Cap.1 - Correr é o que eu sei fazer

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Antes de iniciar essa história, eu gostaria de registrar o alerta para quem tem alguma suspeita de ser um meio sangue, para aqueles que possuem tendência a ataques cardíacos, viajantes do tempo, e mais importante qualquer um que esteja abaixo do século XXI, acumuladores compulsivos, professores de literatura/gramática/geografia, epiléticos e pessoas como o complexo do "literalmente eu". Essa história que irão acompanhar é o meu presente para aquele que infelizmente não está mais aqui para poder ler e acompanhar em primeira mão, as minhas aventuras, obrigado senhor Rick por ouvir nossas delirantes aventuras e nos fazer tão queridos entre os mortais é uma pena que as areias do tempo ti tiraram do seu propósito de contar emocionantes e belas histórias e como você não está aqui para ver isso dei meu jeitinho de lhe enviar esse material para um tempo em que o senhor ainda esteja entre os mortais, espero que goste.

Dedicatória feita, agora nós podemos começar.

Olha... Eu não pedi para ser um meio sangue, nunca quis ser um herói ou coisa do tipo, mas não posso negar que dependendo de quem é seu papai ou mamãe grega você ganha uns poderes legais. Mas aposto que você não vai querer lidar com monstros, acampamentos lotados de adolescentes no auge de sua rebeldia jovem e com a síndrome do herói e complexo de protagonista, sem contar a rotina regrada e os parentes divinos que são um saco. Meu conselho se você acha mesmo que pode ser um meio sangue dá o fora daqui porque se lá dentro no seu mais profundo íntimo você admitir que é um de nós então todos eles saberão quem você é e te caçaram por isso e nem todos nós temos a sorte de sermos achados por amigos. Agora se você é um mortal que encara tudo isso como uma piada, maravilha você é um ignorante, então podemos prosseguir.

Acho que minha vida devia ser normal até os meus cinco anos, não tenho certeza de quem eu era quem eram os meus pais muito menos onde a gente morava apenas lembro-me de uma noite qualquer por algum motivo que não tenho certeza eu acordei confuso e assustado abri a porta de meu quarto e vi as paredes do corredor alaranjadas, não sei se foi um grito, um rugido ou apenas um estrondo, mas ouvi algo vindo do andar de baixo esgueirei-me receoso até a escada. Uma monstruosidade envolvida em fogo atacava uma mulher, não consigo mais ver sua face nem identificar que aberração era aquela.

─ Aquiles? – ela sussurrou com dificuldade. ─ Aquiles corre, corre, corre agora sem olhar para trás. – ela grita implorando enquanto lágrimas escorrem pelo seu rosto a coisa si virou para mim sei que fiquei tão apavorado ao ponto de escorregar para trás e assustado, corri desesperado tentando escapar daquela coisa. Saltei da janela caindo nos arbustos do nosso quintal, sei que me machuquei bastante queria chorar, mas levantei e continuei correndo e correndo e correndo mais um pouco acho que nunca mais fui capaz de parar de correr.

Essa memória é tudo que tenho do meu passado e é tudo que eu mais gostaria de esquecer.

─ Você foi identificado correndo da cena do crime. – a policial gentil está me interrogando eu estou sempre correndo, mas infelizmente isso não garante que nada vai me alcançar.

─ Acredite em mim estou sempre correndo, faz parte da minha natureza esportiva e selvagem. – respondo enquanto meus nervos si dividem entrem mover rapidamente minha perna e bater com os dedos rápidos a mesa, eu odeio quando isso acontece e sei bem como acaba.

─ Onde estão às carteiras, bolsas, mochilas e seja lá mais o que você roubou? – ela bate a mesa impaciente.

─ Eu não roubo oficial, então não sei onde estão essas coisas. – faço-me de desentendido.

─ Nós fizemos o dever de casa e vimos que você já foi pego fazendo coisas ilegais como invasão de propriedade privada, agressão, matar aula e furtos, muitas denúncias de furtos já foram feitas que te ligam com crimes, mas poucos foram aqueles que você realmente foi pego. Mas eu saber disso não te impressiona não é mesmo?! - ela cruza os braços de forma convencida.

As crônicas de Aquiles Green: O Legado EsquecidoWhere stories live. Discover now