Brothers Conflict - Complicated Love

Conflito Dezessete. - Reconciliação.

[Nome] Fukushima

Vejo meu pai descer as escadas junto de Miwa e Ukyo, fico muito chocada, ele chegou hoje e nem me avisou? Como ele pode vir aqui sem me avisar? Estou indignada, me levanto do lugar onde estou sentada e vou em direção a eles, para em frente ao meu pai.

- O que está fazendo aqui? Por que não me avisou que já tinha chegado? - Pergunto um pouco irritada, como ele pode ter me ignorado por tanto tempo e depois aparecer na minha casa como se nada tivesse acontecido?

- [Nome]... - Ouço Ukyo dizer um pouco apreensivo.

- Eu falei que ela iria ficar irritada com você. - Miwa diz, dou um sorriso em direção a ela, pelo menos ela é sensata.

- Filha... Por favor, não vamos brigar aqui, eu vim apenas para conversar. - Rintarou diz levantando as mãos em um gesto apaziguador, reviro os olhos, agora ele vai dar uma de bom moço.

- Não irei discutir em respeito a Miwa e aos meus irmãos, não porque você está pedindo. - Digo irritada. - Vamos fale o que você queria me dizer.

Sim, eu sei que isso não é um jeito legal de tratar meu pai, mas ele pediu por isso, ele me ignorou por um tempão logo depois que eu descobri que era adotada, então ele merece esse tratamento sim! Estou chateada com ele e com razão, espero meu pai dizer algo, mas ele apenas me encara, quando eu estava perdendo a paciência ele começou a falar.

- Sinto muito, [Nome], fui um pai negligente com você, te fiz passar por maus momentos e te fiz sofrer muito, sei que desculpas não vão fazer passar todo o seu sofrimento, mas eu espero que possa me perdoar. - Rintarou diz de cabeça baixa, sinto meus olhos lacrimejarem com as palavras dele, acho que no fundo tudo que eu queria era que ele reconhecesse que errou, meu pai levanta os olhos e me encara. - Filha...

Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, Rintarou se aproxima e me abraça, choro abraçada a ele, ouço barulho de passos, mas não me viro para ver quem chegou.

Depois de chorar muito abraçada ao meu pai, eu me afasto do abraço e limpo as lágrimas restantes do meu rosto.

- Está bem? Se acalmou um pouco? - Meu pai questiona enquanto acaricia meus cabelos, olho para ele e dou um meio sorriso.

- Estou bem agora. - Eu digo.

- Certo, vamos nos sentar, tenho muito a te contar. - Meu pai diz se dirigindo ao sofá, olho para ele um pouco surpresa, nós vamos conversar na frente de todos que estão aqui?

- Nós vamos conversar aqui? Não devíamos ir a um lugar privado? - Questiono olhando para os outros que estavam no recinto, Tsubaki e Azusa haviam chegado e estavam parados ao lado de Ukyo, eu não quero conversar coisas pessoais minhas na frente deles, já é vergonhoso o suficiente eu ter chorado na frente deles.

- Está tudo bem, querida, nós somos família agora, não tem que ter vergonha. - Miwa diz segurando em meu braço, olho para ela e dou um sorriso amarelo, meu Deus, não creio que terei uma conversa sobre o fato de ser adotada na frente de outras pessoas, que morte terrível. Dei um suspiro vencida e me sento ao lado de meu pai, vejo ele mexer nos bolsos de seu paletó e tirar uma foto, ele entrega a foto para mim.

- Estes são seus pais biológicos, eles eram grandes amigos meus, nós viajávamos juntos, logo após você nascer eles fizeram outra viagem dessa vez para te levar para conhecer seus avós, e infelizmente nessa viagem eles sofreram um acidente e vieram a falecer, somente você havia sobrevivido ao acidente. - Rintarou diz, a essa altura já estou só lágrimas, que coisa mais triste, meus pais morreram antes que eu pudesse ter qualquer memória deles, sinto meu pai segurar minha mão. - Eu não poderia te deixar ser colocada para a adoção, por isso decidi te adotar, entendo que esconder de você essa informação te machucou muito, eu só queria te dar uma infância feliz sem preocupações, mas sei que falhei nisso também, pois muitas vezes estive ausente, e te peço perdão por isso o papai nunca quis o seu mal, sempre quis te dar uma vida feliz.

Não consegui responder nada ao meu pai, apenas chorei, acho que no fundo eu tinha muita mágoa dele por ele não ser tão presente em minha vida, mas agora que ele admitiu que errou sinto que posso perdoá-lo.

Depois de eu ter me acalmado um pouco eu e meu pai conversamos mais um pouco eu falei a ele tudo que me magoava em relação a ele e ele se desculpou por tudo, nós agora estamos em bons termos. Miwa e papai ficaram para almoçar conosco, após o almoço nós nos reunimos na sala de estar novamente, me lembrei que tenho que falar com papai sobre a faculdade.

- Pai, uma coisa que esqueci de comentar antes. - Falo chamando a atenção de todos para mim. - Eu meio que fui aceita na universidade Chuuei em Tóquio, mas para poder ser aceita preciso da sua assinatura nos papeis, você poderia assinar para mim?

- Na universidade Chuuei? Não posso acreditar. Que orgulho minha filha, claro eu assino os papeis sim, pode trazer eles para mim. - Papai diz sorrindo orgulhoso, dou um sorriso feliz e vou correndo para o meu quarto buscar os papeis. Depois de pegar os papeis desci de volta para a sala, vejo Tsubaki e Azusa com uma cara triste e Ukyo com cara de enterro, não entendi muito bem o porquê, mas resolvi ignorar.

- Aqui estão os papeis, você tem que assinar aqui. - Digo apontando para o lugar onde papai deveria assinar. Depois de tudo assinado olho para meu pai novamente. - Onde irei morar se vou ir para Tóquio?

Questionei, pois vai que me mudo para lá e tenho que viver na rua porque meu pai não tem condições de me arranjar uma casa lá, que medo.

- Acho que nessa parte posso ajudar. - Ouço Miwa dizer, me viro para olhar para ela. - Nós temos uma casa em Tóquio, não é tão grande quanto essa, mas deve servir para você no tempo que você for ficar por lá.

Sorrio para Miwa agradecida, essa mulher é um anjo mesmo, papai tem sorte de ter ela por perto.

- Muito obrigada Miwa-san, vai me ajudar muito! - Digo feliz, ouço passos e me viro para ver quem estava chegando, vejo Yusuke descendo as escadas, ele olha para as pessoas na sala com cara de dúvida.

- O que foi que eu perdi? - Yusuke questiona.

- Muita coisa. - Tsubaki diz.

- Nada haver, nem aconteceu nada demais. Vem cá Yuu-chan, olha só consegui a assinatura para ir a faculdade. - Digo me aproximando de Yusuke e mostrando a folha assinada feliz.

- O que? V-Você realmente conseguiu? - Yusuke pergunta, ele parecia um pouco desanimado. - Fico feliz por você, tenho que ir para o meu quarto, até mais tarde.

Yusuke falou e foi embora sem me dar tempo de dizer nada, acho que ele ficou chateado porque vou embora, depois irei falar com ele. Me sentei no sofá novamente e eu, meu pai e Miwa conversamos mais um pouco sobre coisas aleatórias e depois eles foram embora e eu fui para o meu quarto, me joguei na cama feliz, não acredito, realmente irei para Tóquio!

Depois de um tempo deitada devaneando sobre como será ir para Tóquio, decidi descer para a cozinha ver como os garotos estão, vou ajudar Ukyo com a janta hoje. Quando estava descendo as escadas ouço a voz de Tsubaki.

- Não posso acreditar que ela realmente irá embora. - Ouço Tsubaki dizer.

- E-eu não sei nem o que pensar. - Ouço a voz de de Yusuke. Desço as escadas completamente, mas eles ainda não notaram minha presença aqui. - Eu não quero que ela vá embora.

- Então vamos para a universidade comigo, oras. - Digo cruzando os braços, vejo Yusuke dar um pulo.

- D-desde quando você está aí?! - Yusuke questiona gritando, dou risada da sua reação.

- Acabei de chegar Yuu-chan, não precisa se preocupar, não ouvi nenhum segredo seu. - Digo rindo, Yusuke não diz nada, apenas me encara por alguns segundos. - O que houve? Porque está me encarando assim?

- Você realmente irá embora? - Yusuke questiona.

- Sim, mas um dia irei voltar, não é como se eu fosse desaparecer para sempre. - Digo sorrindo, Yusuke está tão dramático.

- Ainda assim não gosto da ideia de te ver indo embora. - Tsubaki diz e suspira, olho para ele e dou um pequeno sorriso.

- Eu entendo gente, mas infelizmente é uma oportunidade incrível não posso desistir dela assim. - Falo olhando para os dois.

Depois disso eu fui para a cozinha ajudar Ukyo, ele também estava estranho, mas não dei bola, terminamos de fazer o jantar e servimos a mesa. Nós jantamos todos juntos e em silêncio, estava um clima tão pesado na casa que parecia até que eu tinha morrido, eu só vou ir estudar em outra cidade!