Erin realmente não queria ir para esta excursão. Uma viagem cheia de gente hetero não era algo que estava em sua lista de desejos, mas sua irmã, Nora, havia insistido para ela a acompanhar até ela ceder, depois de muita chantagem emocional.
Foram quatro longas horas de viagem, mas ao menos ela conseguiu descansar durante o trajeto, pois sua irmã foi a motorista da vez. Enquanto tirava as malas do carro, Erin olhou ao redor. O lugar era realmente bonito, mais do que o que ela esperava. Era uma cabana na beira de um largo rio, ela só esperava não ficar entediada, porque ao redor daquela casa bonita não havia nada além de centenas de árvores.
Ao entrarem na cabana, elas foram recepcionadas por algumas pessoas do trabalho de Nora que já haviam chegado há um tempo no local. Elas foram levadas a um dos quartos para se acomodar. O humor de Erin quase foi embora quando ela notou que não teria muita privacidade ali. O quarto era compartilhado por pelo menos mais cinco pessoas que ela sequer sabia o nome.
- Por favor, tenta se enturmar. Eu vivo falando bem de você no trabalho, eles são legais, eu juro. - Nora pediu quase chorando, sabendo do humor que sua irmã estava nesse momento.
Erin suspirou e jogou suas malas na cama que foi designada para ela. Seriam longos sete dias.
- Tudo bem... Não se preocupe comigo. Tendo comida e um bom vinho eu vou ficar bem.
Nora sorriu de forma meiga e Erin decidiu que iria deixar seu lado rabugento de lado e tentar se adaptar a esse novo e estranho grupo de pessoas.
Durante o dia, todos se juntaram para organizar e limpar a cabana para aproveitarem melhor. Erin era uma ótima chef de cozinha e pelo jeito todo mundo ali sabia disso, pois logo a designaram para fazer alguma comida para o grupo. Duas pessoas a ajudaram e foram as primeiras pessoas que ela teve algum tipo de contato direto.
Billy e Amber eram bem comunicativos, o que facilitou para Erin, que não tinha esse seu lado muito aflorado, mas ela logo se enturmou com os dois. Algumas horas na cozinha e agora eles pareciam ser melhores amigos, apesar de Erin ainda se sentir um pouco retraída.
Na hora do jantar, todos da casa se reuniram na gigantesca mesa. Eram cerca de quinze a vinte pessoas, Erin não se deu ao trabalho de contar. Os sons de pratos e garfos se misturavam entre as gargalhadas e conversas que ela tentava acompanhar. Muitos elogios pela comida também a fizeram se sentir mais confortável e o jantar não foi tão ruim quanto ela esperava.
Um par de horas depois, metade do grupo, incluindo sua irmã, tinham ido dormir para descansar para algumas atividades que começariam cedo no dia seguinte, mas como Erin era apenas acompanhante de Nora ela não precisaria acordar tão cedo quanto todos os outros, então pegou uma cerveja e se sentou em uma cadeira na varanda.
A noite estava fria o suficiente para sair fumaça de sua boca a cada respiração, mas Erin gostava desse tipo de clima. Mais na frente, na beira do lago, ela viu um pequeno grupo de pessoas bebendo, rindo e jogando pedras na água como se fossem adolescentes, o que a fez rir sozinha.
- Parecem crianças, né?
Erin se assustou um pouco com a voz perto dela. Era Amber.
- Acho que todos nós temos um lado criança.
Amber sorriu.
- Verdade. - ela se sentou em uma das cadeiras ao seu lado. - A comida ficou deliciosa, a Nora sempre falou que você era uma chef incrível, mas provando a gente percebe que não era só bajulação de irmã.
Erin sorriu envergonhada, mesmo com trinta anos de idade, ela ainda não sabia lidar com elogios desse tipo.
- Obrigada. Vocês me ajudaram muito, o que é uma chef sem seus assistentes?
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Contos Lésbicos
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