Newt = Ciúmes

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Hoje um novo garoto veio para a clareira. E para comemorar esse evento nada bom, nós fazemos uma festinha, a fogueira. Na minha opinião é a melhor parte da clareira.

Nesse momento eu estou sentada ao lado de Minho, meu amigo desde que eu pisei aqui. Como eu sou socorrista, eu sempre estou curando os corredores.

Eu estou bebendo a bebida radioativa do Gally. Horrível, porém distrai bem.

— Ei - chamo ele - o que será que o Gally coloca aqui? Eu tenho certeza que eu sinto gosto de hortelã...

— É mijo - fala descontraídamente. Na mesma hora eu cuspo tudo da minha boca. Minho ri da minha cara - que idiota, é óbvio que não tem mijo aí, nem o Gally é tão maluco.

— Idiota é você! - ele ri ainda mais - Mano, agora que você falou, me subiu um cheiro de mijo. - ele arregala os olhos.

— Nem brinca - ele olha para dentro do copo, desconfiado - melhor eu parar com isso aqui... - joga o resto do líquido na grama, eu fasso o mesmo - Sua boca está toda melada.

— Tá? Eu não tenho nenhuma pano aqui...

— Eu tenho - estendo a mão para pegar o pano dele, mas ele bate de leve nela -, deixa que eu limpo.

Levando uma sombrancelha para ele. Estranho.

— Que isso? Se compadeceu com a minha pessoa agora?

— Só cala a boquinha, ratinha - reviro os olhos para ele.

Ele começa a passar o paninho na minha boca e queixo, até no pescoço. Meu servo obediente. Tô me sentindo uma rainha.

— Pronto - fala parando de pasar o pano sujo na minha cara - , cê tá até mais gostosa agora.

— Tá me estranhando mano? - ele dá um sorrisinho - o Minho, pra quê você usa esse pano aí?

— Pra assoar o nariz. - eu arregalo os olhos para ele, ele começa a rir de novo - Calma leoa, tá limpo, eu lavei hoje. - fala pausadamente, por causa da risada.

Eu começo a bater nele, dando ums tapas no braço dele e na nuca. Ele ri ainda mais da minha cara. Ele se levanta do chão e me puxa pelos pulsos, começando a me arrastar para os dormitórios.

— Vamos, vamos, tá na hora da criança dormir - que filha da puta!

Quando eu estou prestes a xingar até a 27° geração do Minho, o Newt brota do chão no meu lado, com uma carranca horrível.

— Quer me matar de susto?! - falo colocando a mão no coração. - Eu quase infartei!

Ele nem olha para mim. Ele ficça o olhar no Minho com aquela cara de cu.

— O Alby tá te chamando - fala pegando no meu pulso e me arrastando para Sede. Parece que todo mundo decidiu me arrastar hoje.

Eu Newt somos melhores amigos, ele é um fofo, eu amo ele demais, gosto do jeito legal e paciente dele.

Mas por outro lado, ele sempre foi super protetor, odiava me ver ao lado de outros garotos, não gostava de me ver de roupa curta, e literalmente ficava em volta da área onde eu tomo banho para ninguém olhar.

Uma vez, um garoto que é muito meu amigo, o Dylan, me deu um tapinha na bunda, de brincadeira. Pra contextualizar a história, eu tava conversando com ele, e daí eu falei do nada assim: "Eu duvido você dar um tapa na minha bunda".

E como homem não consegue ser desafiado, ele me deu um tapa na bunda. Eu dei até risada. Mas o Newt não achou em um pouco engraçado.

Se não tivessem segurado ele, ele teria quebrado o Dylan no soco. Eu nunca vi ele tão bravo.

Mas voltando aos tempos atuais... Nós chegamos na Sede e Newt soltou o meu braço, ainda com carranca.

— Onde tá o Alby? Não tô vendo ele aqui - falo colocando as mãos na cintura -, pera, o Alby não tava na fogueira junto com todo mundo?

Me viro para ele, que estava me olhando, o olhar dele estava fulminante.

— Que porra era aquela?! - fala bravo - Por que você tava cheia de gracinha com o Minho?!

— O que você está falando? Eu estava apenas conversando com ele. - quem ele acha que é? - Eu tenho outros amigos, pra sua informação!

— É assim que você trata os seus amiguinhos então?! - já não estou entendendo nada, não que eu estivesse entendendo alguma coisa antes - Dando risadinha, cheia de mãozinha pra cima dele, deixando ele limpar a sua boca! Ele tava quase te beijando! Era isso que você queria?!

Agora eu entendi, ele tá com ciúmes. Ele sempre teve ciúmes de mim e do Minho, mas eu nunca teria imaginado isso.

— Talvez você não saiba, mas eu fasso tudo que você tá falando com você, e tu nunca reclama - dou um sorrisinho - as vezes muito pior até.

Ele fica bem vermelho e de olhos arregalados. Ele sabe o que nós fizemos uma vez, sabe bem disso.

Uma vez, a uns 4 meses, eu e ele estavamos  sem sono, estão nós dois fomos andar um pouquinho. Tempo vai tempo vem, nos dois começamos a notar um climinha.

E, por pura química (e, talvez um pouco sono), nos beijamos. Que beijo, nossa.

Nós nunca tocamos no assunto, ele ficava muito envergonhado quando eu tentava, daí eu desisti, estava tudo bem, então eu deixei quieto.

— A-aquilo não.... Fo-oi  nada - fala parecendo um robô - desculpa...

— Pelo quê? Por ter me beijado ou ter ficado com ciúmes do Minho e eu? - ele encara a parede ao meu lado, bem constrangido.

— Pelos dois... - ele tava tão fofinho. Eu amo esse menino!

Eu chego perto dele e passo os meus braços pelo pescoço dele trazendo o seu rosto para mais perto. Ele parece não saber o que fazer.

— Eu te desculpo pelo Minho — chego mais perto do seu rosto ainda, quase encostando os narizes. - mas já o beijo, eu só perdoo de você me der outro...

Ele arregala os olhos, como eu estou com o corpo colado no dele, eu sinto o coração dele batendo mais rápido.

— Então? Vai me beijar ou não? - sem perder tempo, ele agarra a minha cintura e gruda os lábios nos meus.

Eu e ele começamos um beijo quente, ele me invade com a língua, me deixando no céu. Seguro em seus cabelos, os puxando.

Ele me encosta na parede, apimentando o beijo, se coloca entre as minhas pernas e segura uma de minhas coxas no quadril dele, abortando sua pélvis na minha.

Estava tudo bem demais, e como nada é inteiramente bom o tempo todo, a maldita falta de ar se fez presente.

Nós nos separamos, ofegantes. Newt coloca a testa na minha, olhando fundo nos meus olhos.

— Onde você aprendeu o beijar desse jeito, Newt? - pergunto sinceramente, meio pasma ainda. Ele dá uma risadinha.

— Eu não fasso ideia - ele beija a ponta do meu nariz -, mas se fosse pra falar alguma coisa, eu diria que nós somos almas separadas.

— Almas separadas?

— Sim, almas separadas - ele olha apaixonado para mim -, eu me lembro de uma história quê, quando nascemos, nós nascemos grudados em outra alma, porém, os Deuses, sabendo que com essa outra alma nós estaríamos completos, resolveram separar essas almas, com medo de que os humanos sejam perfeitos demais.

Essa foi uma das coisas mais lindas que eu já ouvi na vida. Eu já disse que eu amo esse menino?

— Eu não sei se já disse isso, mas caso não tenha dito... Eu te amo de toda a alma, cada pedacinho de mim te ama infinitamente.

— Eu te amo mais que as estrelas amam a noite. - eu apenas pego o rosto dele e o beijo com amor e carinho.

— Eu vou te seguir até o infinito. - eu falo apaixonadamente.

— E eu vou ter seguir do infinito e além - e ele me beija de novo, como se eu fosse a única coisa no universo.

*°IMAGINES° THE MAZE RUNNER*Onde histórias criam vida. Descubra agora