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S/n Montague POV
03:33 AM.

De frente para a casa onde tive que sequestrar uma pessoa, agora a situação se tornava um pouco mais complicada. Eu precisaria sequestrar uma e eliminar outra. Trouxe todos os equipamentos necessários. Alicate, palitos de dente, algemas, entre outros itens que apenas coloquei dentro da bolsa.

Desta vez, era eu e eu. Sem o auxílio de um hacker falando no meu ouvido, me avisando sobre cada perigo. A única voz que restava era a da minha própria mente, sussurrando de medo, desespero e adrenalina. A sensação de estar sozinha tornava tudo mais intenso. Meus pensamentos estavam desenfreados naquela noite, mas eu precisava manter a calma pra nao cometer um mínimo erro.

Eu me singo nervosa. Não estava acostumada a fazer essas coisas sozinha, mas estava me virando como podia, pois eu sabia que tenho capacidade para me virar.

Começamos de maneira ótima. Para entrar na casa, tive que pular o muro de madeira do quintal... sim, aquele muro maior que eu.

FLASHBACKS ON

Seguro firmemente entre as imperfeições das madeiras do muro, testando a resistência de cada tábua enquanto começo a subir lentamente. Cada pedaço de madeira pareciam ser desgastadas, então eu precisava ter certeza de que aguentariam meu peso. Respiro fundo, sentindo o ar frio preencher meus pulmões, e minhas mãos apertam com mais força, agarrando. Meus pés procuram apoio, tentando encontrar qualquer coisinha que pudesse dar impulso ao meu corpo.

Faço bastante esforço, sentindo o cansaço dominar meu corpo por causa de uma subida "simples." Quando finalmente consigo alcançar o topo, percebo que não planejei muuito bem como descer. Então sem escolhas, decido simplesmente me jogar.

Sinto um momento de frio na barriga enquanto caio para o lado de dentro do quintal, antes de meu corpo colidir com a neve acumulada no chão. A neve fria até que amortece minha queda, mas ainda assim o impacto era forte, me fazendo afundar na camada branca. O frio penetrava através das minhas roupas, e um tremor involuntário percorre todo meu corpo.

Levanto rapidamente, dando alguns pulinhos para tentar aquecer meu corpo, soltando um gritinho baixo que poderia muito bem chamar a atenção de alguém. Passo minhas mãos pelos meus braços, movendo rapidamente para cima e para baixo na tentova de me sentir quente, nquanto meus dentes batem uns nos outros e o frio parecia alcançar até os meus ossos.

Sussurro um palavrão e olho para a neve, onde minha silhueta ficou para trás. Com as mãos ainda tremendo, desfaço a marca na neve, espalhando até que desapareça. Em seguida, olho ao redor, tentando escutar qualquer som mínimo.

Eu escuto apenas o som suave das folhas ao vento, a neve caindo silenciosamente e, ocasionalmente, sussurros baixos que poderiam muito bem ser fruto da minha imaginação. O local estava, na realidade, em completo silêncio.

Aproveito pra me certificar que meu rosto está bem coberto com a máscara, ajustando ela apenas para garantir que nenhuma parte fique exposta. Minhas mãos estavam protegidas pelas luvas, mas ainda sentem o frio da queda, mesmo que eu faça o possível para ignorar a sensação enquanto arrumo minha bolsa.

Me aproximo da porta calmamente, sem pressa. Deixo passar alguns segundos, tentando ouvir qualquer som além a do meu coração na caixa torácica. Pego um dos alfinetes que trouxe no bolso, abrindo completamente, a inserindo na fechadura. Minhas mãos se movem bem lentamente, sentindo cada minúsculo clique. O som do metal contra metal era quase inaudível, mas para mim, cada movimento parecia ecoar naquele silêncio.

Fico alguns segundos imóvel, esperando por qualquer sinal de que algo ou alguém me esperava lá dentro. Puxo a maçaneta lentamente, mantendo a calma enquanto respiro profundamente. A porta se abre com um leve rangido, me fazendo parar.

Silêncio Gélido - Sadie Elizabeth Sink (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora