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Esse papo de que se tu não existisse eu te inventaria é tão clichê
Mas cai tão bem quando se trata de você
Só vem comigo, 'cê não vai se arrepender
Só vem comigo, 'cê não vai se arrepender

~Deixe-me ir🎧

- Fala sério, você por acaso sabe jogar?- provoquei, quicando a bola de basquete por toda a quadra e driblar Javon, que tentava pega-lá.

- Eu tô tendo piedade de você.- bufou, na defensiva.

- Não precisa ter dózinha; eu tenho um irmão da sua idade, sei muito bem dar cotoveladas jogando.- girei a ponta em meu dedo indicador.

- Noah joga como se tivesse duas mãos esquerdas e sendo adestros!- retrucou, rindo de mim- Aprendeu foi comigo.

- Como você?- perguntei e segurei a bola,ele assentiu e eu pressionei meus lábios em linha fina- Ok; então vamos jogar como mestre e aprendiz.- propus e o vi ri sorrir debochado.

- Não cansa de insistir no erro, né, Rockstar?- falou, provocativo e eu neguei com a cabeça- Vamos lá, então.

Lancei a bola em sua direção, o dando vantagem.

- Certeza?- arqueou a sobrancelha.

- Absoluta! Você é baixinho, precisa de um descontinho.- impliquei com ele, que me encarou raivoso.

- Eu sou treze centímetros mais alto!- falou se esquivando de minha ofensa.

- Extamente; um anão no mundo dos homens. Já eu, sou praticamente um avatar por ter quase um e setenta.- sorri entusiasmada.

- Nada a ver isso.- retrucou.

- Tudo a ver; pode pesquisar na choquei.- cruzei os braços.

- O que é isso?- começou a quicar a bola, andando em círculos.

- O maior site científico da América Latina; pode procurar depois.- menti, e ele logo entendeu qual era minha.

Com um sorriso ladino, negou com a cabeça.
Esse sorriso...
Sorriso que talvez nunca mais veria; o que me causava uma angústia apenas de pensar.
Ficar sem Javon seria como perder minha voz; nunca mais seria completa novamente.

Saber que ele logo não estaria aqui; me fazia querer gritar o quanto gostava dele, o quanto o amava; com todas as palavras, para que não houvessem dúvidas.
"Amor, I love You!" Assim como a música do Roberto Carlos.
E logo a trilha sonora de um filme de terror, invadia minha mente ao pensar no fora histórico que eu levaria caso não fosse recíproco... em outras palavras, eu me lembrava de "that should be me".

- Bora, vai ficar aí parada?- me provocou com a bola em mãos.

Passei por ele, a arrancando de suas mãos. O menino vem atrás de mim, mas já tarde demais, pois eu já havia feito uma cesta.

Ele correu até a bola e me driblou quando tentei arrancá-la dele. Após marcar um ponto, Jav me encarava com escárnio e continuava passando por mim com ela em mãos. Passei por ele e a peguei.

- Ah não; me devolve.- reclamou, atrás de mim, me marcando enquanto eu defendia.

- É o jogo!- retruquei tentando jogar a bola.

Wanna segurou minha cintura por trás me puxando para o lado contrário, não permitindo que eu fizesse uma cesta.

- Ei! Volta pro boxe, já que não sabe jogar basquete!- reclamei, tentando me livrar de seus braços em torno de meu corpo.

"Acho que vou ficar aqui mesmo" ri comigo mesma ao ver que o rapaz não afrouxava suas mãos em mim.
Com o rapaz tão perto de mim, daquela forma; foi inevitável que meu coração acelerasse e todo meu nervosismo se fizesse presente.
Respirei fundo e continuei com o jogo. Me separei dele, com a bola em mãos e corri para fazer uma cesta.

A Thousand Songs For You ~ Javon WaltonOnde histórias criam vida. Descubra agora