sessenta e nove

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Hoje é um jantar entre amigos, eu chamei Ethan e Max. Mas entendo os motivos deles não quererem vir. Mas dessa vez eu insisti tanto que sabia que não teria como eles negarem esse pedido.

Espero que dessa vez, seja tudo amigável, amaria se todos fossemos amigos. Deixando o passado pra trás, mas se nem eu consigo fazer isso como posso exigir que alguém o faça???

E pra piorar, as coisas entre mim e o Dylan estão super estranhas desde aquela festa. Que brigamos bêbados, foi uma briga ridícula e sem motivo para ter acontecido. É uma merda que isso tenha nos afastado.

Logo quando estavamos tão bem e tão próximos um do outro. Eu não queria que a gente tivesse se afasto... Sinto falta de sair com ele, dar risada juntos. Tive até esperança de voltarmos a ser melhores amigos.

Mas essa esperança foi embora com aquela festa eu ainda não entendo muito bem nossos motivos para brigarmos. Na verdade eu tenho uma ideia do porque, não sou tão alheia assim.

Enfim, não quero pensar nisso agora os gêmeos jaja estaram chegando. E hoje a noite vai ser de lanches, cerveja, e baralho. Finalmente algum jogo que não sou ruim.

Quando todos chegam estamos todos sentados na sala. E como sempre me coloquei entre os gêmeos. Mas como estamos jogando pife não estamos muito próximos.

— Então, já estão todos se falando? — Liz, pergunta sorrindo.

— Eu estou, de boa com todo mundo — Julia, responde, após comprar uma carta e descartar outra.

— Eu tambem, não tenho culpa se certas pessoas não falam comigo — Falo direcionando meu olhar para o James.

— Não sou obrigado a nada — ele solta um bocejo após terminar a frase.

— Ok, esqueçam que eu perguntei isso — Liz fala, com um rolar de olhos.

— Eu, estou normal com todo mundo — Dylan fala. Estamos super normais, desde que não fiquemos sozinhos no mesmo cômodo. Ai eu tenho vontade de me enfiar em um buraco.

— Tenho tanto orgulho do meu best — Liz, fala sorrindo.

— Vocês já ficaram? — Ethan pergunta.

— Ethan! — o repreendo.

— Que foi? Eu só queria saber — ele encolhe os ombros.

— Olha eu tento fazer eles ficarem a anos, nunca consegui — Julia, lamenta.

— Como já disse, não fico com ex de amiga — Liz fala, simples e sorri.

— Então se não fosse ex você ficaria? — Julia indaga animada.

— Ele é um irmão pra mim, que isso  — ela faz uma careta.

— o mesmo — Dylan, fala e eu quase dou risada. Porque eu sou a irmã dele e bem isso é história velha.

—Ethan, eu te desafio a beijar a Liz — falo sorrindo. Eu e bebida com certeza não somos uma combinação legal.

— Não estamos brincando disso — Ele responde.

— Idai? Beija ela — falo sorrindo.

— Amiga — Liz, fala com as bochechas rosadas.

— Posso? — ele pergunta pra ela. Ela sorri e aceita.

Pode parecer algo aleatório, mais Liz já falou que acha os gêmeos gatos, e Ethan acha ela linda. Então porque não ? É apenas um beijo, se tiver que rolar algo a mais vai.

Mesmo tendo ciúmes, quero o melhor para os dois, para todos na verdade. Aqui nessa sala estão todas as pessoas com quem mais me importo. Com exceção do Dan, é claro. Mais um dia quem sabe? Só não acho que ele gostaria desse tipo de brincadeira.

Ethan caminha até a Liz, ela levanta e ele puxa ela pela cintura, adentrando sua mão em seus cabelos a beijando com vontade. Esse beijo foi lindo, espero presenciar muitos mais beijos desses dois.

Quando o beijo deles acaba depois do que parece ser uma eternidade, eles estavam ambos ofegantes. Bato palmas e dou um sorriso.

— Isso sim foi um show — falo elogiando eles.

— Sua vez amiga — Liz me lança um sorriso de canto.

Quando fiz isso, não estava pensando que teria volta, eu só pensei em ajudar duas pessoas importantes pra mim, viu? Super caridosa.

— Minha vez de que? Não to brincando disso — falo desviando o olhar.

— Que foi, esta com medo do nome que vou dizer? — ela pergunta, não eu não estou com medo estou apavorada.

— eu...

— Porque não da um beijinho no Dylan. — ela pergunta e Julia sorri.

— Isso, um beijinho, vocês já fizeram isso mil vezes. — lanço um olhar para o Max que encolhe os ombros. Até porque ele não se importa com isso, não somos namorados de verdade e o Dylan sabe disso.

— Eu, hum... — olho Dylan que não me olha, mais também não negou, ele está até com um to rosado nas bochechas.

Eu quero, mais ao mesmo tempo lembranças martelando em minha mente. Foram tantas noites pressa amarrada naquela maca, enquanto ouvia repetidamente alguma das irmãs.

Elas me falavam o quanto o Poliamor é errado e o quanto o incesto era desprezível. Algo nojento. A dor física, emocional e psicológica voltando com tudo.

Sinto minha respiração e batimentos cardíacos aumentarem e uma sensação de aperto no peito como se eu fosse morrer. Puxo uma respiração profunda e prendo tentando parar de hiper ventilar.

— Tiffy? — foi a voz da Liz.

— Você tá bem? — esse foi o Max.

— Só um momento — falo fechando os olhos. Não estava pronta para falar nada ainda. Nem sei o que eu falaria.

— Quanta frescura — James fala, e eu sei nesse momento que ele não entenderia. Pode parecer mesmo frescura, mais todas essas lembranças em Batalhadas em minha mente.

Levanto e corro para o banheiro, que ficava mais próximo do que o meu quarto. Uma vez que estou lá dentro deixo as lágrimas descerem pelo meu rosto.

Uma crise de panico era isso que eu estava tendo. A maior parte do tempo eu estava bem com isso. Eu realmente estava bem. Mais tem horas que simplesmente não consigo evitar de me sentir assim.

Pequenos gatilhos que me atormentam e me acompanham. Agora me sinto uma idiota por ter uma crise por causa de um beijo, com o homem que eu amo.

Mais que patético.

Me olho no espelho, passo a mão pelo meu cabelo jogando ele pra trás e respiro fundo. Jogo água no rosto e uma vez que me sinto melhor. Saio só pra encontrar Ethan e James discutindo.

— Você não faz a menor ideia do que ela já passou — Ethan fala, lançando um olhar nada bonito para o James.

— não sei e nem me importo. Seja lá o que aconteceu foi merecido....

— ela merecia ser mandada para aquela escola infernal ser torturada por namorar vocês? — Ethan grita.

— Vocês ficaram bem, ela que sofreu tudo sozinha, sem ninguém — Max fala friamente — E é frescura? — ele ri amargamente — ela escolheu muito mal na vida amorosa dela.

— Calem a boca — grito com o Max e o Ethan — Já falei, que não é pra contarem minhas coisas pra ninguém.

— Só estava te defendendo — Ethan se defende.

— Não importa, é minha vida e não era pra ninguém saber de nada. Mais que merda — falo saindo para o meu quarto.

Eu não queria que ninguem me olhasse com pena, ou com algo do tipo eu não quero lidar com isso. Não posso. Prefiro que ninguém saiba do meu passado.

Irma do meioOnde histórias criam vida. Descubra agora