8 almas, 800 anos

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Capítulo não revisado, 3432 palavras.
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— Sans isso... Como!? Como que...?

— como ele voltou? Heh, eu não sei, até hoje eu não sei. Só sei que se passaram oitocentos anos, oito séculos... 2.922 dias... E todos esses dias... Eu pensava nele. Eu nunca fui capaz de esquecer ele. Nunca fui capaz de tirar esse sentimento de culpa de dentro de mim.

— não foi sua culpa... Você só tava tentando ajudar ele — eu digo colocando minha mão em seu ombro, vendo como ele havia se inclinado e agora descansava seus braços em suas pernas, seu rosto baixo, pensativo.

— quando ele voltou, ele.... Ele não se lembrava mais de mim — ele disse, sua cabeça ainda baixa — ele não lembrava nem do próprio nome.

Sans então se levanta, me assustando um pouco. Ele olhava as ondas indo e vindo à nossa frente, analisando a dança da natureza, vendo como as pessoas começavam a retornar para suas casas, o sol totalmente posto, o céu que antes estava pintado de laranja vermelho e roxo agora estava em um azul escuro e perfurante, as estrelas cintilavam timidamente, como se tivessem medo de competir com a beleza pálida da lua, como se não quisessem atrapalhar a nossa conversa.

— e então, o resto é história — ele se vira pra mim, um olhar emblemático em seu rosto — Frisk trouxe Asriel e Chara de volta, você chegou, nós viemos pra superfície e bem... Estamos aqui, de férias, vendo o mar.

— E-espera! E o Frisk? A alma dele ainda é de esperança? Por que ele esqueceu de você? E o resto dos cientistas? Gaster voltou também!?

— o Frisk tá... Bem, eu mantenho o olho nele pra ter certeza de que a alma dele vai continuar estável, esse sumiço de 800 anos deixou a alma dele muito instável.

Sim, a alma dele ainda é de esperança, sempre foi, sempre vai ser. Ele nunca mais passou pela metamorfose, quer dizer... Nunca mais desde a última timeline.

Ele tinha se apagado da existência, óbvio que ele esqueceria quem ele era e quem ele conhecia, eu não estava inseto nisso. Ele conseguiu as memórias dele de volta no entanto, mesmo que tenha sido de uma forma um tanto violenta. Mas isso não importa, essa linha do tempo não existe mais, todos estão aqui... Eu tô aqui... Papyrus...

Os... Os outros cientistas voltaram...? Eu não sei dizer com certeza, eles são como sombras, cascas vazias do que eles um dia foram, apenas repetindo os seus últimos momentos de novo e de novo e de novo....

Gaster... não voltou, não necessariamente.
Ele é como um fantasma - não deixe napstablook saber que eu disse isso - ele só... Tá lá, ele meio que... Existe e não existe...? Ele aparece quando fissuras na linha do tempo se tornam mais visíveis. Mas é quase que impossível de manter contato com ele.

— isso... Isso tudo é loucura! Como que ninguém me falou nada disso antes??

— heh, qual foi linda, não pergunta isso pra mim, pergunta pra eles — Sans diz se sentando novamente do meu lado, passando o seu braço por cima do meu ombro — eles devem ter seus motivos.

— então... Espera, deixa eu ver se entendi — eu digo pressionando minha têmpora, eu jurava que logo logo eu conseguiria ver fumaça saindo pelos meus ouvidos — então, Frisk e Chara são... Irmãos? Não, não, não é isso que eu queria dizer... Eles são...

— Clones? — Sans sugere, sua mão livre segurando as minhas com gentileza, fazendo com que eu relaxasse minhas mãos em meu colo.

— isso! Eles são clones não? E se sim, porquê eles são tão diferentes?

— bem... Eles são sim clones, mas não são exatos, não sei se a palavra clone define bem o que eles são... Eu diria que eles são quase que... Duas metades da mesma pessoa — ele diz coçando o queixo — cê já viu eles meio que se encarando igual dois idiotas? Esses dois se entendem melhor que qualquer um, é algo até bonito de se ver, honestamente.

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⏰ Última atualização: Apr 30 ⏰

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