03 | dorothea

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Mia Welsh

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Mia Welsh

Qualquer adolescente no ensino médio odeia a escola. Descobrir que enquanto eu arrumava o meu novo quarto, a minha irmã estava me matriculando em uma escola nova foi uma facada de traição. E descobrir que eu começaria no dia seguinte foi pior ainda.

E aqui estou, no dia seguinte me arrumando para ir para a escola nova. Não me leve a mal. Começar em uma escola completamente diferente quase em novembro quando as aulas começaram a praticamente três meses não é fácil.

Será que vão gostar de mim? Vão zoar o meu sotaque? Vão me incluir ou me ignorar? Eu vou me adaptar?

Todas essas e mais dúvidas ficavam rodando e rodando pela a minha cabeça enquanto eu penteava o meu cabelo e fazia uma maquiagem para esconder espinhas e olheiras.

A minha escola é pública, logo, não tem uniforme. Então eu vesti uma camisa branca oversized e uma calça cargo jeans. No meu pé somente o meu tênis nike que eu tenho a três anos e ta quase andando sozinho.

Sim, eu tenho quase que uma coleção de camisas oversized de tantas que são. Não é como se eu só tivesse ela, porém eu prefiro estar confortável do que "na moda".

Quando terminei de me arrumar, peguei minha mochila (que ela e tudo dentro são os mesmo da minha escola de NY) e vou para o carro da minha irmã para ela me levar. A minha escola era caminho pro trabalho dela, então ela me deixa lá sem problemas.

Como eu nunca fui de tomar café da manhã porque sempre me fez mal, eu fui direto pro carro, nem passei na cozinha para pegar a minha garrafinha de água. Mas, isso é coisa pra me arrepender mais tarde.

O caminho inteiro eu segui arrancando pelinhas da minha cutícula com o dente em ansiedade e medo. Sim, eu sei que isso não é nada saudável e prejudicial, mas é o que me acalma.

A escola nova é enorme. Pisar lá dentro foi estranho e a cada metro que eu andava lá dentro até a direção me provava de novo e de novo a grandiosidade dessse lugar.

Assim que eu entrei, o diretor estava me esperando. Ele é um homem de meia idade com olhos gentis e um sorriso acolhedor. Entretanto, eu sinto que quando irritado ou sério ele seria o completo oposto disso.

Ali me explicaram sobre as regras da escola, um pouco da importância dela pra cidade, como as coisas funcionavam lá e me passaram meu horário de aulas. A conversa durou menos do que eu esperava e logo eu fui liberada para ir para a minha primeira aula aqui.

Eu encaro a porta da sala de álgebra por alguns segundos antes de bater. Após receber permissão para entrar, eu entro e me deparo com uma professora aparentemente muito rígida me encarando e esperando eu falar alguma coisa. Isso durou dez segundos, até que eu me pronunciei:

— Eu sou a aluna nova. Eu to sou dessa aula — mesmo com a minha fala, ela pareceu não se localizar — a garota de Nova York.

Então ela pareceu lembrar quem eu sou e ela respondeu rispidamente:

— É, dá para perceber. Se apresente.

Ok. Isso é extremamente constrangedor. Eu me posicionei o menos possível no centro da sala.

— Meu nome é Mia Welsh, eu acabei de chegar na cidade e eu sou de Nova York.

Sim, isso é basicamente tudo sobre mim. É pouca coisa, mas é tudo que eles precisam saber.

Tudo estava bem, até eu ouvir um gritinho fino vindo de uma ruiva no canto direito da sala lá no fundo.

— NEM FUDENDO, TESS, É ELA — Acho que ela percebeu que gritou só depois do grito — Desculpa, senhora Miller.

Coincidentemente, ou não, o único lugar livre era justamente do lado da ruiva e da tal de "Tess". O lugar era exatamente na frente da ruiva e a outra, que é morena, está sentado ao lado dela.

Assim que eu sentei e a aula voltou ao curso normal, ela me cutucou. Olhei para trás esperando-a falar alguma coisa.

— Você lembra de mim né? — Ela perguntou um pouco esperançosa.

— Desculpa, mas eu deveria?

— Claro que deveria. Sou eu, a Zoey.

Ai que eu fiquei confusa mesmo e eu acho que a minha cara transpareceu isso. Então ela logo explicou:

— Você me chamava de Evy. Eu fui a sua melhor amiga por anos.

A minha expressão facial foi de confusão para choque e emoção em questão de milissegundos. Simplesmente a minha melhor amiga de infância na minha frente.

— Ai meu Deus! Evy. Por que eu te chamava assim?

— É que quando eu me apresentei pra você a gente tinha dois anos e eu não sabia falar meu nome direito. Eu falei Zoevy, então você começou a falar evy.

Eu dei um super sorriso com essa lembrança super fofa. Ela mudou muito. O cabelo dela escureceu, assim como os olhos. Por isso eu não reconheci.

— Você mudou muito, e ta linda! —  elogiei ela genuinamente. Eu realmente tava muito feliz.

— Você também ta linda, Mia. Enfim, aquela ali é a Theresa, mas a gente chama ela de Tess. Quando ela não ta em uma biblioteca ou algo assim ela tá comigo. E agora com você também, porque você vai ficar com a gente.

Aquilo só me deixou mais feliz. Uma hora na escola e eu já não ia ficar sozinha. Isso que eu chamo de mudança.

— Prazer Tess, acho que você escutou ali na frente, mas eu sou a Mia

— Pelo tanto que eu ouvi de você pela Zozo eu sei tudo sobre você, mas relaxa, são só coisas boas que ela falou — ela comentou e eu ri. Nós três rimos.

Zoey começou a falar sobre um assunto completamente aleatório fazendo questão de me incluir a todo momento. Foi ai que eu lembrei o porque ela foi a minha melhor amiga por tanto tempo.

Chegou uma hora que o assunto morreu, mas logo Zoey falou de novo:

— Eu senti tanta a sua falta, Mia. Você não imagina o tanto que eu te procurei e quantas vezes eu ouvi dorothea da Taylor Swift pensando em você.

Esse comentário dela realmente me emocionou.

— Eu também senti muito muito a sua falta. Eu tentei te procurar também, mas nunca achei. O pessoal te chama de zozo, é isso?

— Sim, mas pra você é Evy, sempre vai ser.

Assim, nós duas sorrimos nos olhando.

ELECTRIC TOUCH, Walker ScobellOnde histórias criam vida. Descubra agora