Lucerys e Lucien, dois irmãos gêmeos alfas, retornam do exílio determinados á ajudar sua mãe reivindicar o que é seu por direito.
À medida que a guerra se aproxima, segredos antigos vêm à tona, desafiando as lealdades e crenças de todos os envolvido...
O jantar de boas-vindas da família de Rhaenyra havia sido desastroso, uma briga entre tios e sobrinhos havia se iniciado no meio das celebrações, terminando com o príncipe caolho acertando um soco em Jacaerys e quase partindo pra cima de seus outros dois sobrinhos, sendo impedido por Daemon e sua enorme quantidade de feromônios ameaçadores.
No atual momento ele está em seus aposentos andando de um lado para o outro, considerava voltar aquela sala e terminar o que começou mesmo sabendo que isso seria arriscado. Estava tão perdido em seus pensamentos que a princípio não notou a presença de sua sobrinha em seu quarto, apenas a reconheceu quando a garota tropeçou na porta tentando saí.
─ O que faz aqui? ─ Aemond pergunta com indiferença, vendo Lillihan que continuava o olhando recuar para trás. ─ Oh, assustada sobrinha?
─ Tenho motivos para temer tio, mas posso garantir que medo não é um deles ─ Lillihan diz com cuidado na escolha de suas palavras.
─ Claro, o pequeno orgulho do príncipe rebelde não esperava uma resposta melhor ─ Zombou com um revirar de olhos ─ Sua ousadia ainda vai lhe custar muito.
─ Lamento se minha atitude não o agrada, porém, terá que se acostumar considerando que estaremos mais próximos do que imagina, tio. ─ Ela diz com um sorriso nos lábios, fazendo uma expressão confusa surgir no rosto de Aemond. ─ Bem, creio que devo me retirar.
─ Espere! Não pode ir sem ao menos me dar uma explicação.
Aemond acabou rapidamente com a pouca distância que havia entre eles, segurando Lillihan pelo braço, impedindo que ela saísse. A jovem alfa congelou no lugar e seu sorriso foi substituído por uma surpresa impossível de esconder, ela não esperava que seu tio fosse reagir dessa maneira.
─ Não será bom caso alguém nos encontre assim, tio Aemond. ─ Lillihan resmunga com um leve tremor na voz, puxando seu braço para se livrar do aperto do mais velho.
─ Lillihan...
─ Esqueça o que eu disse, por favor ─ Aemond estava cada vez mais intrigado à medida que sua sobrinha parecia desviar o assunto ─ Mas se estiver tão curioso, talvez devesse perguntar à sua mãe.
Essa foi a última coisa que a princesa disse antes de abrir a porta e sair dos aposentos de seu tio, deixando-o com uma dúvida ainda maior e uma sensação ruim no peito. Ele precisava colocar aquela história a limpo.
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Luke encontrava-se parado frente à porta do quarto em que seu irmão gêmeo ficaria enquanto estivessem na fortaleza vermelha. O quarto dos quatro irmãos ficava no mesmo corredor, com apenas poucos metros de distância. Ele olhou uma última vez pelo corredor antes de entrar no quarto do outro alfa sem bater na porta, um costume que ambos possuíam.
O cômodo estava escuro, sendo pouco iluminado pelo brilho da lua que permitirá Lucerys de vê deitado em meio a lençóis brancos seu irmão semelhante, o único momento em que Luci parecia realmente calmo era enquanto dormia, com cuidado ele se aproxima da cama.
─ Luci ─ Ele chama calmamente, sentando na cama um pouco longe de seu irmão.
─ Hum?
─ Qual é, você sabe que sou eu, acorda ─ Luke resmunga, puxando o lençol que cobria seu gêmeo.
─ Argh, como você é insuportável! - Luci diz com o semblante sério e uma leve irritação. ─ O que você quer?
O príncipe iria rebater a provocação de seu irmão, mas se calou, observando o outro levantar e se sentar na cama. Lucien ainda parecia com sono, mesmo estando irritado. Por um momento, Luke considerou voltar e dizer que não era nada, porém isso só deixaria seu semelhante ainda mais revoltado.
─ Precisamos conversar, Luci ─ O alfa de cabelos curtos levanta uma sobrancelha em dúvida. ─ Sobre o tio Aemond.
─ Achei que esperaria mais alguns dias para termos essa conversa. ─ Luke negou com a cabeça.
─ Eu iria, mas...
A excitação do garoto não passou despercebida pelo seu irmão, Lucerys estava nervoso e isso era óbvio de se ver, a questão era por quê?
─ Mas?
─ Não acho que tenhamos tempo o suficiente para esperar pra ter essa conversa, já adiamos muito ela. ─ Fez uma pausa, olhando para suas próprias mãos. ─ Vovô está quase morrendo e não vai querer partir sem antes...
─ Ter certeza de que a família está realmente unida ─ Lucien murmura, continuando a frase de seu irmão, fazendo com que Luke olhe para ele novamente. ─ Será uma questão de tempo até isso acontecer, tenho certeza de que mamãe já percebeu.
─ Isso que me preocupa, receio que tempo é algo que não temos ao nosso favor. E existem muitas coisas a serem reveladas por aqui ─ Diz se afastando da cama, andando para perto da entrada que levava para a varanda, seguido pelo olhar atento de seu gêmeo. ─ Aemond nunca aceitará o que foi proposto.
Lucien não diz nada a princípio, analisando a postura de seu irmão mudar, tornando-se tensa. Com um suspiro cansado, o mais velho levanta também, caminhando até tocar o ombro do outro.
─ Ninguém disse que seria fácil, não é? ─ Soou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.
─ Queria que fosse, você teve sorte ─ Luke diz olhando por cima do ombro para o irmão. ─ Tia Helaena parece continuar um amor de pessoa.
─ Nisso devo concordar, porém não tenho interesse algum de me casar com ela.
─ E acha que não sei disso? ─ Lucien dá um pequeno tapa na nuca de seu gêmeo, rindo do sarcasmo dele.
─ Cuidado como fala com seu irmão mais velho ─ Ele apontou um dedo para o outro alfa.
─ Engraçadinho, você só é mais velho por poucos minutos ─ Luke retrucou cruzando os braços.
─ Continuo sendo o mais velho.
Lucerys decidiu não continuar com aquela discussão que não levaria a lugar nenhum, apenas virou o rosto olhando para o céu estrelado, agora mais tranquilo do que quando entrou no quarto de seu irmão. Ele finalmente poderia dormir um pouco mais calmo.
─ Obrigado por me escutar, Luci ─ Agradeceu com um pequeno sorriso. ─ Mas creio que seja hora de me retirar, teremos um longo dia pela frente.
─ Não tem que agradecer, eu acabaria escutando suas lamentações mais cedo ou mais tarde ─ Lucien riu dá expressão indignada do irmão ─ Ainda assim, devo concordar com você o dia amanhã será longo.
Com um pequeno aceno de cabeça Luke lançou um último olhar ao gêmeo antes de andar até a porta e saí por ela tão silencioso quanto entrou, deixando o dono do quarto finalmente sozinho no silêncio do local, mas não de seus pensamentos.
