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Algo estava afastando o sonserino da realidade, o aprisionando em questionamentos e dúvidas árduas.
Uma frase que não parava de rodar na mente do mesmo, fazendo com que a sua presença naquela manhã em Hogwarts fosse quase invisível.

"Eu sou nojento"

Essa fala repentina do namorado abriu portas para entender como funcionava a mente do moreno, e com certeza, ela não executava muitos pensamentos bons sobre si mesmo.

Em apenas uma conversa, ele pode perceber que algo parecia muito errado com o grifinório.

E com certa pressa, ele foi encontrar com o moreno.

                                ~

- Hazz? - Chamou o menino, que estava sentado no chão, encostado em uma árvore.

O garoto se virou instantaneamente para a direção da voz, abrindo um sorriso singelo para o namorado.

- Draco? O que faz aqui?

- Quero conversar uma coisa com você - Direcionou os olhos com seriedade para o outro.

A face do grifinório mudou drasticamente ao ouvir isso, se tremia dos pés a cabeça.

- Não é algo ruim, cicatriz- Rebateu, com ambas as mãos na cintura.

Harry acenou e se levantou do local, indo de encontro do maior e seguindo rumo ao castelo.

Em poucos minutos, o casal se encontrava no quarto do sonserino.

                                 ~

- É, isso tudo é tão... Você - Articulou enquanto observava os detalhes do quarto do platinado.

- Muito engraçado, senta aqui.

- O que eu fiz?

- Para de ser paranóico garoto- O mesmo completou-  Só queria saber uma coisa, só você pode me explicar.

- Então diga- Gesticulou olhando nervosamente para o platinado, esfregando suas mãos.

- O que quis dizer com "eu sou nojento?"- Questionou com o senho franzido.

Harry o encarou com os olhos perdidos, tentando formular uma resposta. Ao certo, não queria revelar o motivo daquilo.

- Harry? Você me ouviu?

- Perdão, eu só... Não sei como explicar.

O sonserino aguardava uma possível resposta para sua pergunta, que estava o atormentando a um tempinho.

- É... Quando eu disse isso, eu só quis esclarecer que não me sinto bem com o meu corpo...- Tentava vagamente continuar, entretanto, nada saia mais da sua boca.

O menor sentia que iria entrar em um surto, o loiro não demostrava feição alguma, algo que complicava ainda mais o entendimento de Harry.

- Ok... Eu vou indo- Falou, já se levantando para sair do lugar que estava ocasionando uma crise no mesmo, e foi prontamente parado.

- Você não tem permissão.

- E quem disse que preciso de permissão?

Malfoy se levantou e chegou perto do menino, o cercando com os olhos azuis acinzentados, prestes a derramar algo do fundo do peito.

- Quando você começou a pensar nessas coisas?

- Sei lá? A partir do momento em que o vi pela primeira vez?- Completou com afinco.

- Você não é nojento- Revidou, relaxando o maxilar.

Harry respirou profundamente, mordendo os lábios, queria encontrar palavras o suficiente para formar uma resposta.

- Você não precisa se preocupar com isso.

- Não quero que você tente essa, " Não se preoucupe, eu estou bem, apesar de odiar meu corpo e falar coisas ruins sobre mim mesmo", não quero essas respostas Harry, quero que você seja gentil com você.

O menor suspirou novamente.

- Não sei como posso fazer isso, como posso me aceitar. - Completou com sinceridade, mirando o rosto do outro.

- Tente olhar, com gentileza. Ele tem um poder especial Harry, ele te permite fazer muitas coisas, e teu corpo é lindo... Não sei como não enxerga.

O rapaz intercalava em olhar para o Sonserino e para o chão. Não sabia exatamente como começar a gostar do corpo, ele não conseguia ver nada de bom naquilo, parecia até amaldiçoar sua cabeça com tantas inseguranças.

- Eu vou tentar, realmente vou, só peço paciência.

- Isso não veio do nada, quem colocou essa idéia na sua mente?- Se direcionou para perto do Harry, colocando as mãos na cintura do outro.

- Meus tios...- Disse com receio, não sabia se era certo falar essas coisas para o loiro, não por falta de confiança, mas Malfoy não era do tipo que perdoava.

- Ah, a grande família perfeita, que tem uma casa que parece mais um circo?

Harry não conseguiu segurar a risada abafada, porém havia percebido que o platinado não estava brincando, na verdade estava muito bravo com essa revelação.

- Você é espetacular, não se esqueça disso- Completou, analisando o menino a sua frente.

- Ok, eu não estou acostumado com elogios, você quer me matar?

Agora quem ria era o platinado.

- Terá que se acostumar, tudo é questão de hábito. -Falou colocando o queixo em cima da cabeça do grifinório. - Aliás, preciso armar uma gangue para fazer um trabalho para mim...

- Nem pense em atacar.

- Questão de tempo Harry, questão de tempo...

Harry balançou a cabeça negativamente, não podia acreditar que tinha um namorado tão vingativo como aquele. Porém, agradecia pela paciência do outro para entender suas emoções. O platinado era a pessoa menos paciente quando se tratava dos outros, mas parecia triplicar a paciência e a gentileza quando se tratava do menino com um par de olhos azuis.

- Vou usar minha arma mortal...- Continuou comentando com afinco.

- Dá para parar?- Revidou rindo das coisas que Malfoy falava, parando por um momento para analisar o outro - Obrigada, por entender.

- Namorados, para isso que sirvo cicatriz- Comentou, bagunçando os cabelos já rebeldes do menor.

Afinal, não podia ter assuntos pendentes quando se tratava daquele Sonserino.

Apenas contos DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora