Prólogo

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Viena

Eu estava perdida quando o professor me encontrou. Sentada no parapeito de um prédio e sentindo uma estranha tranquilidade antes da morte. Eu ia pular e não estava com medo, não estava chorando ou sentindo nada além da certeza de que essa era a coisa certa a ser feita.

Eu não estava bêbada e nem chapada, bom, talvez eu estivesse um pouquinho chapada, a erva que fumei não era boa o bastante para me tirar da realidade.

Eu queria pular, sabia que essa era a única coisa que o destino reservou para mim. A morte.

Uma vida sem felicidades, sem grandes conquistas e que um dia teria uma morte miserável, talvez um tiro da polícia ou algum traficante que eu trabalhei. Não importa, eu iria morrer e estava apenas adiantando tudo.

Fechei os olhos, estava finalmente pronta. Mas a voz masculina me fez abrir os olhos rapidamente.

- Eu não faria isso se fosse você.

O homem de cabelos escuros e óculos, usava um terno sem o paletó. Analisei ele de cima a baixo, não era uma ameaça para mim, estava claro em seu rosto que ele estava inseguro ao falar comigo, como se temesse algo.

Imaginei que seria o meu suicido, ninguém quer ver alguém se matar na sua frente, eu suponho.

- E quem é você?

- Pode me chamar de professor.

- Acabei a escola há algum tempo e não estou a fim de ouvir um sermão, pode ir embora.

- Não estou aqui para dar sermão, não - ele ajeitou os óculos - tenho uma proposta de...trabalho - ele parecia incerto sobre quais palavras usar.

- Não estou interessada.

- Me deixe falar e se você não se interessar, vou embora e você pode continuar - apontou para baixo, para a grande altura que eu planejava me jogar, eram 42 andares, acho que o suficiente para me matar.

- Vá em frente. Fale logo e depois vá embora.

- O que acha de um roubo? Não! O maior assalto já feito...

Não foi preciso muito para me convencer, ele apenas precisou falar o valor que iria para o meu bolso e eu desci do parapeito.

- Se você estiver me enganando, eu juro que te mato antes que possa piscar.

- Eu juro, pode confiar em mim.

Eu não tinha nada a perder, afinal, nada do que ele possa fazer comigo pode ser pior do que já me aconteceu.

Por isso, o segui sem temer e se eu pudesse falar com a minha eu do passado, agradeceria por não acabar com tudo antes de encontrar o verdadeiro presente do destino para mim.

Forever Love ~ Denver Onde histórias criam vida. Descubra agora