01 ✷ the other world

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CAPÍTULO UM -- o outro mundo

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CAPÍTULO UM -- o outro mundo.

Durante sua infância, a mãe de Bloom costumava contar contos de fadas para ela pouco antes de adormecer. Histórias fantásticas onde as princesas lutavam contra dragões para escapar da torre onde foram amaldiçoadas a ficar, garotinhas com asas em suas costas que voavam pelo céu ajudando heróis a vencerem seus vilões predestinados.

Bloom adorava com aquelas histórias e sempre se pegava ansiosa para quando a noite chegasse e sua mãe a pegasse no colo e se deitasse na cama, cobrindo-a com seu cobertor, acariciando seus cabelos à espera do sono chegar enquanto ela contava outra história. Ela não poderia mentir e dizer que nunca se imaginou com uma daquelas heroínas que sua mãe contava, lutando contra vilões de conto de fadas e vivendo em um grande castelo de diamantes.

À medida que foi crescendo Bloom passou a entender que tudo aquilo era apenas histórias, não havia dragões furiosos, ou torres sem saídas, muito menos pessoas com asas e poderes em suas mãos. Pode-se dizer que, com a perda da magia naquelas histórias, a vida dela se tornou muito preto no branco. Sua infância havia sido o puro arco-íris, mas com a perda de cores, sua adolescência se tornou nebulosa e confusa... e triste. Com o crescimento, veio o entendimento de que o mundo não era dividido em apenas "os heróis" e "os vilões", e que as pessoas, adolescentes, poderiam ser muito mais maldosas do que se imagina.

Bloom era solitária, tinha poucos amigos e saia raramente de sua casa, o que com o passar do tempo começou a preocupar seus pais cada vez mais. O que antes eram conversas simples sobre a falta de vida social da ruiva, passou a se tornar discussões acaloradas entre mãe e filha, com direito a vozes elevadas e portas sendo batidas. A relação de Bloom e sua mãe se tornou cada vez mais distante, as suas visões diferentes causaram uma grande ruptura em sua relação que nunca mais foi a mesma.

Vanessa Peters queria que a filha fosse mais sociável, que aproveitasse a adolescência da melhor forma possível e que não olhasse para trás daqui a alguns anos e se arrependesse de não aproveitar essa fase tão importante.

Para Bloom, a adolescência é uma desilusão, uma mentira contada para criancinhas para que ficassem ansiosos para quando esse momento chegasse. Ela queria que tudo passasse o mais rápido possível, com a esperança de que a fase adulta pudesse curar as feridas causadas nela.

E como a vida tinha suas próprias formas de agir, tendo seus próprios caminhos que não seguia os planos traçados pelos mortais, Bloom foi surpreendida com a revelação de que aquilo que acreditava durante a infância, aquilo que era o principal motivo de seus desejos fervorosos feitos proferidos poucos antes de dormir, eram verdade.

Durante a última discussão com sua mãe, Bloom ficou tomada pela raiva, pela incompreensão vinda daquela que deveria sempre a apoiar em suas escolhas. Numa raiva cega, ela causou o próprio incêndio em sua casa, observando enquanto aquele filete de fogo saía de seu quarto e seguia até os aposentos de seus pais. O que a despertou do estupor foram os gritos vindo de seus pais, e ao perceber o que havia feito sobre misteriosas circunstâncias, ela correu até eles tentando ajudar, mas, ao que parece, aquele poder dentro dela não se mostraria para consertar seus erros. O resto daquela noite se tornou um borrão, ela se lembrava das sirenes dos bombeiros, colegas de trabalho de seu pai. Ela se lembrava deles entrando na casa e retirando sua família dentro e os levando para as ambulâncias para cuidar de seus ferimentos que ela não possuía, mas sim de sua mãe que tinha queimaduras de terceiro grau adornando parte do braço direito.

FIRE HEART, fate: the winx sagaOnde histórias criam vida. Descubra agora