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O grande dia chegou, e enquanto para mim era apenas mais um dia, para Artemis era como se fosse o último. Ele permaneceu trancado no quarto o dia todo, e nem havíamos nos falado.

À medida que a hora se aproximava, optei pelo vestido nude. Era uma cor suave que realçava minhas curvas, sem ser muito apertado. As mangas longas e transparentes permitiam um vislumbre sutil da minha pele. A saia, leve e fluída, caía até o chão, conferindo uma elegância discreta. Detalhes em renda adornavam o corpete e as mangas, adicionando um toque de delicadeza. No geral, era um vestido simples, mas que me fazia sentir bem.

Bati na porta de Artemis, e Juan saiu, parecendo cansado e com um leve cheiro de álcool. Entrei no quarto e me deparei com Artemis parado, estático junto à porta. Seus olhos vermelhos denunciavam a falta de sono, e ele estava vestido apenas com uma bermuda, os cabelos bagunçados.

Me aproximei e arrumei seu cabelo, seus braços pesados caindo sobre meus ombros em um abraço:

— Diana, eu te amo.

Compreendi o significado desesperado por trás dessas palavras. Artemis estava lutando contra seus próprios demônios. Levei-o até o banheiro, esperei ele tomar banho e o ajudei a se vestir.

— Você bebeu, não é? — perguntei.

Ele confirmou com a cabeça. Enquanto eu fazia o nó de sua gravata e arrumava seus cabelos, a porta se abriu com força, e Sofia entrou.

— Ainda não está pronto?! Diana, Hera está pronta? — perguntou, com um olhar penetrante.

— Sim, senhora. Hera está na sala de visitas com a outra babá.

Sofia assentiu, querendo encontrar algum defeito. Artemis engoliu em seco ao olhar para a mãe, que o encarava.

— Bom, já conversamos, não é? — disse ela, dirigindo um olhar severo ao filho.

Ele assentiu, desviando o olhar. Sofia virou-se e saiu, batendo a porta com força. Artemis colocou as mãos em meu rosto, seus lábios encontrando os meus em um beijo delicado, como se mil palavras estivessem sendo transmitidas.

Fomos em carros separados, tentando manter distância um do outro.

Claro! Aqui está uma descrição mais simples, do ponto de vista de Diana:

A igreja de São Miguel Arcanjo era imponente, com suas paredes de pedra cinza e as portas de madeira maciça que se abriam para revelar um interior iluminado por vitrais coloridos. Entrei na igreja e me deparei com uma atmosfera tranquila e sagrada, onde o som do órgão ecoava suavemente pelos corredores.

Os bancos de madeira polida estavam alinhados ao longo da nave, decorados com arranjos de flores frescas. Os altares adornados com estátuas de santos e velas adicionavam um toque de reverência ao ambiente.

À medida que caminhava pelo corredor central, pude sentir a presença de algo maior do que eu, algo que permeava o ar com uma sensação de serenidade e solemnidade.

Hera mais uma vez grudada em mim corria atrás do meu vestido, o primeiro banco reservado para família foi ocupado por mim e pela bebê.

Artemis parecia incrédulo, a decepção estampada em seu rosto era palpável. Ele se aproximou de mim e sentou ao meu lado com Hera em seu colo:

— O pai dela já assinou o contrato.

Engoli em seco, sem palavras diante da situação. Antes que eu pudesse dizer algo, ele continuou:

— Eu não vou casar com ela, Di... Não vai ser você que vai me impedir.

Seu tom era firme, determinado. Eu sabia que não adiantaria argumentar, nada faria ele mudar de ideia. Artemis se levantou e voltou para o altar. Ao meu lado, Ares e Raquel sorriam, e iniciamos uma conversa casual enquanto esperávamos o início da cerimônia.

— Seu vestido está impecável — elogiou Raquel.

— Obrigada, você está linda — respondi, modesta.

— Qual será a emoção de hoje? — perguntou Ares.

Ficamos em silêncio quando as portas da igreja se abriram. Todos se levantaram para receber a noiva, Valentina, acompanhada pelo pai. Seu sorriso radiante contrastava com a tensão no ar.

O vestido de Valentina era uma escolha ousada, mas não necessariamente elegante. Feito de um tecido brilhante demais, ele refletia a luz de maneira desagradável, dando a impressão de ser excessivamente chamativo. O corte não favorecia sua figura, deixando-a com uma aparência desproporcional e desajeitada.

As cores escolhidas não combinavam bem entre si, criando uma paleta de tons discordantes que não se harmonizavam. Detalhes exagerados, como bordados em excesso e babados volumosos, apenas acrescentavam uma sensação de excentricidade ao conjunto.

Em vez de transmitir elegância e sofisticação, o vestido de Valentina parecia mais uma tentativa desesperada de chamar a atenção, sem levar em consideração o bom gosto ou a moderação. Era uma escolha que deixava muito a desejar, tanto em termos de estilo quanto de bom senso.

Raquel lançou-me um olhar de julgamento, mas logo disfarçamos com um riso discreto. Enquanto a cerimônia seguia seu rumo, Artemis parecia cada vez mais inquieto, seu olhar nervoso percorrendo a igreja.

Eu estava ansiosa e nervosa, ciente de que a qualquer momento Artemis poderia interromper a cerimônia. E foi exatamente o que aconteceu quando o padre pronunciou as palavras habituais: "Se alguém tiver algo contra essa união, que fale agora ou cale-se para sempre." Em um instante de silêncio, a voz de Artemis rompeu o ar:

— Eu tenho, padre.

𝘾𝙊𝙍𝘼𝙕𝙊́𝙉 - 𝘈𝘳𝘵𝘦𝘮𝘪𝘴 𝘏𝘪𝘥𝘢𝘭𝘨𝘰 Onde histórias criam vida. Descubra agora