Refuge in Love PJM - JJK

제17장

Park Jimin🍂

Dia seguinte

Eu tomei coragem e resolvi fazer uma coisa um pouco arriscada: Voltar pra casa.

Não para sempre, só por um tempo é claro.

Faz 2 meses que eu não entro naquele inferno, eu decidi bater de frente com meu irmão e... talvez com meu pai.

Antes de continuar o caminho de casa, fui até o bar que sempre ia e, pra minha surpresa meu irmão estava lá fumando, meio cabisbaixo. Me aproximei e ele levantou os olhos diretamente para mim.

— Oque você quer? — Disse ele, soltando fumaça.

Observei seu rosto e seus olhos estavam vermelhos, seu rosto molhado.

— Voce está bem?

— Porra! Olha pra minha cara caralho! Você acha que eu to bem?!

— O que aconteceu?

Antes de falar, uma lágrima caiu. Ele tentou disfarçar levando o cigarro até a boca.

— Eu apostei. — Respirou fundo. — Eu apostei pra caralho, sem parar. Faz 5 dias que eu não volto pra casa. Se nosso pai descobrir que eu gastei praticamente o dinheiro todo... ele me mata, caralho! — Ele desabou.

Eu não sabia o que fazer. Se eu o abraçava, ou se eu o xingava, mas antes de eu fazer qualquer coisa ele continuou.

— Me desculpa... Jimin, me desculpa. — Ele disse entre soluços.

Ele se levantou e me abraçou muito forte, eu fiquei em choque, mas acabei envolvendo os braços ao redor dele.

Depois de um tempo, ele se afastou, ainda com lágrimas nos olhos, mas agora a raiva tomava conta do rosto dele.

— Você não entende né? Você não sabe, Jimin. Eu sou o "filho perfeito" para ele, mas... eu sou ameaçado o tempo todo. — Ele respirou fundo. — Nosso pai nunca para de me lembrar que eu tenho que ser melhor, que eu não posso decepcioná-lo, ou ele vai me fazer sentir pior do que eu já me sinto. E ai, eu descontava minha raiva em você.

Meu coração apertou. Eu nunca tinha percebido isso. Mas como posso perdoar ele depois de tudo que ele fez?

— Olha, eu não sei se posso perdoar tudo isso de uma vez. — Falei, tentando ser sincero. — Mas eu posso tentar, porque você é meu irmão.

Não... Eu ainda não podia perdoá-lo.

— Entendo, eu fiz muita merda. Quer um cigarro? Eu sei que você cheira pó. — Ele deu um risinho.

Aceitei forçando um sorriso e dei a primeira tragada, que me fez relaxar pra caralho.

— Vamos andando?

Assenti.

— Onde você tem ficado? — Pergunta, jogando cigarro no chão.

— Na casa do meu namorado.

— Namorado? É aquele menino do zoião, de cabelo escuro?

— Ele mesmo, como você sabe?

— Já vi vocês juntos na escola.

— Entendi.

Ainda não me sentia muito confortável de estar ao lado dele, não tinha caído a ficha de que ele era outra pessoa.

Não acho que ele esteja envolvido no desaparecimento do Jungkook, bom... eu espero que não.

— Qual é o nome dele?

— Jungkook... — Comecei e meu irmão virou o rosto para mim, franzindo o cenho. — Ele desapareceu faz 2 semanas.

— Jungkook?!

— O que? Você sabe de alguma coisa? Conhece ele?

— Bem, eu... — hesitou — Deixa pra lá.

Ele pareceu se lembrar de alguma coisa.

— Sunwoo oque você sabe? — Eu parei de andar, ficando bem na frente dele. — Não me enrola. Se você sabe de alguma coisa me diz agora!

— Escuta Jimin... — Ele engoliu seco .— Eu ouvi o nome dele em umas conversas por aí, sabe? Uns caras estavam falando sobre um tal de Jungkook sumir e... eu não dei muita atenção na hora. Todo mundo tá sabendo oque está acontecendo nessas últimas semanas. Provavelmente eles só ouviram as notícias, igual a todo mundo.

— Que caras? Onde?

— Foi ali no bar mesmo, são os caras que jogam sinuca toda noite.

— Eu vou pra casa.

— Boa sorte. — Ele disse, dando meia volta.

— Não vai também?

— Nem a pau. Aquele velho vai me matar.

Eu sabia que voltar para casa seria arriscado.

Depois de alguns minutos cheguei à porta da casa. Meu peito apertava só de estar ali de novo, na aquele inferno.

Meu pai estava na sala tomando um copo de whisky na mão e várias garrafas de cerveja na mesa.

Ele se virou e olhou diretamente para mim com um olhar de desprezo. Expliquei para ele a situação, bem direto tentando disfarçar o medo que sentia.

— De novo essa merda? — Ele disse com a voz grossa. — Você saiu de casa e agora volta aqui pra falar desse garoto de merda? Não tenho tempo pra isso.

— O que você fez com o Jungkook? — Perguntei direto, meu corpo tremia. — Eu sei que você está envolvido.

— Caralho mas que porra! Eu vou ter que repetir quantas vezes que eu não faço ideia de quem é esse imbecil?! — Ele disse ficando com mais raiva a cada palavra. — Ele é oque seu? Namoradinho? Toma vergonha, você não vale nada, só traz vergonha pra essa família.

— Você não tem direito de falar isso! — Eu gritei, avançando alguns passos. — Você sempre me tratou como lixo, mas agora você passou dos limites! Onde ele está, pai?

Ele se levantou lentamente do sofá, largando o copo na mesa, e começou a desabotoar o cinto.

— Você acha que pode vir aqui e me enfrentar? — Ele começou a bater com o cinto na mesa. — Você saiu de casa como um fraco e agora acha que pode voltar pra me acusar? Vai se arrepender, moleque.

Eu sabia exatamente o que ia acontecer...

O cinto estalou nas minhas costas, rasgando a minha blusa e queimando minha pele. Eu gritei, mas ele não parou. Depois ele me bateu mais uma vez e eu caí no chão tentando me proteger.

Eu não ia mais ficar no chão. Não dessa vez.

A dor era insuportável, mas eu precisava resistir. Puxei ele pela perna com as duas mãos fazendo com que ele caísse no chão. Peguei o cinto da mão dele e enrolei em seu pescoço.

— Onde está o Jungkook?? — Gritei de novo, entre os soluços, em cima dele. — Onde ele está, seu desgraçado? O que você fez com ele?

— Eu... eu não sei! — Ele conseguiu dizer, a voz fraca. — Eu não sei porra!

Ele estava ficando sem ar, as palavras saíam sufocadas.

 — Fala logo! — Apertei ainda mais, sentindo o corpo dele tremer debaixo do meu.

Apertei o cinto mais forte e de repente, ele parou de se mexer. Eu tinha apertado o cinto com tanta força que ele desmaiou.

Me levantei com o corpo ainda tremendo, larguei o cinto e me sentei no chão absorvendo tudo que havia acontecido ali agora.

Eu nunca me imaginaria batendo no meu pai assim.

Mas mesmo fazendo isso, ainda não descobri a verdade. Jungkook ainda estava desaparecido.

Eu estava todo encolhido no chão quando recebi uma ligação. Era o Taehyung.