Capítulo 7

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Alane estava tentando manter seu bom humor naquela manhã, não precisava descontar suas frustrações pessoais em ninguém, muito menos, em sua mãe, que sempre fez de tudo para que ela se sentisse amada e protegida. Mesmo que tivesse crescido sem um pai presente, passando por aqueles momentos em que se sentia rejeitada por seu genitor, Alane nunca precisou de uma figura masculina para ser um exemplo para ela, Aline sempre ocupou esse espaço na vida da filha, e Alane sempre deixou claro o quanto a admirava. Então, naquela manhã, manteve sua postura de "pessoa feliz" como sempre fazia, até mesmo em seus momentos mais tristes da vida.

Quando julgou ser um bom horário para um passeio, Alane foi em direção à pousada em que Fernanda e Pitel estavam hospedadas. As três mulheres acabaram se esquecendo de combinar um horário, ou trocar contatos para combinar isso por mensagens de texto. Por esse motivo, Alane foi pensando em uma forma de se aproximar mais das duas mulheres, para que pudessem compartilhar seus números de telefone.

— Alane! Que bom te vê! — A recepcionista, logo, cumprimentou Alane. A figura de Alane era inconfundível. — Precisando de ajuda? — A moça mais velha perguntou com gentileza.

— Eu combinei de encontrar a Fernanda e a Pitel, elas estão hospedadas aqui. — Alane, como sempre, falou de forma simpática e educada.

— Vou pedir para informarem que está aqui. — A mulher respondeu antes de pegar o telefone para discar o número do quarto. Alane agradeceu, depois seguiu até à varanda da pousada, para esperar por Fernanda e Pitel.

Poucos segundos depois de Alane ter se sentado no sofá, Pitel entrou na área, dando de cara com a paraense. A cacheada tinha bolado todo um plano para fazer com que Fernanda e Alane fossem passear sozinhas, e aquele era o momento exato para por esse plano em prática. Antes que pudesse ser vista, se aproximou rapidamente.

— Oi, Alane. — Pitel caminhou massageando as têmporas.

— Tudo bem? — Alane se preocupou ao ver como a cacheada estava.

— Eu tô me sentindo um pouquinho mal. — Fechou os olhos, enquanto repousava a cabeça no encosto do sofá. Alane levou uma das mãos até a testa da mesma.

— Bom, com febre tu não tá. — Tirou sua mão da testa de Pitel para fazer um carinho sem sua cabeça. — Talvez, algo que tu comeu tenha feito mal p'ra ti. — Pitel não quis demonstrar, para não estragar sua atuação, mas gostou de saber que Alane se sentiu preocupada com seu bem-estar. Em partes, lembrava do cuidado que Fernanda tinha com ela.

— Eu acho que foi. — Suspirou, ainda de olhos fechados. — Eu vou me deitchar, mas Fernanda vai ir mais tu. — Ergueu seu corpo, ficando sentada no sofá. — Falando nela. — Assim que Pitel falou isso, os olhos de Alane foram diretamente na direção das escadas, vendo Fernanda terminar de descer o último degrau. A mulher estava vestindo um shorts jeans, que exibia suas pernas muito bem torneadas, também usava um cropped verde militar, que deixava aparente alguns gominhos da sua barriga, finalizando tudo com um casaco estampado. Fernanda estava belíssima.

— Oi, Alane. — A carioca sorriu sem mostrar os dentes. — E aí? Vamo'? — Desviou seu olhar na direção de Pitel, que fechou os olhos.

— Menina, eu não tô bem não...— Ela sabia que não ia colar com Fernanda, mas não podia desistir àquela altura do campeonato.

— Não tá bem? —  Fernanda semicerrou os olhos na direção de Pitel, fazendo Alane rir quando ela cruzou os braços. A grande atriz da globo abriu um dos olhos para ver como a carioca estava.

— Dona Lurdes! — Por sorte, uma das funcionárias da pousada havia passado ali. — Mulher, me arrume um remédio, eu tô aqui tão mal...— Colocou as mãos na barriga com a melhor cara de dor que poderia fazer naquele momento.

— Eu posso aju...— Alane até tentou.

— Não! Podem ir passear, Dona Lurdes me ajuda aqui. — A cacheada agarrou o braço da mais velha, e saiu caminhando com ela.

— Filha da puta. — Fernanda revirou os olhos com a atitude de Pitel. Alane até se preocupou, mas reparou que foi uma tática para não ir passear com elas.

— Não fale assim dela. — A carioca sentiu o contato da mão de Alane em seu braço. — Talvez, algo tenha feito ela se sentir mal. — Piscou um olho para Fernanda. — Vem, vou te mostrar aonde vamos. — Alane agarrou uma das mãos de Fernanda, a puxando para andar. Aquele simples contato de suas mãos, causou uma sensação boa em Fernanda. Mesmo que, para Alane, fosse um ato inofensivo, para Fernanda era o início de um sentimento aflorando.

— Vai me dizer aonde tá me levando? — Alane negou com a cabeça. — Ah, qual é? — Seus olhos eram quase suplicantes por respostas.

— Eu até contaria, mas você fica engraçada desse jeito. — Alane soltou uma gargalhada sincera, fazendo Fernanda lutar contra a vontade de revirar os olhos.

Fernanda percebeu que elas estavam caminhando por um caminho já conhecido por ela, apesar dos seus três dias de convivência com a cidade. Quando avistou o barco tão conhecido por ela, encarou Alane, que, ao sentir o olhar de Fernanda, também virou para encará-la.

— Bom, não foi grande coisa. — Os olhos de Fernanda se iluminaram quando viu que Alane tinha montado uma espécie de pique-nique no interior do barco. O veículo era largo e bem visível, então eles poderiam comer enquanto aproveitavam a vista. — Minha mãe preparou comida para quatro pessoas, mas a Pitel acabou não vindo. Então, tem comida de sobra. — Deu de ombros, enquanto entrava no barco.

— Isso 'tá do caralho! — Fernanda estava deslumbrada com o cuidado de Alane em fazer algo legal para o passeio. Definitivamente, ela não estava esperando por aquilo.

— Fico feliz que tenha gostado. — Alane acabou se rendendo à timidez, ficando corada com a reação de Fernanda.

— Agora, se aconcheguem aí, que vamos começar o passeio. — Seu Adelmo anunciou enquanto ligava o barco.

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Voltei com mais uma atualização, espero que tenham gostado do capítulo de hoje.

Também gostaria de pedir desculpas pela demora em postar, últimamente eu ando mais fora de casa do quê dentro, por conta dos estudos, mas não vou abandonar vocês.

Também gostaria de deixar claro que não tenho o intuito de ganhar visibilidade e nem nada do tipo com a fanfic. Então fiquem à vontade para votar e comentar, apenas, se vocês quiserem.

Um grande beijo na boca de vocês ❤️

O capítulo foi curto, mas o próximo vai render.

[não revisado]

Sereia - Alane e Fernanda.Onde histórias criam vida. Descubra agora