Sereia - Alane e Fernanda.

Capítulo 2

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Fernanda percebeu que os olhos da mulher loira estavam na morena ao seu lado, ela franziu o cenho e olhou para Alane, que engoliu seco. A julgar a sua expressão, parecia que ela tinha cometido um crime só por falar com Fernanda.

— Boa noite. — Foi Fernanda que falou, para tentar quebrar o clima tenso que se instalou, assim que a loira parou em frente a elas. Vendo que esse clima só havia aumentado, Alane decidiu apresentar as duas.

— Essa é a Fernanda, ela tá de passagem aqui na cidade. — As duas trocaram olhares. — Fernanda, essa é Yasmin. — Yasmin forçou um sorriso falso, que durou poucos segundos antes de fechar sua cara.

— Eu te procurei por toda a parte. — Ignorou a existência de Fernanda, voltando sua atenção para Alane.

— Acabei me distraindo com Fernanda, ela me contou sobre o Rio. — Os olhos de Alane brilhavam tanto quanto o céu daquela noite.

— Eu me ofereci como guia turística. — Fernanda falou descontraída esperando que a outra também fizesse o mesmo, mas não foi o que aconteceu.

— Tá bom. — Falou de forma seca, com um sorriso pequeno. — Por que não vem dançar comigo? — E mais uma vez, ignorou a presença de Fernanda.

— Não sei o que você tem contra mim, até porque não nos conhecemos, mas eu estou tentando manter um clima agradável aqui. — Fernanda foi direta para Yasmin. Se tinha algo que Fernanda gostada, era de clareza, e ela não hesitava em falar quando algo estava lhe incomodando.

— Eu só não gosto de forçar amizade com quem eu não conheço. — A loira estava mantendo uma expressão séria no rosto. Fernanda e Yasmin trocaram olhares nada amigáveis.

— Vamos acalmar os ânimos. — Alane riu nervosa. O silêncio pairou no ar, e Alane intercalou seu olhar entre as duas mulheres.

— Bom, gostei de conversar com você. — Fernanda sorriu amigavelmente em direção à Alane, que retribuiu da mesma forma. — Vou voltar pra lá. — Coçou a garganta, e se retirou.

— Por que tu falou assim com ela? — Alane repreendeu Yasmin, quando Fernanda já estava longe o suficiente para não escutá-la.

— Pensa que eu não vi como ela tava se engraçando pro teu lado, não? — Yasmin suspirou. Ela, definitivamente, estava com ciúmes, e Alane gostava daquilo.

— Tais com ciúmes? — Deu algumas apertadinhas na cintura da mulher em sua frente, fazendo-a sorrir, mas logo observando ela voltar com sua postura séria. Alane conseguia desmontar ela com um simples gesto. — Fica tranquila, ela não vai roubar o teu lugar. — Estava com um sorriso bobo em seu rosto. — E eu aceito dançar com você sim. — As duas riram, e começaram a caminhar de volta para onde estavam.

Alane olhou para as mãos que estavam próximas, em um ato inocente, ela juntou as mãos, tentando entrelaçar os dedos das duas, mas cabou se frustrando quando Yasmin impediu que isso acontecesse e desvencilhou as mãos.

— Alguém pode pensar besteira. — Ela disse, apreensiva. Seus pais eram religiosos, eles podem ser rigorosos quando querem.

— O que tem de mau entre duas melhores amigas andarem de mãos dadas? — Deu ênfase nos melhores amigas. Apesar de odiar o fato de Yasmin ser sempre tão cautelosa, ela entendia o medo que a mulher sentia.