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A luz do sol invadiu o quarto, despertando-me suavemente. A primavera estava linda lá fora, e eu me sentia descansada . A noite anterior permanecia um borrão em minha mente, exceto por um beijo que parecia ter apagado todo o resto.

Ao ouvir batidas na porta, vi Artemis entrar, parando no batente com um sorriso nos lábios.

— Bom dia... — cumprimentou ele.

— Bom dia — respondi, retribuindo o sorriso.

— Que tal tomarmos café juntos? Meus pais não estão em casa, somos só eu, Ares e Apolo.

Aproximei-me dele, nossos lábios quase se tocando enquanto eu respondia. Artemis roubou um rápido selinho antes de descermos para o café. A mesa estava repleta de iguarias deliciosas, e conversamos animadamente até que o assunto mudou.

— Teve uma briga na boate ontem? — perguntou Ares.

— Sim, como você sabe?

— Um amigo meu estava lá. Ele filmou tudo.

— Aquele soco em Artemis foi hilário — disse Apolo, rindo.

— Por favor, não mostrem isso para papai e mamãe.

— Tudo bem, tá bom — concordou Ares, enquanto Apolo ria ainda mais.

— Chega, vocês dois.

Depois do café, Artemis sugeriu levar Hera para passear. Nos preparamos e seguimos até o parque mais próximo para um piquenique ao ar livre. Enquanto caminhávamos pelo parque, senti uma sensação reconfortante de familiaridade, como se estivéssemos formando uma verdadeira família.

Hera estava começando a dar seus primeiros passos, e Artemis exibia um sorriso radiante de orgulho enquanto a observava. Apolo também nos acompanhava. Ele era tão extrovertido diferente de seu irmão, compartilhando histórias engraçadas e lembranças da infância dos dois:

— Diana, você sabia que o Artemis caiu da bicicleta enquanto estávamos competindo? — Apolo disse, com um sorriso travesso nos lábios.

Artemis lançou um olhar repreensivo para o irmão, mas eu ri, encorajando ele a continuar:

— Fica quieto Apolo — Ele soltou um risinho.

Enquanto Apolo e Artemis deram uma volta pelo parque, Hera cochilava tranquilamente em meus braços. Quando eles voltaram, não estavam sozinhos carregavam um adorável filhote de cachorro nos braços.

— O que é isso? — perguntei, surpresa.

— Apolo encontrou. É um filhote de cachorro — explicou Artemis.

— Vamos ficar com ele, Artemis.

Artemis parecia hesitante.

— Como se papai e mamãe fossem deixar.

— É só dizer que a Hera gostou do Ted — sugeriu Apolo.

— Quem é Ted, Apolo? — perguntou Artemis.

— Nosso novo cachorro — respondeu Apolo, rindo.

Decidimos levar o filhote para casa, e logo após chegarmos, começou a chover. Enquanto eu dava banho na Hera e a colocava para dormir, a chuva batia suavemente contra as janelas. Depois de um banho me deitei na cama, Ares bateu na porta;

— Eu e Apolo vamos assistir a um filme. Vem ver com a gente.

Concordei e segui pelo corredor, parei na frente do escritório espiando pela porta, Artemis parecia trabalhar.  Desci até a sala, os meninos já tinham preparado pipoca. Começamos a assistir a um filme muito engraçado, e não demorou muito para que Artemis também descesse para se juntar a nós.

— O que estão assistindo, hm? — ele perguntou, roubando um beijo meu.

Ares e Apolo se entreolharam, rindo.

— Parece que os dois panacas nunca viram ninguém se beijar — comentou Ares, provocando-os. — E não me responderam, que filme é esse?

— Loucuras em Las Vegas — respondi, com um sorriso.

Ele deu a volta no sofá e se sentou ao meu lado. Assistimos ao filme até que acabei pegando no sono. Fui despertada por ele pedindo que eu subisse o mais rápido possível.

Subi apressada, ainda sonolenta, e logo ouvi os gritos ecoando novamente. Dessa vez, a  discussão parecia mais intensa e duradoura, e pude perceber que não se limitava apenas a Artemis. Era sobre ele estar rejeitando a garota que queria se casar com ele.

Um silêncio se instalou na casa, e decidi sair até a varanda para tomar um pouco de ar fresco. Encontrei Artemis sentado à beira da piscina, imerso em seus próprios pensamentos. Desci até lá, preocupada:

— Artemis...

Ele olhou para cima, com uma expressão séria.

— Está tudo bem... Eu só preciso de um tempo para pensar...

Aproximei-me e coloquei minha mão em suas costas.

— Não, Di... Minha mãe pode nos ver. Você não sabe do que ela é capaz.

Permaneci ali por alguns minutos, com minha mão apoiada em seu ombro, enquanto a dele descansava sobre a minha. De repente, Sofia surgiu na varanda, seu olhar direto sobre nós. Artemis suspirou e se ergueu.

— Diana, vou dormir com a Hera esta noite. Não se preocupe com ela.

𝘾𝙊𝙍𝘼𝙕𝙊́𝙉 - 𝘈𝘳𝘵𝘦𝘮𝘪𝘴 𝘏𝘪𝘥𝘢𝘭𝘨𝘰 Onde histórias criam vida. Descubra agora