Sobre se arriscar...

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Na quinta-feira passada, consegui o que eu diria, a maior conquista até agora de 2024.

Bom, tirando escrever este livro, mudar de posicionamentos, e continuar com minha rotina produtiva, foi a maior conquista.

Eu gosto de dizer que existem várias formas de aprendermos com essa psicopata chamada vida. Mas em particular, há duas formas que eu diria, serem minhas favoritas: Com a dor, e com o risco.

Falamos sobre a dor muitas vezes, tantas que acho que precisarei escrever mais vezes para fixar em suas cabeças miúdas , mas nada sobre o horrível  risco, a adrenalina.

Perigoso, mas que faz aprendermos coisas que nunca nem ao menos tentaríamos.

Eu sempre fui uma criança que tinha pavor de fazer Educação Física. 

Não é o tipo de pavor que é apenas respirar fundo, eu diria pavor de tremer as pernas, ter vontade de chorar, e o coração palpitar como se eu estivesse em um avião em turbulência.

Embora fossem apenas crianças jogando bolas uma nas outras, a minha miniatura tinha um medo considerável. 

Nunca era fã de esportes, em geral, apenas gostava de queimada pois o medo te fazia desviar, e por consequência ser boa, elogiada, e não ser a última a ser escolhida. 

Por muito tempo, sentei no banco, inventando qualquer coisa para não tocar na quadra, mas ás vezes que me obrigavam, me fazia ter vontade de derramar todas as lágrimas.

Mas, foi um dia em especial que tudo mudou.

Eu fingi ter falta de ar. Para não participar de nenhuma atividade física. 

Eu tive essa ideia no dia que me obrigaram a caminhar, e pelos olhares, eu comecei a chorar, mas quando fui questionada, menti dizendo que não estava respirando direito.

Foi nesse dia em diante que minha "falta de ar", começou a ser pauta. 

Meu pai, obviamente ficou muito preocupado, e me levou para várias consultas, para no final, descobrirem que nada eu tinha.

No fim, colocaram culpa na minha pessoa sedentária, e em tese, estavam corretos, até alguns meses atrás, quando finalmente comecei a pensar em fazer exercicios. 

Tenho muito orgulho de dizer que depois de 30 dias de pura disciplina, comecei a não ver aquele costume como um monstro, e até comecei a academia depois, em casa, mas é um avanço. Mas não se enganem achando que foi fácil, como se de repente, todos os meus medos  desaparecessem. Foi apenas porque eu comecei a me arriscar.

A curiosidade de vocês passageiros, me lembra sobre a conquista que estava falando, mil perdões por mudar de assunto.

A tal conquista, foi que pela primeira vez, em toda minha vida, sai machucada. 

Obviamente já levei as tão aterrorizantes, boladas no meio do rosto, mas nada se compara com essa vez. 

Eu sai machucada depois de uma queda! E pela primeira vez em toda minha vida, me machuquei pelo esporte que estava praticando, com todos!

Depois disso, eu voltei para casa, e vocês não acreditam, eu estava com o joelho roxo. Um roxo puxado para o preto que está realmente muito feio, mas que tenho vontade de tirar foto e colocar em uma moldura, apenas para me lembrar o quanto aquele dia foi uma reviravolta em minha história.

Estava doendo muito, não vou negar, mas minha vontade era de chorar de emoção. 

A garotinha que estava naquele banco, fingindo ter uma doença que nunca teve, jamais ficaria feliz por um machucado, nunca iria agradecer pelo joelho neste exato momento estar roxo, mas essa aqui? Não, essa pulou de alegria assim que sentiu que sua perna seria arrancada fora!

Pode parecer algo estúpido para as pessoas que sua matéria favorita na escola, era a Educação Fisica, mas para uma criança como eu, foi a coisa mais linda que já vi.

Pela primeira vez, de muitas que virão, eu me arrisquei. E fico tão feliz com isso.

Eu fui mesmo tremendo de pavor, então VOCÊ também consegue.

Qual era meu risco? Todos rirem? Não, meu risco era novamente ficar no banco mesmo morrendo de vontade de me juntar com os outros, como uma pessoa que não liga para qualquer olhar.

Mas, como se arriscar?

1.  ANOTE TUDO QUE VOCÊ TEM MEDO DE FAZER, E FAÇA.

Você pode estar pensando nesse exato momento: "não, nem morto(a) eu faria algo deste tipo!"

Mas no fim, se você não fazer, vai continuar com um medo interminável que vai te consumindo aos poucos, e você nunca vai experimentar nada novo.

Além disso, NÃO adianta nada, prometer fazer e não fazer, então, tenha disciplina o bastante para realmente se arriscar. 

Você pode ter várias tentativas falhas, mas nunca desistir. 

Mas uma coisa eu posso garantir para vocês. O sentimento de terminar o dia, deitar na cama, e olhar o teto pensando: "eu fiz", é o melhor sentimento que você pode sentir depois de dias de luta.
Hjjhj

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