47 - Batom nude

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Um capítulo de presente para vocês como degustação desse livro que é o aço! 😉🫶🏻

Só vem 🔥

Aron,

A piranha mandou mensagem pedindo pra falar comigo. Eu não respondi até ver que ela tinha me atrasado com a Talia.

A gente tava no amor e agora a mina tava me mandando deixar ela em paz, dizendo que eu sufoco... sempre tinha uma merda pra falar na hora da raiva.

Mentiu? Não. Mas não tinha opção. Era assim que eu era, ela teria que entender a mente de vagabundo.

Entrei no beco. Borracha e mais um estavam na escolta e eu mandei aguardarem na entrada.

Era na rua debaixo da whiskeria. Eu liguei quando sai de perto da Talia e mandei ela me aguardar aqui. Fui mijar num bar, porque no morro ninguém mija na porta da casa de ninguém. Se nós pegar o couro come.

Agora eu estou chegando e ela se desencosta da parede, chorando e descruzando os braços.

- Você tá com ela? - foi logo me cobrando, abrindo as mãos.

Eu parei coladão nela, que botou o nariz no meu, os olhos cheios e lunáticos.

- Por quê? Me mandou aquele presente hoje, estávamos juntos outro dia... agora tu beija ela na frente de geral? Assumiu ela, é isso? Por quê?

Ela estava arrasada por ter me visto com a Lia.

- Vai embora pra casa, Ayla. - tentei ser paciente, apesar de estar estressado com o que a Talia me disse e pela nossa noite ter sido avacalhada. - Não te quero lá. Pega teu beco.

- Eu te amo, Aron... - ela tentou me tocar, mas eu empurrei suas duas mãos do meu peito sem dizer mais nada.

Ela ficou transtornada com isso e o choro aumentou.

- Então é verdade o que estão falando? Você deu mesmo um monte de presente a ela? É oficial? E eu que me foda, né, Aron?

Ela abraçava a barriga, se dobrando.

Eu não podia me afastar definitivamente ainda. Helena era como um espirito pairando por todo lado, falando no meu ouvido, comandando minhas atitudes mesmo de longe. Eu estava condicionado a obedecer, a manipular pessoas, a agir ao meu favor e satisfazer as vontades dela. Mais que isso, eu agora, mesmo boladão com a Lia, pensei nela.

- Para... para, para, chega. - levantei a Ayla pelo braço e a consolei, limpando seu rosto e dando uns selinhos em seus lábios. - Vou mandar um presente pra tu também... amanhã chega na tua casa. Para de chorar, ta tudo certo.

Ela suspirava entrecortado, erguendo e baixando o peito.

- Não tem nada certo... Você está com ela, não comigo!

- Tu não queria uma moto? Vou te dar, pô... Eu tô contigo sim, tu sabe... Penso em você sempre.

Lancei um caô pra ver se ela melhorava e parava com esse drama.

- Eu quero você... - ela segurou minha camisa. - O que eu fiz pra merecer isso? - perguntou, angustiada. - Eu quem deveria estar contigo aqui... Você gosta dela?

- Chega desse papo, cara... para de pensar nessa porra. - eu tinha que fazer ela ficar numa boa, mas tava me irritando um pouco.

- Só responde isso e eu vou embora. Eu te deixo.

- Eu tô com ela, sim. - assumi.

- E eu? Antes era a Yara, agora é ela.

- Tu fica na posição que sempre teve, Ayla! Não fode, porra! - eu joguei suas mãos para longe de mim outra vez, aumentando a voz - Tu nunca foi minha mulher e vai continuar não sendo. Chega desse papinho. Tô mandando tu ralar. Quando eu quiser te procuro, papo é esse, pegou a visão? Tu sabe como nós é, tá de putaria agora?

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