Trabalho de Química

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Violet não havia gostado nenhum pouco do grupo que acabou se formando para realizar aquele infeliz trabalho. A única pessoa que ela tinha algum tipo de aproximação era Zac, um colega de classe que não era insuportável como praticamente todos os outros.

Um grupo de quatros pessoas foi formado, além dela e de Zac, também tinham Tommy e Amélia. Tommy era o típico nerd quatro olhos e Amélia era sua melhor amiga, a perfeitinha da turma, sempre sabia o que responder, sempre tirava as melhores notas, sempre era bajulada pelos professores e até pela diretoria. Além de ser a mais bonita, claro.

Como ela havia parado no mesmo grupo que Amélia? Essa era fácil: Amélia estava tendo um romance não assumido com Zac. Era nítida a aproximação deles em alguns momentos, os olhares e os sorrisos. Não precisava ser um Sherlock Holmes para desvendar esse mistério.

Como além de tudo, Amélia era a mais mimada, todo mundo concordou que o trabalho seria feito na casa dela e seria dividido em dois dias para finalizar. O que não agradou V nem um pouco foi a distância que a casa dela ficava de sua casa. Zac e Tommy moravam bem perto dela, eles não tirariam mais de quinze minutos para chegar, mas V precisou sair duas malditas horas mais cedo pra chegar no horário combinado.

Ela só havia topado participar porque era o último trabalho do ano e a nota era importantíssima para o fechamento das médias. Falando assim até parecia que ela estava falando de escola. Mas isso tudo era um curso preparatório para eles se inscreverem em algumas faculdades.

Depois de uma hora que saiu, V notou que iria se atrasar. Houve um problema em um dos trens que ela teria que pegar para chegar ao destino e levou mais de meia hora para ser resolvido. Ela mandou uma mensagem para Zac para dizer que iria se atrasar, mas antes mesmo de sua mensagem ser enviada, seu celular descarregou. E era só isso que faltava. Por sorte, V tinha uma memória muito boa e havia decorado o endereço de Amélia, então conseguiria chegar lá de toda forma esperava que ninguém a culpasse pelo ocorrido.

Quando faltavam vinte minutos para ela chegar, V notou que uma tempestade nada agradável estava se formando. Nuvens espessas e escuras estavam deixando a tarde escura e os trovões não eram um bom presságio do que viria. Uma chuva pesada começou a cair e os comentários das pessoas não estavam ajudando a deixá-la mais tranquila. Alguém falou de um alerta de tempestade severa e ela só pensou no quanto estava fodida para voltar para casa.

Quando finalmente chegou no lugar certo, ela colocou seu casaco, tentando proteger sua mochila com ele e sua cabeça com o capuz e correu até a casa de Amélia, que ficava há uns dez minutos do ponto do último ônibus que ela havia pego. Número 614, só poderia ser ali. Toda ensopada e embaixo de uma chuva impiedosa, V correu até a gigantesca casa e finalmente saiu da chuva quando chegou na varanda. Ela tentou dar um jeito nos seus cabelos os jogando para trás, mas nada ajudaria nesse momento a não ser uma toalha.

V tocou a campainha e esperou.

Amélia abriu a porta e a olhou com o olhar mais desconfiado do mundo. Ela suspirou.

- Eu sei que estou atrasada, mas você não vai acreditar no caos que eu enfrentei pra chegar aqui.

- Você não recebeu a mensagem? O Zac disse que te avisou, o trabalho foi adiado pra outro dia por causa da tempestade.

A cara de V ficou travada. Sem reação alguma. Isso só poderia ser uma brincadeira de mal gosto.

- Tá falando sério? - ela perguntou, rindo com um pouco de desespero.

- Sim... O Zac disse que te avisou.

- Porra! - V passou as mãos no rosto, tentando tirar o excesso de água, mas advinha só? Suas mãos também estavam ensopadas. - A porra do meu celular descarregou no meio do caminho, eu não vi essa mensagem, eu sai de casa muito cedo porque moro longe.

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