Meu nome é Akira Fujii, tenho 26 anos e sou formado em Engenharia. Atualmente, estou me preparando para a prova de conclusão do MBA em Engenharia de Produção. Após terminar meus estudos, meu plano era assumir a liderança da empresa da família e me mudar para os Estados Unidos... ou melhor, esse era o plano.
A família Fujii é uma das mais influentes tanto no Japão quanto no Brasil, junto com as famílias Sato e Takara. Meu pai e meu tio são gêmeos que fundaram nossa empresa de construção civil há cerca de 50 anos no Paraná e, posteriormente, abriram uma filial em Nagasaki. Eles começaram do zero, enfrentando muitos desafios como imigrantes japoneses em um país onde não eram bem recebidos.
Atualmente, trabalho na diretoria da empresa ao lado da minha prima Hana, filha do meu tio Tatsu. Tenho também outra prima, Marcela, que é irmã da Hana. Apesar de não morarmos juntos e estarmos distantes, Marcela vive na minha casa quando está na cidade.
Há cerca de cinco meses, meu pai e meu tio decidiram mudar o rumo das nossas vidas tranquilas. Sempre fui uma pessoa reservada e introspectiva, moldado desde cedo para liderar e seguir as regras da família. No entanto, eles convocaram uma reunião com Hana e comigo, e apresentaram uma proposta inesperada: a empresa seria transferida para quem conseguisse ter um herdeiro primeiro.
Eu já sabia que meu pai estava ansioso por netos, especialmente porque sou filho único e ele sempre comenta que, na minha idade, minha mãe já estava grávida de mim. Contudo, essa decisão ultrapassou os limites. Apesar de não me opor a ter um filho, estou ciente de que meu pai e meu tio estão jogando um jogo competitivo, e eu, sendo naturalmente competitivo, não aceitaria perder a empresa para minha prima.
Após isso, comecei a procurar mulheres para me ajudar a cumprir o desafio imposto pelo meu pai. No entanto, a maioria delas parecia mais interessada no meu dinheiro do que em formar uma família, e eu não queria isso. Se eu fosse ter um filho, queria que fosse com alguém com integridade, não por interesse financeiro.
Pesquisando alternativas, descobri a possibilidade de usar uma barriga de aluguel. Achei a ideia prática, pois envolveria apenas a doação do meu esperma, sem a necessidade de me envolver pessoalmente. Explorei clínicas, tanto no exterior quanto no país, mantendo tudo em anonimato para evitar chamar ainda mais atenção.
No entanto, comecei a me sentir desconfortável com a ideia de envolver uma estranha na criação do meu filho. Esse dilema me fez reconsiderar a busca por um tempo. Além disso, me preocupo com o que Hana está planejando; ela, sendo mulher, tem uma vantagem natural e pode engravidar de qualquer um, se assim desejar. Isso adiciona um toque irônico à situação.
Era um dia escaldante, e o calor só intensificava o meu estresse. As demandas da empresa pareciam estar caindo todas sobre mim, e eu estava à beira de um colapso. Para piorar, minha casa estava uma bagunça, o que só aumentava a minha frustração.
Enquanto andava pelo escritório, perdido em pensamentos, avistei o elevador se fechando. Corri e segurei a porta, e uma mulher que estava dentro rapidamente apertou o botão para que eu entrasse. Agradeci com um aceno e me voltei para responder algumas mensagens de sócios.
De repente, o telefone da clínica estrangeira que estava lidando com a questão da barriga de aluguel tocou. Respondi em inglês, para evitar despertar a curiosidade de qualquer pessoa próxima.
A mulher ao meu lado me observava intensamente. Notei seus olhos castanhos e sua pele morena, com um rabo de cavalo desgrenhado que não parecia se encaixar muito bem no ambiente sofisticado do prédio. Seu visual desarrumado indicava que ela não trabalhava aqui. Quando o elevador parou, o movimento apressado dela fez com que eu visse apenas a parte de trás, com uma postura um tanto desengonçada.
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A Empregada e o Bebê
RomansaQuando a jovem diarista, Isabela, começa a trabalhar para o bem-sucedido, sério, charmoso e de família tradicional japonesa, Akira Fujii, em meio a cuidados com a casa e limpeza ambos demonstram interesses em comum, qual o limite ético e profission...