Peace Amid Chaos.

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Pov's Autora:

O hospital era uma cacofonia de ruídos estranhos e odores pungentes que preenchiam o ar. Os corredores eram uma teia de incertezas, cada passo ecoando com a tensão palpável que se instalara desde o fatídico momento do acidente. No quarto 314, a vida de Lauren estava suspensa em um limbo entre a esperança e o medo, enquanto máquinas zumbiam e monitores pulsavam em um ritmo desconcertante.

Camila ainda estava no hospital, seu coração pesando como uma âncora em seu peito. A visão de Lauren tão pálida e vulnerável na cama de hospital era quase insuportável, uma lembrança angustiante de tudo o que ela gostaria de desfazer. As máscaras e tubos que a envolviam pareciam uma jaula, aprisionando-a em um mundo de dor e incerteza.

De volta ao quarto após ir pegar um café para tentar aquecer seu corpo, Camila se aproximou da cama com cautela, sua respiração entrecortada pelo peso esmagador da culpa. Era difícil encarar Lauren sem se lembrar do momento em que tudo mudara, do instante em que o destino cruel as separara de maneira tão brutal. Ela nunca deveria ter brincado e mentido para Lauren, nunca deveria ter sido tão estúpida e além de tudo mentido para seu próprio coração.

Lauren parecia tão frágil, tão distante de sua essência vibrante e cheia de vida. Seu rosto, normalmente iluminado pelo sorriso fácil, agora era uma máscara de dor e sofrimento, seus olhos fechados como se estivessem fugindo de um mundo que se tornara demasiado cruel para suportar.

Camila novamente segurou sua mão com delicadeza, sentindo a pele fria contra a sua.

-Me desculpe..._  Sussurrou ela, as palavras escapando de seus lábios em um sussurro trêmulo_.  Eu deveria ter cuidado melhor de você, Deveria ter amado você como merece. Com sinceridade e pureza. Eu nunca deveria ter te magoado.

O silêncio no quarto era ensurdecedor, apenas interrompido pelo som constante das máquinas que mantinham Lauren viva. Camila fechou os olhos, tentando afastar as imagens do acidente que teimavam em assombrá-la. Ela podia sentir o gosto amargo do remorso em sua boca, uma lembrança constante de tudo o que ela perdera.

Ela se lembrou do som do impacto, do horror congelado em seu peito quando percebeu o que havia acontecido. Ela se lembrou do momento em que os paramédicos haviam retirado Lauren do asfalto frio, sua mente girando em um turbilhão de desespero e descrença.

Mas agora, tudo o que ela podia fazer era esperar. Esperar e rezar para que Lauren se recuperasse, para que ela tivesse a chance de dizer-lhe o quanto a amava, o quanto lamentava o que havia acontecido. Enquanto isso, ela estaria ali, ao seu lado, suportando o peso de sua culpa até que ela finalmente despertasse.

Com um suspiro pesado, Camila abaixou a cabeça e deixou as lágrimas caírem silenciosamente. Ela sabia que não poderia desfazer o passado, mas faria qualquer coisa para tornar o futuro melhor, se ao menos tivesse essa chance. Ela rezava para que o amor que sentia por Lauren fosse suficiente para guiá-la de volta para ela, para a vida que elas poderiam construir juntas.

Enquanto isso, fora daquele quarto, Michael Jauregui adentrava o hospital com passos que mais pareciam arrastar-se pelo chão, como se cada passo fosse um fardo insuportável a carregar. Seu coração martelava dentro do peito, uma sinfonia de angústia e medo que reverberava em cada fibra de seu ser. O corredor, com suas paredes brancas e estéreis, parecia uma passagem para um mundo de dor e desespero.

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