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S/n Montague POV
11:23 AM.

Eu estava em um completo tédio, encarando o teto do meu quarto. Minha mente vagava, tentando encontrar algo para fazer além de me irritar com Mattheo para ver se ele poderia finalmente fazer algo que prestasse.

Me levanto da minha cama e saio do quarto, caminhando pelo longo corredor até chegar ao elevador. Aperto o botão para subir até o andar onde sempre trabalhamos.

Eu havia esquecido de recolher alguns frascos do cadáver na banheira do quarto onde Sadie estava. Precisaria fazer uma entrada rápida apenas para pegar o que era necessário. De madrugada, as faxineiras viriam retirar o corpo.

Adentro o quarto, observando a garota dormindo tranquilamente na cama, sem a coberta, que estava no chão imundo. Nego com a cabeça e pego a coberta, deixando-a de lado para lavá-la depois.

Vou até o banheiro, onde o cheiro está quase insuportável. Abro a banheira e procuro pelos frascos, os pegando. Ao passar ao lado da cama de Sadie, não consigo evitar olhar para ela. Seu corpo está encolhido desta vez, parecendo ainda mais frágil não apenas à mim, mas também ao frio.

Saio do quarto e pego uma manta do sofá, cobrindo seu corpo. Ela se move levemente, talvez em um sonho perturbado, mas continua dormindo. Eu a observo por um momento antes de me afastar da mesma forma que entrei, em completo silêncio.

Finalmente volto para casa e me sento no meu sofá de couro preto, observando o líquido vermelho dentro dos frascos. Não era nada menos que o sangue recolhido daquele corpo.

[...]

Sadie Sink POV
03:22 AM

Eu acordei tão tarde que agora, não sinto sono algum. A tal assassina não veio me visitar hoje; pelo jeito, ela foi matar outros inocentes por aí.

Eu estava lendo um livro qualquer sobre reflexões que encontrei debaixo da cama, que parecia estar lá há uma década. As páginas estavam emboloradas e muito empoeiradas. A capa estava amassada, rasgada e com algumas manchas de sangue. Eu não me importei, pois era a única coisa que poderia me entreter no momento.

Ouço a porta do quarto sendo destrancada e rapidamente escondo o livro debaixo do travesseiro, fechando os olhos para fingir que estou dormindo. Os sons de vários passos enchem o ambiente, e noto que não parecem ser do monstro que me sequestrou e agora me mantém aqui.

De ambos os lados de onde eu estava, percebo o som suave de algo sendo varrido pelo chão, acompanhado pelo leve rangido da porta do banheiro se abrindo. Curiosa, forço meus olhos a se entreabrirem, me esforçando para observar o que estava acontecendo.

A mulher, de costas para mim, tinha os cabelos grisalhos com suaves ondas sobre seus ombros. Vestida inteiramente de branco, cobrindo qualquer parte de sua pele. Com movimentos precisos, ela esfregava o chão com um sabão perfumado, eliminando quaisquer vestígios das vítimas anteriores.

Depois de um longo intervalo de tempo, a porta finalmente se fecha, permitindo que eu abra os olhos e examinasse o quarto. O chão agora estava limpo e as manchas mais visíveis nas paredes tinham desaparecido. Com passos curtos, adentro o banheiro e inspiro profundamente, sentindo o frescor do ambiente limpo. Eu finalmente iria poder tomar banho.

Meu coração gela ao ouvir a porta do quarto se abrir novamente, acompanhada de passos pesados. Meu corpo fica paralisado, imaginando inúmeras possibilidades de acharem que fugi daqui de alguma forma e me matarem. Os passos se aproximam cada vez mais, até que por impulso, saio do banheiro e dou de cara com um garoto alto, muito branco e de cabelos pretos. 

-- Ah, você está aí. -- Ele sorri, mantendo as mãos escondidas nos bolsos. -- Eu sou Mattheo... Você é a... Sadie, não precisa responder. -- Eu sorri levemente, dando um passo para trás.

Silêncio Gélido - Sadie Elizabeth Sink (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora