24. Estaca zero

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Narrado por Valerie Gray:

A luz fraca do amanhecer invadiu o quarto, fazendo-me despertar com uma pontada de dor na cabeça. Minha visão ainda estava turva pela ressaca quando senti uma mão firme envolvendo minha cintura.

Ao olhar ao meu lado, vi Sirius com o rosto próximo ao meu pescoço, sua respiração quente arrepiando minha pele. Instintivamente, tentei me levantar, mas ele me agarrou e me puxou para mais perto dele. Senti seu corpo quente contra o meu, mas resisti à tentação de me entregar àquele momento.

Esperei até que ele virasse para o lado e, com cuidado para não acordá-lo, me levantei da cama e segui até o banheiro. O chuveiro quente era um alívio bem-vindo para a minha cabeça latejante, e a água escorrendo pelo meu corpo me fez sentir um pouco mais desperta. Enquanto lavava o rosto, eu tentava afastar os pensamentos confusos sobre a noite anterior e me concentrar no novo dia que estava começando.

Após o banho reconfortante, enrolei-me em uma toalha e saí do banheiro, ainda sentindo-me um pouco zonza pela ressaca. Ao me deparar com Sirius sem camisa, de pé próximo à cama, meu coração deu um salto, mas eu tentei manter a compostura.

Ele me olhou com aqueles olhos cinzentos intensos e perguntou com uma voz casual:

— E aí, consegue se lembrar de alguma coisa da noite passada?

Respirei fundo, tentando parecer desinteressada, enquanto respondia:

— Não muito, estava meio turva, sabe como é...

No fundo, eu me lembrava de tudo perfeitamente bem, cada momento compartilhado entre nós. Mas eu decidi guardar essas lembranças apenas para mim mesma.

Sirius soltou uma risadinha sarcástica e disse:

— Ah, que conveniente, Valerie. Então, vamos agir como se nada tivesse acontecido, certo? Bom dia, então.

Seu tom irônico me fez revirar os olhos, mas eu apenas assenti e fui me vestir, tentando ignorar a tensão que pairava entre nós naquele momento.

Após a troca de palavras sarcásticas com Sirius, peguei minha uma blusa e a vesti, e fiz o mesmo com uma calça moletom, sentindo o olhar dele sobre mim enquanto me arrumava. A tensão entre nós era palpável, mas eu sabia que precisava manter as aparências.

— Ei, Sirius, você vai tomar café comigo? — perguntei, tentando soar casual.

Ele pareceu hesitar por um momento antes de responder, com um tom um pouco sombrio:

— Eu gostaria, mas acho que preciso voltar para o meu dormitório antes que os Marotos comecem a fazer perguntas inconvenientes sobre onde eu estava a noite toda.

Assenti compreensivamente, compreendendo a situação. Era melhor manter as coisas discretas, pelo menos por enquanto.

Antes que ele saísse, porém, Sirius se aproximou de mim, sua expressão um tanto melancólica. Ele colocou uma mecha solta do meu cabelo atrás da orelha e perguntou com uma mistura de seriedade e ironia:

— Você vai ao aniversário do meu pai hoje à noite? Eu realmente não estou ansioso para enfrentar todos os Black reunidos em um só lugar.

Dei uma risadinha irônica e respondi:

— Hmm, vou pensar sobre isso. Não sei se estou com vontade de conviver com toda aquela energia negativa.

Ele soltou um suspiro e, em seguida, com um toque de sarcasmo, disse:

— Bem, até que sua cama não é tão ruim assim.

Com um sorriso leve nos lábios, eu me joguei na cama ao lado dele, sentindo o calor reconfortante do colchão sob meu corpo.

𝗠𝘆 𝗹𝗼𝘃𝗲 𝗳𝗼𝗿 𝘆𝗼𝘂 𝗶𝘀 𝗿𝗶𝗱𝗶𝗰𝘂𝗹𝗼𝘂𝘀 - 𝑆𝑖𝑟𝑖𝑢𝑠 𝐵𝑙𝑎𝑐𝑘Onde histórias criam vida. Descubra agora