Pequena violinista

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Estávamos voltando pra casa calmamente. Eu percebo que o Chara estava um pouquinho/muito emburrado
(S/n)- o que você tem Chara?
(Chara)- nada, eu tô bem-- olha, nunca conheci alguém que era pior em mentir do que eu... mas cá está Chara Dreemurr senhoras e senhores
(S/n)- Você é péssimo mentindo sabia?
(Chara)- mas eu não estou mentindo porra
(S/n)- calma Chara -- digo pegando na orelha dele e puxando-- e você sabe que é feio falar palavrão não?
(Chara)- ai! taaa.... eu sei, desculpa
Tá, ele realmente ta estranho. Ele nunca pede desculpas.
(S/n)- seja honesto comigo. Por acaso se arrependeu?
(Chara)- Não, nem um pouco. Eu só não gosto muito do jeito que... você sabe, você e o Frisk -- ele evita me olhar a todo custo 
(S/n)- Você está com ciúmes?
(Chara)- Não! Quer dizer, por que eu teria?
(S/n)- olha você não tem que ter ciúmes sabe? Nós nem temos nada não? 
(Chara)- é...
(S/n)- e o Frisk é meu melhor amigo Chara.-- ele me olha com um olhar desconfiado-- eu não sei se posso te considerar como meu melhor amigo depois de tudo isso sabe?
(Chara)- claro, entendo.-- ele para e me olha com um olhar um pouco irritado-- só não entendo que quando éramos só "amigos" você não me tratava assim
(S/n)- Deus Chara, quanto ciúmes 
(Chara)- eu já disse que não é ciúmes. Eu só estou perguntando
Eu paro de andar e fico na frente dele. Pego as suas mãos e dou um leve beijo nelas.
(S/n)- seu ciúme desnecessário é fofo sabia?
Ele estava com uma cara de tédio, mas eu vi o que ele tentou disfarçar, ele estava corado.
(Chara)- já disse que na-
(S/n)- e outra, se o Frisk não tivesse ido conversar comigo eu nunca teria falado contigo. Então agradeça à ele
(Chara)- hmpft...-- ele desce a cabeça e a deita no meu ombro. Soltando minhas mãos e pondo as deles na minha cintura-- de qualquer jeito eu acho estranho...
Eu boto minhas mãos no cabelo dele, fazendo um cafuné de leve.
(S/n)- Você é extremamente ciumento-- digo rindo -- somos amigos ainda não?
(Chara)- claro... uma amizade colorida não é tão ruim assim -- ele desce as mãos dele e põe dentro dos bolsos de trás da minha calça
(S/n)- Você não acha que está um pouco apressado? Você não pode ficar me tocando toda hora que quiser -- digo rindo porque o cabelo dele fez leves cócegas em mim
(Chara)- sabe... Eu não te abraço e tudo mais quando eu bem entendo-- ele tira o rosto do meu pescoço e encostando nossas testas-- *sussurra* se eu realmente fizesse isso você se arrependeria
(S/n)- sério?
(Chara)- sim. Você teria que andar de cadeira de rodas-- diz começando a rir 
(S/n)- Chara! -- eu me separo dele e dou um soco no ombro dele. Ele em resposta só ria de mim
(Chara)- vamos logo-- diz quando conseguiu se acalmar. Se virando e prosseguindo por waterfall
Eu corro até ele e pego na mão dele. 
Ao perceber que sua mão não estava livre, ele apertou a minha e logo levou a sua mão que estava entrelaçada na minha até minha bochecha 
(Chara)- Você é muito grudenta sabia?
(S/n)- eu sei-- eu me aproximo e solto a sua mão, abraçando sua cintura-- e você vai ter que se acostumar com isso
(Chara)- acho que não vou ter problemas com isso -- diz sorrindo e me puxando para mais perto e continuando a andar
[...]
Estava andando pelo castelo normalmente, até que vi que o Chara e o Azzy estavam conversando logo a frente.
(S/n)- oi, o que estão fazendo?
(Asriel)- nada de mais. Só estávamos conversando sobre... coisas-- ele desvia o olhar botando a mão atrás do pescoço
(S/n)- coisas? Que coisas?
(Chara)- coisas que não te interessam honey
(S/n)- ai tudo bem, eu sei quando não sou bem vinda em algum lugar
Eu me viro e vou embora. Se bem me lembro a sala de música fica aqui por perto.
Pode não parecer mas eu sei tocar alguns instrumentos. Desde que eu era pequena minha mãe me dava alguns brinquedos musicais, e ao ver que me interessava começou a me ensinar e me matricular em aulas de música.
(S/n)- onde... aqui! Achei!
Entro na sala de música procurando pelo meu instrumento preferido, o violino.
Ele é bem difícil de aprender, e por isso eu me apaixonei por ele. O som dele é calmo e sereno e sempre que toco eu entro em transe 

(Chara)- Não sabia que você gostava de tocar violino. Muito menos que sabia tocar algo.
Apenas o ignoro e continuo a tocar me virando de costas para ele.
(Chara)- Você está brava?
(S/n)- Não estou. Só achei estranho você e o Azzy estarem escondendo algo da minha pessoa-- digo o olhando de canto de olho, logo fechando meus olhos e me concentrando na música.
(Chara)-*suspira* olha... Eu não sei se você gostaria de saber do que nós estávamos falando-- diz entrando por completo na sala e saindo do batente da porta.
(S/n)- por que eu não gostaria?
(Chara)- bem... é...
Continuo a tocar e quase erro a nota quando sinto as mãos do Chara em minha cintura.
(S/n)- Você não precisa contar, não é sua obrigação. Não temos nada afinal-- digo parando de tocar e me apoiando nele.
(Chara)- eu sei, mas eu quero contar-- ele passa levemente a mão pelos meus ombros, parando com a mãos nas minhas
(S/n)- se for algo que eu realmente não iria querer saber... não precisa me contar.
Sinto ele respirar perto de mim. Ele não parecia confortavel com o que ia dizer mas queria contar.
(Chara)- eu... bem, eu e o Azzy estávamos conversando sobre como iríamos sair daqui
(S/n)- sair? Tipo ir embora do subsolo?
(Chara)- sim, exatamente isso -- ele me solta e vai mais pra longe de mim, se sentando em um canto da sala.
(Chara)- Você sabe todo aquele negócio das almas humanas não?
(S/n)- almas humanas?
(Chara)- puta merda, tu não sabe -- ele se encosta na parede apertando a ponta do nariz, frustrado.
(S/n)- olha, não precisa contar se não quiser sabe? Se for algo muito sério ou longo
(Chara)- vou resumir rapidamente okay? Bem, os monstros não vieram para cá só porque quiseram. Eles foram jogados e trancados aqui -- diz como se fosse óbvio -- *suspira* os monstros foram trancados aqui embaixo por monstros que se denominam "humanos", eles os prenderam aqui por um medo inexistente-- dava pra ver o ódio que ele tinha pela humanidade a cada palavra que ele dizia-- e eles os prenderam com um feitiço... e nós, eu Frisk e Asriel estamos tentando quebrar esse feitiço, essa barreira.
(S/n)- como que se quebra essa tal barreira?
(Chara)- nós precisamos do poder de sete almas humanas
(S/n)- sete...?
(Chara)- isso. Eles usaram o poder de sete almas para criar esse feitiço, essa barreira. E nós temos que usar a mesma quantidade de poder para quebra-la.
(S/n)- e quantas almas vocês já  tem?
(Chara)- seis
Então a liberdade está bem mais próxima do que eu poderia imaginar.
(Chara)- mas não precisa se preocupar, estamos resolvendo isso
(S/n)- resolvendo...?
Chara se levanta e para na minha frente
(Chara)- isso resolvendo. Não se meta novamente okay?
(S/n)- okay
Ele me dá um beijo demorado. E começa a me empurrar de leve até eu estar presa na parede.
(Chara)- nha, hoje não. Talvez outro dia
Ele para de me beijar rindo da minha cara decepcionada, e vai embora da sala.
Eu me acalmo aos poucos e pego meu violino, voltando a tocar e pensando no que o Chara tinha me contado e sobre a possibilidade de sair daqui

A dangerous choiceOnde histórias criam vida. Descubra agora