BLAME - HYUNBIN

chapter eleven

SEUNGMIN'S POV:

Suspirei, sentindo o peso da tensão entre nós.

— Chan, eu... — comecei, mas ele me cortou.

— Não precisa me dizer agora, Seungmin. Mas não me trate como se eu fosse um estranho. Somos amigos. Mesmo que não faça nem uma semana. — Bangchan desviou o olhar, evitando me olhar diretamente.

Aquelas palavras atingiram meu coração como um soco. Amigos. Sim, éramos. Ainda somos, eu queria dizer.  Mas as palavras não saíam.

Bangchan se levantou e caminhou até a janela, olhando para a cidade além. O crepúsculo tingia o céu de rosa e laranja, refletindo nas ondas do mar ao longe. Eu me levantei, sentindo o nó apertando em minha garganta.

— Chan, eu... não quis dizer aquilo. Só... estou passando por algumas coisas. Você é maduro, sabe? Você não foi infantil, aquilo foi... Coisa do momento eu... Algo me consumiu.— Minha voz era fraca, quase inaudível.

Ele virou-se para mim, seu olhar fixo no meu rosto.

— Seungmin, não sei o que aconteceu entre nós. Mas... por favor, me diga. Estou aqui para você, como sempre estive essa semana todinha e não pretendo não estar aqui. — Bangchan parecia sincero, suas palavras ecoando no silêncio da sala.

Eu respirei fundo, tentando encontrar coragem para abrir meu coração.

— Foi difícil, Chan. Ver você... e sentir tudo isso. Eu não queria. Eu não queria sentir essa dor, essa raiva... Principalmente considerando o pouco tempo que a gente se conhece. — Minha voz falhou, lágrimas começando a se formar em meus olhos. Sim, você entendeu corretamente: Kim Seungmin chorando por homem.

Bangchan se aproximou lentamente e me abraçou. Senti seu calor, seu coração batendo contra o meu peito. Eu chorei, deixando minhas lágrimas molharem sua camiseta.

— Está tudo bem, Seungmin. Estou aqui. — Ele sussurrou em meu ouvido, me segurando com firmeza. —Não precisa dizer o que tá acontecendo se não se sente confortável.

Ficamos ali por um longo tempo, o silêncio rompido apenas pelo som do mar lá fora. Eu senti um peso sair do meu peito, uma dor antiga começando a se dissolver.

Finalmente, quebrei o abraço e olhei para ele, os olhos vermelhos e inchados.

— Desculpe por ser tão... difícil. — Eu disse, minha voz ainda trêmula.

Bangchan sorriu, um sorriso gentil que iluminou seu rosto.

— Você não é difícil, Seungmin. Só precisa de tempo. E estarei aqui esperando por você. — Ele colocou uma mão no meu ombro, confortando-me.

Eu assenti, sentindo um nó se desfazer em minha garganta.

— Vamos para o quarto. Só não inventa de dormir no colchão de novo, pelo amor de Deus — disse Bangchan, com um tom divertido.

Ri concordando.

— Claro, claro.

Seguimos para o quarto, nos acomodando na cama. Ligamos o ar-condicionado e a TV. Chan sentou-se na cama, enquanto eu me deitei com a cabeça em seu colo.

O ambiente estava tranquilo enquanto assistíamos TV. O som das ondas batendo na praia lá fora misturava-se ao ruído de fundo do programa na tela. Não havia necessidade de conversa; o conforto da presença um do outro era o suficiente naquele momento.

O filme termina, e eu agradeço internamente por isso, não gostei nada do filme.

Olho para Chan e dou um sorriso.