16º careca ?

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~um mês se passou~

Estou fazendo quimioterapia, nao esta sendo fácil, meu cabelo esta ameaçando a cair, estou muito fraca por conta do tratamento, desde aquele dia não vou mais pra escola, não quero ninguém chorando aos meus pés, falsidade quero distância, não tinha nenhuma amiga la mesmo, mais sinto falta das amigas que tive que deixar no Brasil. O Adam, esta sempre ao meu lado, ja me contou que conseguiu a carteira de motorista, o carro ainda nao compro, mais eu gosto de sair mais ele a pé, to começando a valorizar tudo que tem em minha volta, eu sei que vou morrer, todo mundo sabe que um dia vão morrer, só que eu tenho mais chances.
Nunca mais me cortei, tenho tão pouco sangue, que ate isso tenho que valorizar. Uma gota fora de mim, ja fico mais fraca ainda.

Estou sentada no sofá nesse frio intenso na manhã. Me deito pra durmi nem que seje um pouco debaixo do coberto queintinho. Mas alguém toca a campainha e como minha mãe nao ta em casa, sou obrigada a sair do sofa.

Abro a porta e era o Adam, com um sorriso imenso. Atrás dele tem um carro cinza, com teto solar.

-- Onde você conseguiu dinheiro, pra comprar um carro desse porte? - pergunta ainda sem acreditar.

-- Não, esse não é meu não, é o outra da frente. - Dou risada quando vejo um fusquinha. - To brincando, é esse mesmo. Quer dar uma voltinha no MEU carro ? - Diz ele todo feliz quando diz " meu ".

-- Logico Adam. Entra. So vou me trocar.

-- Ja vi que vai demorar.- Diz ele rindo.

Apenas ignoro. E subo as escadas em alta velocidade. Pego uma calça jeans, queria ir de shorts mais ta fazendo frio. Pego uma regata, e uma blusa de frio preta e uma bota. Deixo tudo separado e entro no banheiro. Tomo banho, me visto e vou pentear meus cabelos. Na segunda vez que passo o pente o cabelo vem junto. Isso nao podia ta acontecendo. A doutora disse que ia cair aos poucos. Pego todo cabelo que tinha caido. Dava ate pra fazer uma mini-peruca. Me desabo em lágrimas, logo o Adam entra.

-- Vamos piquena Pi. - Diz ele contente, mais logo some seu sorriso quando ve os cabelos em minha mão.

Ele nao fala nada apenas me abraça ficamos assim por horas, ate que ele diz:

- Pi, não importaria pra mim se você fosse gorda, sardenta e nem se fosse careca. Eu vou te amar pra sempre. - Ele diz colocando minha cabeça em seu peito, pude ouvir seu coração, tava muito acelerado.

-- Obrigada amor... sei que não é o momento certo, mas...pra onde vamos Adam ?- perguntei secando as lágrimas.

-- Não sei, você quer ir pra onde ?

-- Pro..... cabeleireiro. - Digo e ele entende o que eu queria. Ele passa a mão em meus cabelos, como se fosse a última vez que pudesse toca-los, e logo me da um beijo em minha testa.

Assim fomos. chegamos la. Ouvi o som da máquina que corta cabelo.

Sera que é isso mesmo que eu quero pra mim? Mas se eu não fizer isso, ele vai ficar caindo aos pouco.

Sento na cadeira, seguro na mão de Adam, que ja esta com lágrimas, ele passa a mão no me rosto tirando um cabelo que tinha no meu rosto e diz:

-- Você vai ficar linda, minha Piquenininha.

Como não amar ele? Mordo o lábio quando vejo o cabeleireiro ligando a maquininha e passando em minha cabeça.

Sinto cada fio sendo arrancado, e naquela hora, não doia minha cabeça, mais sentia uma dor inexplicável, vou sentir falta porque ter cabelo grande.. tem várias vantagens, vc pode cobrir seu rosto com ele quando esta com vergonha, ele esquenta sua cabeça, e ele é o melhor lugar pra receber cafune...

Um Amor Incondicional [ concluído ]Onde histórias criam vida. Descubra agora