Quando anunciamos o futuro

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Castelo de Leone, Lastra, 06 de fevereiro de 2023, 19h30.

~Alex's Pov:

Tem algo errado.

Lívia está trancafiada naquele quarto há duas horas e isso me preocupa.

- Vou chamar o Plínio. Não é possível que ela vai ficar ali pra sempre!

- Por que não vai você? – minha mãe sugere.

- Tá doida, mãe? Ela vai me bater!

- Deixe de ser bundão! Ela é sua noiva, e precisa de apoio. Sofreu uma violência e sabe-se lá o que teria acontecido caso você não tivesse chegado a tempo, meu bem.

Suspirei pesado, assentindo, e me levantei em direção ao quarto dela. Subi as escadas e parei em frente à porta. Bati, esperando sua permissão para entrar. Como não obtive resposta, entrei, preocupado.

Entro, hesitando um pouco, e passo pela antessala. Vejo a garota em sua cama, dormindo tranquila. A neve caía lá fora, e alguns flocos batiam na janela. Eu fiquei ali, a observando dormir. Tiro a mão esquerda do bolso, e com o dedo indicador, traço as linhas de seu rosto, com cuidado. Passo os dedos por cada contorno de sua face delicada, apreciando os detalhes.

Lívia é linda. A mulher mais linda que já vi, e não nego. Não nego porque, por mais que estejamos vivendo em pé de guerra todos os dias, eu simplesmente não sei odiá-la. Ela me irrita, me deixa maluco, me xinga todos os dias e me faz de besta, mas tem alguma coisa que me prende a ela. E toda vez que a vejo, sinto... coisas. Ela é tão... perfeita, que não sei como estou aguentando tudo isso. Essa baixinha vai me enlouquecer ainda mais, e não sei se vou me segurar.

A garota se mexe, e retiro a mão dali rapidamente. Mas apenas se aconchegou mais nos lençóis, tornando a respirar pesado. Respirei fundo e me sentei perto de onde sua cabeça repousava, a colocando em minha coxa. O travesseiro estava meio molhado na altura onde os olhos ficavam, e entendi que havia chorado até dormir. Meu coração aperta, e suspiro pesadamente, afagando seus cabelos castanhos. Mais trinta minutos e ela se mexe novamente, abrindo os olhos. Ergue o olhar até mim e se assusta, com a cara toda amassada.

- Você aqui? – levanta a cabeça, bem surpresa.

- Eu... eu fiquei preocupado.

Me encara, com um tom divertido no olhar, como se eu tivesse contado uma piada.

Odeio quando ela faz isso.

- Você preocupado comigo? Tá com febre? – põe a mão em minha testa e não evito uma risada.

Seguro sua mão, a tirando dali.

- Por mais que você me estresse... ainda somos noivos. Logo, seremos marido e mulher. Se eu não me preocupasse com você depois de tudo isso... eu seria maluco demais.

Fica estática, sem reação alguma. Lívia continua me encarando, e começo a ficar nervoso, implorando com o olhar para que falasse alguma coisa.

- Obrigada, por... tudo isso.

- Faço o mínimo – deixo um carinho em sua mão – Quer me falar o que aconteceu?

Me olha com tristeza, tensa. Dou três batidinhas em minha coxa, e ela retorna a pousar a cabeça ali, hesitante. Seguro sua mão, lhe passando calma e segurança para que fale, sem medo.

- Eu estava caminhando sozinha por ali, quando ele se aproximou e se apresentou. Tentei fugir dele ficando em silêncio, mas ele foi chegando mais perto e difamando os Ferrari, querendo me jogar contra vocês.

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