, não querendo parecer muito interessada no pobre homem.

Pérola havia ficado com os avós da Lena na noite de hoje. Ela nunca costuma fazer isso, então quando me ligou e disse que teria um colapso caso não saísse e tivesse algumas horas de "descanso" ela surtaria, realmente levei o que ela falou a sério. O movimento no restaurante não estava muito cheio e meus pais dariam conta, então sai mais cedo e me arrumei para vir para cá.

— Aqueles dois homens estão olhando para nós já fazem uns bons minutos. — Ela fala ao sorrir e erguer a mão, acenando para ambos.

Sigo seu olhar e vejo dois homens extremamente altos e fortes, poderiam até mesmo ser comparados a modelos de revistas, pois a expressão "séria" que possuem, acende um desejo dentro de mim para os fotografar, eles seriam ótimos.

— O que você fez? Eles estão vindo! — Eu falo realmente frustrada, não querendo passar a noite com um cara do meu lado, pagando bebidas para mim e me cantando com péssimas piadas. Sem contar que corro o "risco" de ter sua mão em lugares indesejados, então eu passo.

criminal family III. Onde histórias criam vida. Descubra agora