Capítulo 04 "Alone."

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Viena

"Sozinha."
Cinco meses antes.

Eu nunca tive nada. Ninguém me esperando voltar, nenhuma casa para morar, ninguém para cuidar de mim ou um abraço para correr quando tive medo. Sempre tive somente a mim, nada mais.

Tudo o que eu aprendi foi sozinha, a mulher que me gerou nunca se importou em me levar para a escola, então se eu quisesse aprender algo eu teria que fazer por mim mesma, procurar livros e qualquer coisa que pudesse me dar conhecimento.

Era eu por mim mesma e sempre foi assim, por isso, eu tenho um pouco de dificuldade em trabalhar com uma equipe.

- Viena? - a voz do professor me fez virar para trás. - Por que está acordada até agora?

Está no meio da madrugada, não tem mais ninguém acordado e a minha dificuldade para dormir me atormenta como em todas as noites na última semana que estamos aqui.

- Não consigo dormir - respondi, jogando o cigarro fora e fechando a janela, onde estava encostada enquanto fumava.

- Deveria, pois, amanhã teremos mais aulas.

- É o que temos dito todos os dias, não é? - brinquei e ele concordou a cabeça, meio sem jeito. Eu venho estranhando esse jeito que ele fica perto de mim, como se ficasse envergonhado ou com medo de falar comigo.

- Eu tenho remédio para dormir, você quer um? - perguntou e eu aceitei.

Seguimos para o quarto dele e eu esperei na porta, ele pegou o remédio e me entregou.

- Obrigada - falei e ele se afastou para fechar a porta, mas eu o empedi. - Professor?

- Sim?

Exitei por alguns segundos.

- Por que você me escolheu?

Ele ficou nervoso, ajeitou os óculos e segurou firmemente na porta.

- Você tem habilidades para roubos, além disso, sabe entrar e sair de um lugar como ninguém, sem contar o seu conhecimento com ferimentos.

Sim, eu realmente sabia fazer tudo isso. Foram coisas que eu tive que aprender para sobreviver.

- Certo, entendi. Obrigada - virei para sair, mas antes que eu pudesse me afastar ele me chamou.

- Você tem o dom no seu sangue.

Vinte horas de roubo

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Vinte horas de roubo.

Começamos a imprimir o dinheiro, estávamos fazendo oito milhões de euros por hora, enquanto a polícia estava perdida e sem saber o que fazer, nós estávamos fazendo a nossa própria grana, ninguém podia falar que não trabalhamos duro para conseguir o próprio dinheiro, no fim das contas.

Fizemos turnos para cuidar dos reféns, da fabricação do dinheiro e as entradas. As coisas estavam calmas, não estávamos com medo, o professor vigiava 18 câmeras e o rádio da polícia, se alguém tentar ferra a gente, iriamos saber antes de tentarem.

Berlin escolheu alguns dos reféns para cavar um buraco com o Moscou, ele separou também aqueles que precisam de remédios e me deixou para cuidar deles, levei eles para uma sala separada.

- Sentem aí, vocês vão ficar aqui para que fiquem mais tranquilas, vamos providenciar os remédios que pediram. Sem gracinhas, eu não vou pensar duas vezes em atirar em uma de vocês.

Fiquei por um tempo ali, até que o Oslo assumiu o meu lugar e eu fui no banheiro, estava na pia lavando o rosto e as mãos quando a porta se abriu e Denver entrou.

- Você errou a porta - desliguei a torneira e sequei o rosto com o papel, ele andou até mim e me encurralou na pia, suas mãos apoiadas no mármore e ficou com os braços a minha volta.

- Não errei, estava procurando você e encontrei.

- Você devia estar vigiando os reféns - ele aproximou seu rosto do meu pescoço e eu inspirei o ar, sentindo seu cheiro gostoso.

- O Rio está no meu lugar - começou a disparar beijos lentos na base do meu pescoço.

- Denver...

- Princesa...

Suas mãos subiram pelas minhas costas e ele chegou na minha nuca, apertando com firmeza, mas sem me machucar.

- Para com isso.

- Quer mesmo que eu pare?

- Você tem que parar.

- Não parece que você quer isso - sua voz está rouca e baixa, causando arrepios por todo o meu corpo. - Estou com saudades de você - um beijo no meu maxilar - do seu corpo - outro beijo, dessa vez no meu queixo - do seu toque - seus lábios tocaram o canto da minha boca e eu esqueci que não poderíamos fazer isso, eu beijei ele.

Toque sua boca com a minha e ele segurou as minhas coxas, impulsionando meu corpo para sentar na pia. O beijo era agressivo, como se estivéssemos famintos e nossa fome só seria saciada com esse beijo. Sua mão apertou meu seio por cima do macacão, deslizei a ponta dos dedo pela sua nuca e subi de vagar até o seus fios, puxando eles levemente.

Nossos corpos pegavam fogo, cada toque parecia alimentar ainda mais a chama, minha mente simplesmente desligou e eu esqueci tudo a nossa volta. Quando o ar se fez necessário, separei nossas bocas e senti ele voltar a beijar o meu pescoço, inclinei o rosto para trás e dando a ele mais espaço para fazer o que queria.

Seus dedos agarram o zíper do meu macacão, mas antes que ele pudesse deslizar para baixo, a porta se abriu e vimos a expressão divertida no rosto da Tókio quando viu o que estávamos fazendo.

- Temos um problema - ela falou com uma sorriso e eu suspirei, empurrando levemente o Denver e desci da pia.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Parece que a polícia tem o rosto de um de nós.

A polícia descobriu o rosto do Rio, parece que quando a Allison Parker foi gravar o vídeo para a família ele se distraiu e ela conseguiu gravar o rosto dele.

- Ei, Rio! - Chamei, vendo o garoto encostado atrás da escada - eu soube o que aconteceu, como você está? - Ele não me respondeu, franzi a testa ao ver a expressão de dor - está tudo bem? - ele ainda não respondeu, ao invés disso, seu corpo se apoiou no meu como se não aguentasse ficar de pé.

Atrás dele, vi quando a Tókio se aproximava, empurrei com calma o corpo dele novamente contra a parede, quando ela chegou até nós e ergueu a blusa dele, revelando os hematomas roxos e esverdeados que tinha ali.

- Tókio, o que vai fazer? - gritei vendo ela sair completamente furiosa. Não demorou para os tiros que ela disparou serem ouvidos - Calma, vem cá - apoiei o braço do Rio em meus ombros, mas ele se afastou e saiu na direção dela - merda.

Quando cheguei na sala onde Tókio tinha entrado, encontrei os gêmeos apontando armas para ela, que fazia o mesmo, enquanto Berlin encarava os três. Tirei minha arma e apontei para a cabeça do Oslo, enquanto Rio foi jogado no chão.

- Abaixa isso! Abaixa essa merda!


Forever Love ~ Denver Onde histórias criam vida. Descubra agora