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Park Jimin🍂

Estava chovendo.

Me levantei, e a única coisa que restava era sair dali. Já estava sem esperança, cansado de tudo. Saí do hospital e fiquei vagando pelas ruas desertas e chuvosas, decidi ir ao bar que sempre ia.

Aquele homem esquisito de casaco preto estava lá em pé. Perguntei se ele tinha mais pacotes e disse que sim, mas dessa vez ele me cobrou. Tirei uma grana velha que tinha no meu bolso e entreguei para ele, peguei o pacote e fui embora.

Eu só conseguia andar sem rumo, pensando em tudo que minha mãe tinha feito por mim, me ensinado a falar, escrever, ler, andar, amar, tudo. Eu não tenho mais esperança. Ela era tudo para mim.

Andei tanto que cheguei na frente da escola, era bem longe do hospital. Só tinha um garoto estranho com um livro na mão e um guarda-chuva em pé. Como eu não iria voltar para casa nessas condições decidi descansar em um banco sujo e molhado ali mesmo. Estava muito frio, eu estava tremendo.

Do lado da escola tinha uma ponte bem alta. Tudo que eu queria era acabar com a vida e me encontrar com minha mãe, apenas isso.

Eu sabia que estava chegando ao meu limite, que não podia mais suportar sozinho tudo o que carregava dentro de mim. Então, decidi que era hora de acabar com tudo. Subi na grade da ponte, pronto para pular.

Mas, quando levantei um pé para dar o passo final, senti um forte aperto no meu braço. Fui puxado para trás, caindo no colo de alguém. Olhei para trás e pra minha surpresa era Jungkook, eu realmente não esperava.

— Jimin? Oque você está fazendo aqui sujo, molhado, nessa escuridão? — Ele pergunta, me colocando no chão e fazendo carinho no meu cabelo. — Não faça isso, por favor.

Naquele momento eu só sabia chorar desesperado. Acho que Jungkook percebeu e me abraçou. Me deu seu guarda-chuva e foi caminhando comigo, não sei onde.

Jungkook parecia ser uma ótima pessoa, afinal, quem iria parar para ajudar um idiota como eu?

Ele me levou para uma loja de conveniência.

— Onde é sua casa?

— Não sei, eu não quero voltar.

— Está tudo bem com você Jimin? Oque aconteceu?

Lembrei da minha mãe, então meu mundo desabou de novo. Não respondi, só sabia chorar.

— Senta aí e me espera.

Me sentei na cadeira e fiquei ali olhando pela janela enquanto as lágrimas derramam pelo meu rosto.

— Bebe um pouco de água e come isso. — Ele fala colocando o lámen na mesa e uma garrafa de água.

Como assim ele comprou comida para mim? Tentei recusar, mas ele insistia. Bebi um pouco de água para tentar me acalmar. Não sei por que motivo ele esteja fazendo isso, mas agradeci.

— Quer mais alguma coisa?

— Não obrigado, já está ótimo.

— Você está com sono? — Ele pergunta arrumando suas coisas de estudo.

— Sim, eu estou com muito sono. — Respondi. — E o que você fazia sozinho perto da escola?

— Eu ia estudar em uma biblioteca ali perto, mas começou a chover então perdi a vontade e fui refletir sobre a vida. E... por que você estava fazendo aquilo?

— Eu não tenho mais esperança, só isso.

— Vamos para minha casa, você pode dormir lá essa noite.

— Não precisa, eu arrumo outro jeito.

— Não vai ficar sozinho na chuva, vamos logo. — Ele insistia.

— E seus pais o que vão dizer?

— Meus pais nunca estão em casa, se preocupam mais com o trabalho do que com os filhos, se mudaram para cá justamente por isso, trabalho, e mais trabalho. Eles provavelmente nem estão em casa, você pode passar a noite.

Eu concordei em dormir na casa dele. Ele me levou e quando chegamos a casa parecia um palácio de tão grande e alto que era. Me senti bem pobre.

— Eu nunca trouxe um amigo aqui, mas sinta-se em casa. — Ele fala, arrumando uma cama para eu dormir.

Eu fiquei parado ali vendo ele arrumando, igual um pedaço de pau, não sabia reagir, fiquei muito envergonhado.

— Você quer conversar?

— Eu não sei. — Falo, sentando na cama.

Olho fixamente para o chão pensando em tudo que aconteceu.

— Eu estava no hospital, quando recebi a notícia de que minha mãe não tinha resistido. — Antes que eu pudesse continuar a falar, uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

— Entendi. — Ele se virou para mim e me abraçou, um abraço forte e caloroso, tentando me acalmar.

— Vai ficar tudo bem. — Ele diz me abraçando mais forte.

— Me desculpa. — Soluço.

— Voce não precisa pedir desculpa, está tudo bem.

Eu me deito na cama com um cobertor que Jungkook me deu e apago completamente.

[...]

Quando acordei, me levantei e saí do quarto. Jungkook estava na cozinha fazendo algo.

— Vem comer, Jimin. — Ele me chama.

— Não precisa, obrigado por tudo, mas eu tenho que ir.

— Por que vai agora? Falta 1 hora para a escola ainda. Fica aqui e come. — Ele insiste.

Eu não conseguia negar, até porque eu estava morrendo de fome depois de ter chorado litros.

Sentei-me na cadeira e comecei a comer. Jungkook não estava na mesa, e sim arrumando sua bolsa e colocando sua roupa.

— Já vai?

— Eu chego cedo na escola.

— Posso ir com você?

— Claro que sim, arruma suas coisas. — Ele diz com um sorriso no rosto.

Arrumei minha bolsa e sai de casa com ele.

Chegamos na escola e como era de se esperar não tinha ninguém ainda.

Jungkook entrou na sala e começou a pegar os livros. Eu não queria ficar ali atrapalhando ele, então fiquei andando pelos corredores.

Passei em frente ao laboratório de ciências, vi que o professor já tinha chegado, tentei me esconder, mas ele já tinha me visto.

O professor me puxou pelo braço e tampou minha boca. Me rebati, mas era muito forte.

Ele já tinha feito isso comigo outras vezes. Começou a encostar em mim, na minha boca, e tentou tirar minha blusa. comecei a chorar em silencio.

Aproveitei que ele saiu dali por um minuto para fugir, entrei no banheiro e me tranquei.

Por que isso acontece comigo? Por que eu?

Fiquei por mais ou menos 30 minutos trancado no banheiro me drogando e decidi ir para a sala.





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