ELECTRIC TOUCH, Walker Scobell

05 | Electric Touch

Mia Welsh

A minha primeira semana na minha escola nova passou mais rápido que o esperado. A semana foi bem agitada para dizer o mínimo. Eu conheci muitas pessoas por causa da Zoey, tipo muitas mesmo.

Eu descobri no primeiro dia mesmo que a Zoey é extremamente popular por causa do pai dela. Eu confesso que fiquei surpresa com isso, afinal nós éramos a definição de excluídas no terceiro ano.

Eu também descobri que o loirinho de química é tão popular quanto Zoey. Aparentemente, ele é amigo de várias pessoas em outras séries do ensino médio e, consequentemente, ficou popular. Mas, pelo que eu entendi o nosso grupo não se mistura com eles por causa da Theresa.

Por falar nela, a Theresa é uma das pessoas mais maneiras que eu já conheci na minha vida. A avó dela é super rica e, por isso, ela tem um balanço e uma biblioteca no próprio quarto. Sem falar que ela também é uma fofa.

Quando contei para elas que eu toco guitarra as meninas praticamente me obrigaram a me inscrever para um teste da banda da escola que, coincidentemente, estava sem guitarrista.

O teste em questão é hoje.

Eu passei a noite passada inteira treinando igual louca e só parei quando a minha irmã foi me obrigar. Não pelo barulho de música, afinal eu tava tocando com fones. Ela foi me para porque estava preocupada comigo.

A Lia é muito ocupada. Pela manhã ela trabalha, a tarde ela vai para a pós graduação e só volta para casa tarde da noite. Eu quase nunca consigo ver ela, pois mesmo quando ela chega e eu ainda to acordada, ela fica com o Alden, o namorado dela.

Ele pode até estar aqui nessa casa a mais tempo, mas eu to na vida dela a mais tempo. É errado eu sentir ciúmes dele, mas é inevitável. Eu só queria passar um pouquinho de tempo com a minha irmã.

Enfim, a música que eu decidi apresentar é Electric Touch da Taylor Swift. Essa é simplesmente a minha música favorita desde o lançamento do álbum. Absolutamente tudo nessa música é perfeito e eu arrisco dizer que vai sempre ser a minha favorita.

Essa foi a primeira música inteira que eu consegui aprender na guitarra, isso é muito importante para mim.

Ir para a escola num sábado provavelmente não é algo que muitas pessoas estariam dispostas a fazer, mas infelizmente a banda só fazia testes de finais de semana.

Pelo que eu fiquei sabendo existem dez candidatos para essa vaga, de pessoas do nono até pessoas do terceiro ano.

Quais eram as minhas chances contra alguém muito mais velho e experiente? Nenhumas, eu sei, mas mesmo assim não custa fazer o teste. E eu também não queria decepcionar as minhas amigas na primeira semana de amizade.

Ao chegar na escola, logo fui ao anfiteatro, que é onde os candidatos se apresentariam. Os solos seriam feitos em ordem de inscrição, eu fui a nona da lista.

Me sentei em uma cadeira perto da dos outros candidatos e todos nós observamos o palco onde estavam os outros membros da banda.

Eram duas meninas e dois meninos. Uma garota absurdamente linda com um longo cabelo cacheado e alta. A outra menina também era tão linda quanto a primeira, com uma grande trança, entretanto, mais baixa.

Os garotos não ficavam muito para trás. Um deles possuía traços asiáticos e era quase uma parede de músculos. O outro garoto era latino e, apesar de não ter tantos músculos quanto o asiático, também era grande.

- Bom dia! Se vocês estão aqui hoje, significa que todos possuem o Inter ds entrar na banda da nossa escola. Apelidada carinhosamente por muitos como Holly Band - A cacheada introduziu.

- Mas a vida por aqui não é mil maravilhas e fácil como vocês devem pensar. Então, se depois da nossa explicação, sentirem que não aguentariam, eu peço que se retirem - A menina das três complementou e houveram vários burburinhos.

- Primeiramente acho importante vocês saberem quem somos. Eu sou Andrew, o baixista. - O menino com traços latinos falou - Aquela ali é a Dior, a nossa vocalista. O Charlie é o nosso baterista e a Leah é a tecladista.

Ele apresentou enquanto apontava para cada e os nomes falados eram respectivamente: a cacheada, o asiático e a das tranças.

Eu já vi a Leah, ela é da minha sala de inglês. Se não me engano, ela faz parte do grupo do loirinho de química. Engraçado que me falaram o nome dele, mas eu simplesmente não lembro.

Acho que eu tenho algum problema em decorar nomes.

- Agora que vocês já sabem quem somos, vamos falar sério. Estar na banda da escola não é simplesmente um status e um treino semanal. São três treinos toda semana, tocar em todos os eventos da escola, tocar em competições de música, ser chamado para tocar em festas. Vocês entendem que isso significa esquecer o que é final de semana? - Charlie falou em um tom de voz sério e dois alunos se levantaram e foram embora. Um parecia ser do terceiro ou segundo ano e o outro do nono.

- Em casos de festas, as pessoas nos pagam uma quantia de acordo com o tempo de apresentação. 50% do valor é dividido entre nós cinco e o restante é direcionado a doações. O mesmo acontece com os eventos da escola, a diferença é que neles só recebemos 25% pra dividir entre nós - Dior continuou explicando.

O anfiteatro inteiro estava quieto. O silêncio era tão ensurdecedor que se fosse soltado uma agulha seria possível ouvir.

- Bom, agora que estão só os realmente interessados, vamos começar os testes. Após todos se apresentarem, iremos conversar e lhe daremos uma resposta ainda hoje - Leah concluiu com um sorriso.

Os solos começaram. Todos extremamente bons. As músicas variaram desde um heavy metal até músicas que originalmente não tem guitarra com o instrumento por cima.

Quando chegou a minha vez as minhas mãos estavam tremendo e suando. Mas, mesmo muito nervosa, eu subi no palco e me apresentei. Na minha visão, eu fui muito mediana, eu sei que consigo ser melhor do que fui hoje.

Mas, acho que o pessoal da banda não concordam com esse meu pensamento e suas caras chocadas eram a maior prova disso. Eles se entreolharam e como se fosse telepatia, decidiram tudo.

Uma das pessoas que foi embora era o número dez, então eu fui a última apresentação. Isso foi um fator que aumentou o meu nervosismo.

Quando eu voltei ao meu lugar em frente ao palco, os quatro subiram com sorrisos de orelha a orelha e anunciaram:

- Bom, nós já fizemos nossa escolha. Mia Welsh, você tá totalmente dentro!

Meu queixo caiu no chão e meus olhos ficaram inundados de lágrimas de emoção. Desde quando eu aprendi a tocar guitarra, um sonho distante era me tornar parte de uma banda.

E uau, eu realmente consegui tornar esse meu sonho maluco realidade. Agora, eu não sou mais só a novata, eu sou a guitarrista da banda. E eu acho que já amo esse novo título.