Já não sinto sua falta.

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Cuspo ao solo
Todo desamor derramado em meu peito
Todo sentimento preso;
Enjaulado;
Submetido a não ser falado, ouvido.
O meu futuro se espelha no passado
Mas não sou o mesmo de ontem
Sou o futuro distante que acreditei não existir;
Sou a minha pior versão;
O sentimento mais odioso;
O semi-tom mais falho;
O disco arranhado que um dia já contou história.
E você?
Você é o passado presente que desejei que existisse
Que escorre entre os meu dedos
Me entrega verdades dolorosas;
Lembranças odiosas
Me deixa claro que eu já não te tenho
Que nunca te tive.
Então me faço de cego.
Não vejo;
Finjo não ver
O mar de desamor
Que escorre de você
Que transborda em mim
Que afunda o "nós"
E que leva as lembranças embora.
Mas já não sinto sua falta,
Sinto falta do que um dia você foi pra mim;
Sinto falta de nós,
E do amor que um dia acreditei existir.

Querido Desamor ─ PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora