O sacerdote | cap. 9

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Eu havia feito exatamente o que o sunoo havia me falado. Acordei antes de todos os meninos e fui para igreja, deixando um bilhete na mesa.

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Aquele ambiente, por mais bonito que parecesse à primeira vista, era algo aterrorizante para mim. Os fiéis estavam ajoelhados em oração, enquanto um número limitado de homens e jovens estava de pé, observando atentamente a igreja, embora ainda conseguissem acompanhar o ritmo das preces. Eu era a única pessoa sentada naquele banco, o que me fazia sentir observada o tempo todo.

Durante as orações, eu não conseguia deixar de sentir meu corpo arrepiar, por estar distraída, fui assustada ao ver os jovens se ajoelharem, exceto um específico que me deixava incomodada com seu olhar que parecia me encarar no fundo de minha alma, sabendo todos os meus pecados. Ele, por fim, se ajoelhou também.

Após o culto, o padre mencionou o "sigilo do sacramento da confissão" e eu achei que seria uma ótima ideia, por que não?

"Alguns eventos bizarros aconteceram comigo e meus amigos... Não sei se estou ficando louca", disse eu.

"Coisas bizarras?", interpelou.

"Sim... não sei se é certo dizer, mas vimos um amigo morto em frente à nós. Sinto que os meninos precisam de conforto agora, mas é tão...", hesitei.

"Acredito que alguém não só precise de conforto, mas também de ajuda", terminou ele antes que eu pudesse falar.

"Jungwon.", disse ele.

Quando ouvi aquele nome, levantei-me rapidamente e corri desesperada para minha casa. Eu nunca havia me visto naquele estado de desespero, corria como se minha vida dependesse disso.

"Onde está Jungwon?" Eu desabafei no segundo em que entrei na cozinha, exigindo a atenção deles.

"Você realmente foi à igreja?" Sunoo perguntou.

"ONDE ESTÁ JUNGWON?!" Eu gritei de desespero.

Corri para o quarto dele, esperando que ele estivesse lá. Quando abri a porta, meu coração afundou. Eu queria chorar, mas não tive tempo para isso.

"Ele não está lá?" Jake questionou.

"QUE TIPO DE AMIGO VOCÊS SÃO ?" Comecei a falar sem pensar, movido pelo desespero, procurando por ele por toda a casa. Eu parei quando notei a luz da lâmpada do abajur piscando. Os flashes pareciam se conectar, e eu os segui até que eles me levaram para fora. Os garotos correram atrás de mim.

"Jungwon...?" Eu só podia murmurar em incerteza.

Em uma resposta rápida e calculada, eu instruí: "Se você estiver aqui, pisque a luz duas vezes".

Sunoo murmurou sob a respiração: "Ela realmente enlouqueceu. Nem mesmo a igreja poderia salvá-la."

Niki o acalou. "Quieto."

E assim foi feito. A luz piscou exatamente como eu pedi, deixando-me asmado.

"Vio?" Jungwon sussurrou meu apelido, sua voz ecoando como se ele estivesse distante, mas por perto.

"Jungwon!? Onde você está?" Eu olhei em volta, meus sentidos em alerta máximo.

"Eu não sei... está escuro e frio, Jay quer fazer algo comigo."

Ele falou em tons baixos.

Sunoo resmungou: "que porra...?"

Eu só podia notar os meninos suando profusamente, seus olhos transmitindo um nível irracional de medo.

"Como faço para tirar você daí ?"
Tentei expressar cautela

"Você precisa ir até a porta da cozinha, abri-la para mim, mas estou com muito medo de me mexer. Acho que ele voltará em breve."

"Não, por favor, tente o seu melhor", implorei. "Por favor, levante-se e corra para a porta. Vamos abri-la. Estou te implorando, Jungwon."

a temperatura corporal de Jungwon estava extremamente baixa. Ele lutou para ficar de pé, com o corpo duro do frio, dificultando a corrida.

Como Jungwon estava apenas a meio caminho da porta, a voz de Jay o chamou.

"Jungwon, para onde você vai?"

Jungwon tentou acelerar seu ritmo, já que Jay fez o mesmo.

"VIO, ABRA!"

Sem sucesso, não consegui abrir a porta para Jungwon, não importa o quanto eu tentasse. Então eu decidi quebra-la com um pé de cabra quando, com seu esforço final, Jungwon conseguiu chegar à porta. Antes que Jay pudesse fechar a distância, Jungwon caiu em meus braços. Ele estava tão pálido quanto um cadáver, e sua temperatura corporal estava alarmantemente baixa.

Nós corremos para o hospital em uma ambulância, onde vimos Sunghoon que suspirou antes de se aproximar.

"Por favor, não me diga..." Ele murmurou.

Eu o abracei, grata pelo calor que ele proporcionou.

Sunghoon me ofereceu um copo de água com açúcar para me acalmar, e nos sentamos.

Jake: acredito que vá ficar tudo bem.

Niki: Você não tem ideia do que testemunhamos...

Sunghoon interrompe.

"Há algo que vocês deveriam ver."

Ele jogou algumas fotos na mesa de centro.

Jake: O que é isso?

— Jay não possuía nenhum órgão.

O quê?

— No exato momento em que Jay morreu, ele já não tinha todos os seus órgãos, até mesmo órgãos sexuais.

Como isso é possível?

— Eu não tenho ideia, mas se ele tinha forças para escrever e estava conosco agindo normalmente naquele exato momento, seu corpo deve ter sido trocado no último minuto.

"Isso se conecta perfeitamente com o que acabou de acontecer conosco." Eu adicionei, olhei para aquela roda de olhos destemidos mas aterrorizados

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 𝐅𝐀𝐓𝐄 | 𝐄𝐧𝐡𝐲𝐩𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora