Capitulo 09 - Thomas Carter

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Eu li em algum lugar que a grande maioria das pessoas querem ser amadas, mas possuem um medo grande amar. Bom, vão ter aquelas pessoas que terão coragem para se arriscarem mesmo com grande chance de ouvirem um não, mas ainda assim, acho que seria melhor do que ficar sentado esperando o destino trazer o amor da sua vida. Quem sou eu para dizer essas coisas não é? Passei a minha vida inteira no espreito, esperando que as pessoas não me notassem, nunca quis mais do que tive e mesmo assim tenho mais do que quero, ou tenho exatamente o que eu mereço ter. Uma mãe assassinada e um pai desparecido. Acho que aprendi a lidar com essa falta de esperança ou com o comodismo. Quero dizer, corro atrás dos meus objetivos, mas só daqueles que eu sei que terá sucesso ou que está se encaminhando para um. E foi exatamente por isso que liguei para Emma naquela manhã. Eu não conseguia parar de pensar no "quase beijo" que rolou e na possibilidade de Harry também ter passado a noite em claro pensando em várias maneiras de me dizer como havia gostado, talvez tanto quanto eu. O barulho das pessoas quebrando ou desmontando alguma coisa lá fora fazia com que eu não escutasse bem o face time no meu quarto, então procurei um lugar mais silencioso e acabei entrando no escritório do pai do Harry. Espero que o senhor Adams não apareça agora.

- VOCÊS SE BEIJARAM?

A tão esperada reação de Emma. Rolei os olhos para me conter, por que no fundo eu gostaria de gritar com ela.

- Shiiii. – pedi. – Não foi exatamente um beijo, mas... – encolhi os ombros e sorri de orelha a orelha.

- Você fica tão linda e radiante quando está apaixonada. – ela disse. – Devia ver como seus olhos estão brilhando agora.

- Foi muito difícil perceber, mas é isso. – dei de ombros. – Estou apaixonada por Harry Adams, o garoto mais convencido e prepotente que eu já conheci.

- E também o mais gatinho. – ela completou e sorriu. – Vocês terão filhos lindo. Posso ser madrinha?

- Vamos com calma, por favor, uma coisa de cada vez.

- Isso, primeiro você precisa perder a virgindade. – rolei os olhos.

- Primeiro eu preciso saber se ele também gosta de mim.

- É... Isso também. – ela estava tão empolgada quanto eu.
Ia dizer mais alguma coisa quando a porta do escritório se abriu e eu corri para me esconder atrás da estante de livros. Respirei aliviada quando vi que era Harry e Helena.

- Ainda estou esperando você me dizer aonde se meteu ontem à noite. – Helena o seguiu até a escrivaninha onde ficava o computador. Harry se sentou e começou a pesquisar algo e parecia bem concentrado.

- Estava com a Brooklyn. – respondeu sem o menor interesse.

- Hmmmmm. – ela se sentou na mesinha em questão. – E o que vocês tinham para resolver mais importante do que saber de quem era o primeiro pedaço do bolo?

- Que seria para a vovó se ela estivesse presente na festa.

- E apenas por isso eu não me sinto ofendida. – ela sorriu. – Vamos, me conte. O que aconteceu entre vocês? – ela parecia curiosa, e eu também acabei ficando. Diga Harry, o que aconteceu entre a gente? O que significou para você?

- Por que está tão empolgada para saber o que aconteceu entre nós? – ele a olhou ao franzir o cenho.

- Tenho esperanças de que da próxima vez em que voltarem para Ottawa ela já seja a sua namorada.

Harry sorriu ao manear a cabeça negativamente.

- Não aconteceu nada de mais. – disse em fim ao se levantar. – E nada vai acontecer por que a Brooklyn é como uma irmã mais nova para mim.

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