A Thousand Songs For You ~ Javon Walton

01

How can you miss someone you've never met?
'Cause I need you now, but I don't know you yet
But can you find me soon because I'm in my head?
Yeah, I need you now, but I don't know you yet

- Idk you yet🎧

O dia começou o mais comum possível.
Papai estava falando de mais uma luta que aconteceria em Los Angeles. Mamãe colocava um disco de vinil para tocar na vitrola, enquanto aguava suas suculentas. Nate comia seu cereal, tentando se manter acordado. E Noah lia as mensagens de alguma namorada, ao tomar sua segunda xícara de café.

- Ei! Tá aí ainda? Alô, Kat?- Letty falou na ligação que ocorria em meu celular.

- Claro, pode falar.- voltei minha atenção a nossa conversa novamente.

Servi-me com a sala de frutas que estava sobre a mesa, enquanto ajeitava o telefone em minha orelha.

- É por isso que devemos estudar mais! Nossas notas em física caíram muito!- falou em tom de preocupação excessiva, mas que por vir de Lettycia, era completamente normal.

Tomei um gole de meu suco de laranja e pensei, como tranquilizar minha melhor amiga de mais um de seus surtos sobre como deveríamos mudar de vida, mesmo sabendo que no final, não faríamos nada que planejássemos.

- Sim, Letty. Nós realmente precisamos estudar mais.- concordei com a morena que ainda não se acalmaria com essa frase- acredite em mim, vamos nos reunir pelo menos três vezes por semana para estudar.- a garanti e pude ouvir um grande suspiro aliviado.

- Ok! Vou avisar Lian e Wess. Agora sim nós vamos conseguir.- afirmou mais para sim mesma, do que para mim- Vou desligar, Kat, meu pai está me chamando para tomar café. Te vejo logo.- começou a se despedir após um grito ser emitido do outro lado da linha.

- Tá bom, hermana!- brinquei e ouvi sua risada abafada- Beijo, te vejo em breve.- fiz um estalo de beijo ao pé do celular e desliguei.

Eu não havia me dado conta mas todos já havia terminado de comer, menos eu; então logo acelerei minhas colheradas na banana, maçã, morango e uvas picadas e me levantei após não ter nada na tigela.

Rapidamente e coloquei minha louça na pia; subi as escadas e abri a porta com um desenho de uma estrela.
Peguei minha mochila nas costas e fui ao banheiro escovar meus dentes; me certifiquei de minha escova estar bem feita, ainda da noite anterior e soltei um sorriso satisfeito ao ver que o motivo de meus braços estarem doendo, havia valido a pena. Passei minha mão por minha Baby tee dos "mamonas assassinas" e minha saia jeans preta, as deixando de modo que parecessem mais cumpridas e não fosse barrada por meu próprio pai,antes mesmo de chegar na escola.

Já com a mão na maçaneta da porta me lembrei de algo. Meu aparelho auditivo.

Eu não era surda... bom, não completamente. Quando tinha quatro anos, assim que entrei na pré-escola, uma professora notou que eu era um pouco mais aérea que meus colegas, não prestava atenção ao me chamarem e chorava dizendo ter dor nos ouvidos; causando estranheza e preocupação na equipe pedagogia que logo avisou ao meus pais. Após uma bateria de exames, foi descoberto que eu era parcialmente surda; por um probleminha no período gestacional de minha mãe, sofri a perda da audição unilateral.

Peguei a prótese, prendi em minha orelha e sai do quarto branco com pôster, livros e instrumentos espalhados por todos os lados.

- Finalmente .- Noah murmurou ao me ver descendo as escadas- pensei que 'tava cagando.- falou com um sorriso travesso estampado nos lábios, enquanto segurava o seus equipamentos do beisebol.