BLAME - HYUNBIN

chapter seven

Eu me dirijo para a sala e vejo Felix já sentado. 

Ele acena para mim, indicando o lugar vago ao seu lado.

-A gente não ia comer fora? 

Íamos, mas... Minho se ofereceu para fazer o almoço- Ele me responde enquanto se ajeita na cadeira. Por que demorou tanto lá no quarto?

Solto um suspiro antes de responder. 

-Ah... Changbin estava me estressando. De novo.- As palavras escapam da minha boca com uma mistura de exasperação e cansaço.

Enquanto conversamos, o aroma tentador do almoço preparado por Minho enche a sala, despertando nossos estômagos famintos. Jeongin, Bangchan, Seungmin, Han e Changbin logo se juntam a nós, cada um ocupando seu lugar à mesa. Graças a Deus Changbin está bem longe de mim.

Minho, com um sorriso orgulhoso, traz à mesa sua obra-prima culinária: um banquete de pratos coreanos deliciosos, desde bulgogi suculento até kimchi fermentado.

-Uau, Minho, isso parece incrível!- Exclama Bangchan, pegando os pauzinhos com entusiasmo.

Todos nós nos servimos, enchendo nossos pratos com a abundância de comida diante de nós. 

QUEBRA DE TEMPO

A noite cai sobre a casa, e com ela vem um alívio bem-vindo após um dia cheio de altos e baixos. Sentado no sofá, com uma tigela de pipoca nas mãos, permito-me relaxar enquanto a luz da TV ilumina a sala. Meus pensamentos vagueiam, refletindo sobre os desafios enfrentados e as pequenas vitórias conquistadas ao longo do dia.

A atmosfera da sala estava impregnada com a tensão do filme de terror escolhido, e eu me sentia cada vez mais inquieto. 

Eu não sou fã desse gênero, e assistir a um filme de terror à noite só aumentava minha ansiedade. Sempre que me aventurava nesse terreno, acabava tendo pesadelos que me assombravam até mesmo quando estava acordado.

Observo meus amigos ao meu redor, cada um se acomodando confortavelmente enquanto o filme se desenrola. Han está no colo de Minho, Chan com a cabeça apoiada no ombro de Seungmin, enquanto Jeongin e Felix estão totalmente imersos na trama, compartilhando uma coberta para se protegerem do suspense.

Mas a ausência de Changbin não passa despercebida por mim. 

Por que sua falta me incomoda tanto?

Deveria ser apenas paranoia, penso, tentando afastar a sensação incômoda que cresce dentro de mim. Mas à medida que o tempo passa e ele não aparece, a inquietação se transforma em algo mais tangível, algo que não posso ignorar.

-Vou ao banheiro.

Decido verificar o que está acontecendo e me levanto do sofá, ignorando a estranha sensação de estar procurando por ele.

 Saio da sala e vou para o jardim, onde o encontro sentado à beira da piscina, os pés balançando sobre a água.

-Se eu te jogar aí, faça o favor de se afogar- brinco, tentando disfarçar minha preocupação.

Ele vira o rosto na minha direção, seu sorriso característico se formando. "Já falei e repito; sorrisinho filho da puta!", penso, resistindo à vontade de revirar os olhos.

-Por que está aqui?

-Por que EU estou aqui? Por que VOCÊ está aqui? Tá todo mundo assistindo o filme menos você!

Sentiu minha falta?- Ele pergunta com um brilho travesso nos olhos. 

Claro que não. Só achei estranho você estar longe- Respondo rapidamente, tentando manter minha postura.

-E então veio ver como eu estava?- Sim.

-Claro que não, seu bosta, eu nem ligo pra você. Eu só tava andando e te vi aqui- Respondo, tentando recuperar minha compostura.

Ele sorri, sabendo que conseguiu me provocar. Seu jeito insolente e autoconfiante sempre foi irritantemente cativante, mesmo que eu nunca admitisse em voz alta. Não me conheça tão bem assim, Changbin...

-Você é tão previsível, Hyunjin -Ele comenta, balançando os pés na água.

Reviro os olhos, mas não consigo evitar um leve sorriso. -E você é tão irritante, Changbin

Ele se vira na minha direção, um brilho de diversão nos olhos.

-Mas você gosta disso, admita.
-Claro que não", respondo, mas a réplica sai mais fraca do que eu pretendia.

Changbin apenas ri, sua risada ecoando suavemente pelo jardim tranquilo. 

-Você não vai voltar para dentro?- Pergunto, quebrando o silêncio.

Ele encolhe os ombros, sem pressa de se mover. -Talvez depois. Por enquanto, estou bem aqui.

Observo-o por um momento, capturando a imagem de Changbin à luz fraca da lua. 

-Eu também estou", admito, surpreendendo a nós dois com minha franqueza.

Ele me lança um olhar de desconfiança, claramente surpreso com minha resposta. Não há necessidade de palavras entre nós; a tensão entre nós é palpável, uma barreira impenetrável que nenhum de nós está disposto a quebrar.

Sem dizer nada, eu saio de lá, sentindo os olhares dele penetrados em mim. Volto para sala, me deito ao lado de Seungmin e acabo adormecendo...

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- Hyun! Acorda, Jinnie!

Aquele chamado abrupto me arranca do sono, os rostos de Jeongin e Felix com o rosto colado diante de mim como uma urgência irritante.

-H-hm?-Murmuro sonolento, tentando me orientar na escuridão.

-Vá para o seu quarto! Eu e Jeongin precisamos dormir e o Sr. Poste ocupa muito espaço aqui no sofá, não cabe três- Felix instrui, sua voz misturada com um tom de impaciência.

Resmungo em resposta, minha mente ainda embriagada pelo sono. 

-Boa noite- digo antes de me levantar do sofá e sair da sala.

Ao chegar ao meu quarto, encontro Changbin sentado em uma cadeira, absorto em seu celular. Não me dou ao trabalho de cumprimentá-lo e simplesmente me jogo na cama, praguejando mentalmente por ter sido expulso do conforto do sofá.

Meu corpo afunda no colchão macio, e o cansaço acumulado do dia se apodera de mim, arrastando-me para o abraço reconfortante do sono. Em questão de segundos, caio em um sono profundo e sem sonhos, deixando para trás as preocupações e frustrações do dia.