{Capítulo 32}

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*Fernando on*

-A Maiara ficou insegura com essa aparição da Elisa, eu fiquei bastante pensativo, mas nunca passou pela minha cabeça voltar com ela ou pensar que existe algum sentimento. Fiquei surpreso, porque eu vi ela morta ali e ela aparecer assim-

-Nós conversamos em uma lanchonete do aeroporto, a Maiara se estressou e saiu, eu ia atrás, mas eu estava curioso pra saber o que a Elisa fez. Ela disse que tentou se suicidar, a mãe achou as cartelas de remédios vazias e por ela estar desacordada há tanto tempo, imaginou que ela estava morta-

-Teve o alvoroço todo, que foi quando as pessoas ficaram sabendo e chegou até mim. Eu fui embora naquele mesmo dia, não fiquei pra velório e nem pra saber de nada. Quando foram buscar o corpo dela, descobriram que na verdade, ela estava viva e quase em coma. Levaram as pressas para o hospital, fizeram procedimentos para tirar os comprimidos dela e ela só acordou duas semanas depois-

-Perguntaram o porquê dela ter feito e ela contou tudo. O pai dela foi preso e ela voltou pra casa para me ver, e para pegar as coisas dela, pois ela e a mãe não quiseram continuar naquela casa. Chegando lá, descobriram que eu tinha ido embora e meus pais também. Ela me procurou por todos esses anos, não seguiu a vida dela e então me encontrou assim, com minha vida bem estruturada-

-Falei que sentia muito por tudo o que aconteceu e que esse era um sinal pra ela seguir a vida dela. Ela chorava em silêncio, não me respondeu nada, então levantei e fui procurar meu furacãozinho ruivo. Encontrei ela sentada, fazendo chamada de vídeo com nossos filhos. Falei com eles também e nós conversamos. Parece que acertamos tudo. Voltamos a trabalhar e voamos de volta pra SP-

*Dia seguinte

Fer: Que foi, bebê? -Perguntei quando entramos no carro, estávamos indo pra casa-

Mai: Por que?

Fer: Tá caladinha

Mai: Só estou com sono

Fer: Não é só isso

Mai: Não estou afim de falar, amor. Já martelei demais esse assunto, quero tomar banho e dormir nos braços do meu amor

Fer: Tudo bem -Segurei o mão dela e ela ficou olhando pra janela do carro-

-Por conta do trânsito, chegamos em casa e as crianças já tinham ido pra escola. A Maiara falou com meus pais e a Nete, mas logo subiu. Todo mundo percebeu que ela tava estranha e eu pedi para esperarem. Subi para o quarto e abracei ela por trás, começando a tirar os grampos do cabelo dela e soltando-

Mai: Que alívio

Fer: Vamos pro chuveiro agora, precisamos repor as energias, para quando nossos foguetinhos chegarem

Mai: Estou com saudade deles

Fer: Eu também. Vamos buscar eles na escola?

Mai: Boa ideia, vamos sim

Fer: Eu acordo você no horário

Mai: Certo

-Fomos tomar banho e eu lavei o cabelo dela. Depois nos vestimos e deitamos, ela deitou no meu peito e logo dormiu, eu acompanhei ela. Acordei com meu despertador tocando, já que íamos buscar as crianças. Acordei a Maiara, me troquei e desci antes dela-

Filomena: Vão buscar as crianças na escola?

Fer: Sim. Vou esperar a Maiara descer

Filomena: O que aconteceu com ela?

Fer: Você nem vai acreditar, mãe. A Elisa tá viva

Filomena: O que? Mas a gente viu ela morta

Fer: Eu também fiquei assustado -Comecei contar tudo pra ela e a Maiara desceu-

Mai: Vou te esperar no carro, marido

Fer: Não vou demorar, linda -Terminei a história e fui pro carro. A Maiara estava com cara de quem acabou de chorar- O que foi?

Mai: Maraisa me ligou

Fer: Tá tudo bem com ela?

Mai: A Eric saiu da cadeia -Ela voltou a chorar-

Fer: Ele não tinha sido condenado a vários anos?

Mai: Foi liberado por bom comportamento, vai ficar usando tornozeleira eletrônica

Fer: Tanto caos em vinte e quatro horas

-Dirigi até a escola dos nossos filhos, a Maiara foi tentando conter o choro até lá, eles sempre sabem quando ela chora. Ela já estava com uma carinha melhor, fomos até a sala do Valentim e ele correu pro nosso abraço-

Valentim: Senti tanta saudade

Mai: Nós também. Como está sendo na escolinha?

Valentim: Muito bom, mamãe. Eu tenho amiguinhos e nós brincamos muito

Mai: Que maravilha, meu anjinho. A mamãe está super feliz por você

Fer: Isso é muito bom, anjo. Vamos buscar a Lala e o Ravi?

Valentim: Siim, papai!

-Caminhamos até a sala dos gêmeos e eles logo se levantaram, pegando suas coisas. Ravi veio correndo, abraçando eu e a Maiara. Laura estava conversando com um amiguinho, eles se abraçaram e ele beijou a bochecha dela. Eu congelei, sentindo que eu estava me aproximando da luz no fim do túnel. Mas a risada da Maiara me fez voltar-

Mai: Você está bem, marido? -Não sei o que é tão engraçado-

Fer: Quem é ele?

Ravi: O Arthur. Hoje ele trouxe uma florzinha pra ela

Fer: O que? -Acho que minha pressão caiu-

Mai: Que fofinho -Olhei feio pra ela- Ih, nem vem! São crianças, amor

Laura: Oi, papai e mamãe

Fer: Oi, minha princesa -Ela abraçou nós dois e nós fomos pra casa. As crianças foram falando sobre o dia delas o caminho inteiro. Chegamos em casa, eu e a Maiara tiramos eles da cadeirinha e eles entraram-

Mai: Melhor? -Ela volta a rir- Desculpa, não tem como não rir

Fer: Engraçadinha você, não é? -Peguei ela e joguei no meu ombro-

Mai: Me põe no chão, Fernando -Ela batia nas minhas costas e agora eu que dava risada-

Fer: Minha vez de rir. E para de me bater, será descontado naquela massagem de mais tarde

Mai: Chato -Entramos em casa e as crianças estavam na sala, conversando com minha mãe e a Nete. Todos começaram a rir- Mandem ele me soltar

Laura: Por que você está aí, mãe?

Fer: Porquê ela fica rindo do que não deve

Mai: Você que é esquentadinho. Eu nem cantei aquela música "não brinca com a filha dos outros porque você pode ter filha mulher"

Fer: Para, Maiara

Mai: Parei -Desci ela dos meus ombros- Já estava preocupada, você tá ficando velho e a coluna não é mais a mesma

Fer: Você também não está com vinte anos mais. Está quase com vinte em cada perna

Mai: Não quero mais brincar -Abracei ela-

Fer: Não vale ficar assim

Mai: Quando eu estava nascendo, você já sabia andar e falar -Ainda recebi dois tapinhas no braço e ela foi até nossos filhos- Vocês deveriam ter tomando banho logo, a Nete já fez o almoço

Ravi: Depois do almoço tomamos banho

Mai: Tudo bem, Fernando 2.0. Vamos








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Dançarina do ventre- Parte dois Onde histórias criam vida. Descubra agora