Cap.3 - Adotei um garoto canadense

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Existem momentos na vida em que parece que o universo inteiro age e conspira para te dar uma rasteira e acabar com seus sonhos e esperanças. Claro que para muitos isso é exagerado afinal o que qualquer ser considerado "cósmico" quase "divino" iria querer caçoando a vida de um pivete qualquer como eu. Entretanto não desconsidero essa alternativa, com certeza tem algo ou alguém querendo muito ferrar com meus planos, passei uma semana e meia tentando chegar à Detroit, cruzei um rio, fugi de um morto, quase virei picadinho de um lobisomem para no fim ser perseguido por um imenso dragão que, obviamente, eu sou o único que consegue vê-lo e evidentemente sou eu que ele quer matar. Em uma cidade imensa, populosa, onde aparentemente ninguém está o percebendo, mas é claro que ele decidiu que quer jantar é justamente o único idiota que pode correr.

Completamente sem escolhas desço para o metrô, em alta velocidade, pulo a catraca, mas por estar tão rápido sou praticamente ejetado para frente e caio encima de uma galera que não fica nada feliz com minha aterrissagem. Mal tive tempo para abrir um sorriso constrangido sem que eles já se levantassem enfurecidos comigo.

Coloquei-me de pé rapidamente e já sai correndo até a faixa amarela sem nem pensar pulei nos painéis de estática, muito perigoso, mas é melhor do que ser linchado por aquela galera e provavelmente ser levado para polícia local, de novo. Avancei o mais rápido que pude para ter certeza de que eles não tentariam vim atrás de mim, depois de alguns minutos correndo já deveria estar seguro, mas por algum motivo minha mente continuava me dizendo que estava correndo perigo saltei novamente para dentro de uma estação e peguei o primeiro metrô que passou. Ergui meus olhos para ver o mapa interativo encontrei meu pontinho piscando rapidamente enquanto avançava para algum lugar próximo da ponte que vai para o Canadá, o que me fez lembrar que nunca havia saído do país, isso se fez pensar em algo... Talvez... Só talvez meu problema seja o solo americano, quem sabe um novo país pode me ajudar a não ter mais que enfrentar todas essas bizarrices e idiotices.

Creio que não preciso dizer que passei quase um dia inteiro correndo até o Canadá. E wow!! Que lugar de outro mundo, mesmo sendo nossos vizinhos os canadenses são bem diferente chega até ser um pouco engraçado são tipo uma versão gourmet e um pouco francesa de nós americanos fiquei quase umas três semanas pulando de universidade em universidade até descobrir uma cidade chamada SANDWICH, Sandwich!

Não pude ignorar esse fato então após facilmente pegar a carteira emprestada de alguns universitários amantes da mãe natureza, me hospedei por dias em um lugar chamado Sandwich Botique até acabar a grana depois fiquei rodando a cidade inteira curtindo as paisagens bonitas e clima tranquilo que o país transmitia. Devo ter passado uns bons meses caminhando descontraído pelo Canadá. Até chegar em London tudo estava terrivelmente normal com uma graninha emprestada comprei meu café da manhã, sentei-me em um ponto de ônibus próximo ao banco estava distraído olhando um mapa calculando como eu iria para Belmont, obviamente eu só quero ir para lá por conta do nome, mas tive meus pensamentos interrompidos quando um carro em alta velocidade vindo de um estacionamento se bateu em um poste um pouco mais a frente. Em dias normais eu ignoraria isso até porque por mais que Canadá seja um país de outro mundo ainda é habitado por humanos e humanos são estranhos, mas a porta se abriu e uma mulher saiu cambaleando nossos olhos inevitavelmente se cruzaram e naquele momento soube que não teria mais como recusar ajudá-la.

Infelizmente a regra é clara se fez contato visual tem que ajudar, suspirei soltando meu mapa indo até a mulher que parecia pegar algo dentro do carro outro carro igualmente veloz vai até o primeiro, mas esse segundo não bate e sim estaciona ao lado do primeiro a mulher fecha a porta do carro rapidamente.

Do segundo carro saem dois homens mal encarados e feios, muito feios, feios pra burro, tão feios que é difícil de acreditar que eles realmente sejam humanos e que não andem com um saco de batata na cabeça.

As crônicas de Aquiles Green: O Legado EsquecidoWhere stories live. Discover now