Querido Desamor ─ Poemas

Um desamor memorável

Eu não sou memorável
Como lembranças que te marcam por uma vida inteira.
Eu sou efêmero
Como algo passageiro que não se da trela.
Mas como o diabo eu sou tudo o que você vê
A dor no peito que queima, inflama e implora por um fim
Sou eu.
A saudade estridente do que um dia foi seu
Sou eu.
O amor que você nunca sequer reconheceu
Sou eu.
Quando eu terminar de te amar
Em mim não haverá mais álcool
Nem a canção barata de jovens indecisos
E nem a droga alucinante que me põe de pé.
Quando eu terminar de te amar
Eu caminharei junto ao diabo por debaixo da terra
Rodarei sem linha como peões que rodam sem direção no inferno.
Quando eu terminar de te amar
Acharás vida e morte nas bocas estranhas
Nos sonares escandalosos
Na rua de baixo.
E percebo
Eu nunca vou deixar de amar
Algo que nunca foi meu.
Quando eu comecei a te desamar
Foi um tiro certeiro
De que vale mais amar
A mim primeiro.
            [você nunca me permitiu te amar.
Quando eu comecei a te desamar
Estava certo de que
Você me sufocava, quanto mais eu puxava o ar.
Quando eu comecei a te desamar
Ele esteve certo o tempo todo
Uma pena eu ter ouvido o coração.

Lutei contra a razão.