05

352 23 20
                                    

Quase dois meses morando com eles e só quero falar uma coisa: SOCORRO. Eu juro que não tô aguentando mais o casal sensação, tô quase me rendendo aos meus pensamentos intrusivos. Depois que a maluca da namorada do Apollo descobriu que sou uma mulher e tô morando com eles se meteu dentro do nosso apartamento e não quer mais sair, toda vez que Apollo tá por aqui ela tá junto. E tipo, beleza ela tá sempre com o namorado, eu não iria me importar se ela não fosse uma vaca comigo o tempo todo.

—Que cara é essa Betinha?— Jorge perguntou abrindo a geladeira.

—Adivinha?— resmunguei de cara fechada enquanto mexia a calda na panela.

—Suzanne tá implicando contigo de novo?— respondeu e eu afirmei com a cabeça.— Ela é chata mesmo, a gente já até se acostumou.

—Mas eu não me acostumei. Acredita que essa doida resolveu implicar com minha Suzy?— falei totalmente indignada. — Veio dizer que a minha filha tava fedendo e com carrapato. A MINHA FILHA!!!!

Joguei as mãos pro alto completamente exasperada com a audácia que a lambiagoia teve.

—Eu levo ela pro pet shop pra tomar banho sempre, gasto horrores com produtos de higiene pra ela e até perfume com cheirinho de melancia ela usa. Como essa vaca ousa falar mal da minha filha?!— franzi os lábios encarando o Bask.

—Pô, vacilo demais dela. — concordou comigo.—Suzy é uma doguinha mo gente boa e cheirosa, toda limpinha. Essa mina aí tá doida.

—Muito doida— bufei irritada.

Comigo podia falar o que quiser mas com minha filha não, ela é só uma bebê inocente e aquela naja ainda quer destilar veneno nela.

—Tô sendo muito pacífica tentando ignorar tudo, mas se agarro no pescoço dela ninguém me tira. — resmunguei e olhei feio pro Bask quando ele riu.

—Desculpa, é que eu imaginei a cena na minha cabeça, ia ser muito engraçado mano.— continuou rindo e eu me rendi ao momento rindo também ao imaginar. —Mas sério linda, esquenta com isso não, ela logo vai largar do teu pé mas vou dar um toque no Apollo.

Disse vindo me abraçar por trás e beijou minha bochecha. Sim, eu havia atingindo esse nível de proximidade com ele, infelizmente não posso pagar então tenho que me contentar com essas migalhas.

—Valeu Jorginho, cê é incrível sabia?— sorri pra ele.

—Sabia. Bonito, incrível e solteiro, tá perdendo um homão hein?— se gabou e eu gargalhei. — Tá fazendo o quê aí? O cheiro tá bom demais.

—Tô fazendo um bolo com calda de morango e recheio de nutella.— disse mexendo a calda pra não queimar.

—Porra, muito bom morar com uma chef, tô comendo bem demais. — falou feliz apertando minha cintura, até suspirei com esse aperto.

—Poderia tá comendo melhor...— falei assim como quem não quer nada e escutei ele rir colando mais nossos corpos.

—Que cena mais linda, será que estou atrapalhando o casalzinho aí?— a voz do Tavin me fez revirar os olhos e Bask se afastou de mim. As vezes eu odeio muito meu primo.

—Você sempre atrapalha, idiota.— resmunguei desligando o fogo e fui até a bancada desenformar o bolo que deixei esfriando.

—Empata foda demais, mano, puta que pariu.— Bask xingou.

—Empata foda o caralho, olha lá a intimidade com minha prima, ela não é pro teu bico não arrombado. — disse sério cerrando os olhos em direção ao Bask que ria.— Tá rindo de que?

—Você aí, frangote querendo cantar de galo.— continuou rindo e até eu ri dessa vez.

—Porra, Roberta. Tô aqui tentando defender sua honra e cê ri de mim.— fez todo um drama botando a mão no peito.—Nem Judas!

The Hater -Apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora